(Discuti mais a abordagem de problemas ao invés de assuntos, aqui.)
Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.
O que devemos não é defender, portanto, o estudo da filosofia, mas a introdução da atitude filosófica nos jovens.
No vídeo de Viviane Mosé, que comentei aqui, temos a discussão da volta da filosofia em sala de aula, depois de um período militar na qual foi banida.
O problema é que quando se fala em “filosofia” é algo que pode ser qualquer coisa.
(Temos desenvolvido um péssimo hábito de falar em significados sem significantes.)
Em uma turma em uma universidade, contaram-me que a aula de filosofia foi a distância, respondendo questionários sobre o tema.
Tenho me dedicado nos últimos meses a escutar, via celular, sobre filosofia no Youtube.
De maneira geral, a filosofia é passada através da história de seus filósofos.
Muitas vezes são apresentados de forma desarticulada, vejam por exemplo o Educatina/filosofia.
É uma espécie de enciclopédia filosófica, bem vestibulanda, em que apresenta as principais ideias de cada filósofo ou escola filosófica, nada contra, se a coisa não parar por aí.
Um filósofo, como escrevi aqui, é sempre alguém que se revolta com algo que existe e propõem algo novo.
Alguns podem parecer até bobos, pois tem coisas que hoje se considera senso comum, mas que na época foi considerado um absurdo, tal como Descartes, ao defender a razão versus a visão teológica do mundo.
Assim, é preciso uma situada histórica para mostrar a relevância do ato muitas vezes heroico de cada um deles de enfrentar o senso comum da época para poder questionar as ideias de plantão e nos trazer novas luzes para o mundo, o que pode tornar muitos deles ídolos de um jovem a procura de referências.
Seria, a meu ver,. um aspecto fundamental, mostrar o esforço de muita gente inclusive com a própria vida (Sócrates), sacrifícios pessoais, por não se dobrar ao que o senso comum da época desejava. Mostrando que aquele esforço não foi em vão.
O estudo da filosofia, além disso, no meu entender, deve ser uma discussão basicamente sobre o que é a realidade (Matrix ajuda muito nessa direção) e como cada um dos filósofos nos ajuda a entender o que ela pode ser e principalmente o que ela não pode ser.
Me chama a atenção que brasileiros de mais de 20 anos, com os quais discuto, não tenham problematizado questões como a realidade é tangível? (Kant) Histórica? (Hegel) Condicionada pela sobrevivência? (Marx) Somos humanos ou projetos de humanos? (Heidegger) Como a linguagem nos condiciona (Wittgestein).
Nas minhas aulas vejo que a capacidade de abstração dos meus alunos é muito baixa, justamente pela falta de prática de pensar filosoficamente.
Se criarmos um estudo da filosofia como é o de história, geografia, de forma a estudar a filosofia de fora para dentro é a mesma coisa que nada, pode ter um efeito muito pequeno em alguns alunos mais sensíveis ao tema. Comparo essa abordagem a mesma discussão que é preciso de escola e educação, sem discutir que tipo de escola ou educação estamos falando, pois o tiro pode sair pela culatra, ser ineficaz e dispendioso.
Filosofia é procurar problematizar a realidade, tal como:
- O que é a realidade?
- Quais são nossos potências e impotências?
- O que é a percepção?
- Qual a diferença entre percepção e realidade?
- Sou um humano ou um projeto?
- Eu tenho liberdade?
E por aí vai…
Para isso, temos que ter professores filósofos e não professores de filosofia.
Professores que estão questionando a vida e não que aceitam-a como ela é.
É pedir muito?
O que devemos não é defender, portanto, o estudo da filosofia, mas a introdução da atitude filosófica nos jovens.
CAMINHO PRÁTICO E DIDÁTICO:
Como sugestão, pode-se começar com as três questões básicas e cada um teria que ter a sua resposta:
Quem somos? Como pensamos ? E por que estamos aqui?
E ir mostrando como cada um dos filósofos respondeu a isso.
Deixando cada aluno percorrer seu próprio caminho.
Por aí.
Que dizes?
Versão 1.1 – 27/11/2013 – Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.
[…] Sugiro até esse eixo para o ensino de filosofia, veja mais sobre isso aqui. […]
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