Uma revolução cognitiva vem para descontrolar ideias, produtos e serviços, reformar as organizações para permitir que um novo tamanho da população tenha um modelo organizacional mais compatível com seu tamanho.
Versão 1.0 – 27 de março de 2013
Rascunho – colabore na revisão.
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Podemos dizer que estamos com a chegada da Internet vivendo uma passagem relevante na vida das organizações.
- Há um fato antigo, que se repete.
- E um fato novo.
O antigo é um descontrole das permissões, que ocorre com a chegada de uma revolução cognitiva.
Uma revolução cognitiva vem para descontrolar ideias, produtos e serviços, reformar as organizações para permitir que um novo tamanho da população tenha um modelo organizacional mais compatível com seu tamanho.
Ao longo da civilização, a partir de 1450, com a chegada do papel impresso, na qual a sociedade foi gradualmente cada vez pedindo menos permissão para o poder constituído para disseminar ideias, produtos e serviços.
Pela ordem: o papel impresso que ampliou a troca de ideias, gerou depois a república, que reduziu o poder dos reis e o capitalismo, que nos libertou dos senhores feudais.
Palavra de ordem: liberdade para pensar e produzir!
O fato novo podemos apontar:
- a dimensão da liberdade do que podemos fazer agora para projetar e produzir ideias, produtos e serviços, em escala muito mais global e instantânea;
- a velocidade em que tudo isso acontece, em função do tamanho da população, que transita em um mundo digital em rede hiper-conectado;
- como fazemos tudo isso, pois o meio digital é muito mais dinâmico que o impresso, pois estamos todos trabalhando em cima de placas de silício e números, que permitem mudar muito mais do que era possível antes e por muito mais gente, sozinhos ou em grupo;
- além da possibilidade de fulano acrescentar algo no que ciclano colocou para circular, que é a incorporação da comunicação química das formigas, ver mais sobre isso no post sobre gestão da espécie.
Elevamos bastante a taxa de co-criação do mundo.
Podemos dizer que a co-criação, ou o aumento da colaboração e da participação, é uma característica de uma Revolução Cognitiva, pois temos problemas mais complexos que precisam de uma maneira mais coletiva para solucioná-los.
Toda vez que temos problemas que um não pode resolver, criamos um coletivo que resolve por nós. Esta, no fundo, é a histórias das organizações sociais, que foram criadas para resolver problemas que um ou poucos não podiam lidar.
Ou seja, pela ordem:
- Mais gente no planeta;
- Mais complexidade;
- Novos ambientes cognitivos, que criam espaços de ampliação da co-criação para poder solucionar o problema da complexidade que mais gente no planeta nos traz.
Uma revolução cognitiva, portanto, nos traz, antes de tudo, ambientes de co-criação para para tornar a complexidade mais administrável.
O que difere agora é o como estamos fazendo isso, pois a Internet é uma Tecnologia Cognitiva Reintermediadora, como foi o papel impresso, porém com características próprias e únicas, que é o seu lado digital, o volume de acesso, a sua diapasão e o mais importante:
A possibilidade de alteração nas mensagens, produtos e serviços depois que estão circulando….
O papel das organizações, diante de tudo isso, se modifica radicalmente.
- Antes, as organizações tinham a missão de selecionar e preparar as ideias, produtos e serviços para a circulação na sociedade;
- Hoje, elas tem a missão de criar ambientes digitais (plataformas digitais colaborativas) para que as ideias, produtos e serviços sejam produzidos e alterados cada vez mais por usuários ou grupos de usuários, via co-criação, que o ambiente digital permite.
É uma mudança radical de foco, pois antes havia uma pré-moderação de ideias, produtos e serviços. E hoje o que gera valor é a pós-moderação para que o que for produzido seja o mais adequado para que ocorra de forma mais eficaz possível o encontro da oferta com a demanda.
Hoje, assim, vivemos um processo de reintermediação da produção de ideias, produtos e serviços, vamos ver dois gráficos abaixo.
O primeiro do estágio pré-internet:
O segundo a tendência que estamos tendo no estágio pós-internet:
- Antes, as organizações projetavam para circular ideias, produtos e serviços.
- E hoje tem como missão de criar um ambiente digital para que o próprio usuário ou micro-organizações possam livremente circular ideias, produtos e serviços. A organização cuida para que isso seja feito de forma cada vez mais eficaz!!!
São dois modelos de missão das organizações completamente diferentes.
- Na fase pré-Internet, tínhamos um líder-alfa ativo, preparando o que ia circular de ideias, produtos e serviços;
- Na fase pós-Internet, temos um líder-alfa nos bastidores, organizando o que está circulando para que o encontro entre oferta e demanda seja o mais eficaz possível.
Que dizes?