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 A indústria das ideias vai conseguir gerar mais e mais valor quanto mais tiver a capacidade de incentivar as mudanças em direção à nova gestão da espécie. E vice-versa: vai perder valor quanto mais se colocar como um elemento bloqueador de tais mudanças.

Versão 1.0 – 22 de março de 2013
Rascunho – colabore na revisão.
Replicar: pode distribuir, basta apenas citar o autor, colocar um link para o blog e avisar que novas versões podem ser vistas no atual link.

Para entender a crise da industria das ideias (entenda o conceito aqui), precisamos desenvolver uma nova teoria sobre como as ideias são controladas na história, pois essa indústria trabalha basicamente com o controle e o descontrole das ideias, diante de novas tecnologias cognitivas que surgem e se consolidam.

Há uma ilusão de que a conjuntura na qual atual é estática e imóvel, mas não é!

O negócio de venda de ideias é conjuntural e varia ao longo do tempo. Esse movimento que durou séculos tende a se modificar com mais rapidez em décadas e tal aprendizado terá que fazer parte das estratégias organizacionais.

Se analisarmos o período da última grande revolução cognitiva que tivemos, com a chegada do livro impresso, a partir de 1450, que é onde podemos nos basear. Foi ali que a escrita se massifica e muda o mundo para valer, a partir do descontrole das ideias.

Podemos, diante daqueles fatos, dizer que a sociedade vive ciclos relacionados entre aumento demográfico, novos ambientes cognitivos  e gestão da espécie (detalhei sobre isso aqui.) Tais demandas nos levam para movimentos de retração e expansão, como vemos abaixo no gráfico:

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  • Uma nova tecnologia cognitiva – reintermediadora, que surge e cria um descontrole das ideias, criando um movimento de expansão do pensamento para formular o novo modelo da gestão da espécie;
  • E um movimento de retração, de consolidação da gestão da espécie, quando é implantado. De recontrole das ideias, quando surgem tecnologias cognitivas intermediadoras para ajudar nesse processo, que podemos lembrar dos jornais de grande circulação, rádio e tevê);
  • E tecnologias cognitivas reintermediadoras para superar o impasse como o da chegada do papel impresso e o da Internet, que expandem o pensamento e formulam o novo modelo de gestão da espécie.

A lógica para esse movimento é:

  • Quanto mais aumenta a população;
  • Mais precisamos de novos ambientes cognitivos/produtivos mais sofisticados;
  • Descontrolamos as ideias por causa disso, para formular tais ambientes;
  • Que nos dá a base para evoluir a nossa gestão da espécie para administrar um número maior de pessoas no mundo;
  • Que precisa consolidar o ambiente, através do recontrole das ideias e a consolidação das organizações.

Nessa direção, temos, então, um movimento de controle e recontrole da sociedade sobre as organizações da seguinte maneira:

  • Quando há maior controle das ideias –  as organizações aumentam a taxa de descontrole de seus atos pela sociedade, pois aumenta a sombra e se reduz a transparência;
  • Quando há o descontrole das ideias –  a sociedade aumenta a taxa de controle dos atos organizacionais , pois aumenta a transparência e se reduz a sombra.

organizacoes_controle2

Podemos ver esse ciclo mais abaixo:

organizacoes_controle

 

O gráfico acima, podemos ver:

  • Descontrole das ideias – uma nova tecnologia cognitiva reintermediadora surge e permite que as ideias se descontrolem e possibilitem propor um novo ambiente/conjuntura político-organizacional para a gestação de uma nova gestão da espécie;
  • Novo modelo de gestão da espécie – se estabelece e cria a necessidade de um recontrole das ideias para a sua consolidação;
  • Recontrole das ideias – o novo ambiente procura promover o recontrole, nos levando para uma nova crise, se o aumento demográfico continua no mesmo ritmo, que é a tendência.

Na verdade, o gráfico acima nos dá uma nova visão sobre mudanças históricas e o posicionamento das indústrias de ideias ao longo da mesma.

  • Na fase de descontrole das ideias –  que é de reconstrução do ambiente cognitivo, o papel da Indústria das ideias é a de filtrar e de procurar dar sentido ao novo volume que surge, a partir de outros, do novo. A geração de valor será baseada na capacidade de promover significado das “novas vozes” que eclodem para trazer a mudança necessária. Atrai a atenção quem dá ordem ao caos (vide Google). Exerce um papel renovador, que incentiva a revisão das visões em curso, com um papel maior de cenarista, analista e sintetizador do que virá;
  • Na fase de recontrole das ideias –  que é de consolidação do ambiente cognitivo, o papel da Indústria das ideias é produzir conhecimento a partir de seus próprios quadros, a geração de valor será baseada na capacidade de gerar significado das “novas vozes” que surgiram. consolidando uma visão social Gera valor quem aprofunda a ordem  (vide rádio e televisão). Exerce um papel conservador, que incentiva o reforço da visão em curso, com um papel maior de narrador, detalhista e produtor de conteúdo que precisa se consolidar e se disseminar.

Vivemos hoje a fase do descontrole das ideias e o que vai gerar valor para as organizações das ideias é a sua capacidade de:

  • – filtrar o novo fluxo;
  • – separar o que é interessante do que é irrelevante;
  • – revelar novos talentos para que possam promover as mudanças necessárias;
  • – o principal objetivo é revisar a sociedade.

A indústria das ideias vai conseguir gerar mais e mais valor quanto mais tiver a capacidade de incentivar as mudanças em direção à nova gestão da espécie. E vice-versa: vai perder valor quanto mais se colocar como um elemento bloqueador de tais mudanças.

A única forma de gerar valor é adotar o novo ambiente cognitivo, ser um empreendedor/inovador da nova onda, pois conseguirá mais e mais adesão dos novos elementos, que serão os novos líderes da nova gestão da espécie.

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  • No movimento de descontrole das ideias, temos uma sensação de que o conhecimento da sociedade é mais líquido do que sua fase anterior, pois ele é atualizado com mais velocidade.
  • No movimento de recontrole das ideias, temos uma sensação de que o conhecimento da sociedade é mais sólido do que sua fase anterior, pois ele passa a ser atualizado com menos velocidade.

As fases variam também:

  • No descontrole há uma sensação maior da sociedade de estabilidade;
  • No recontrole há uma sensação maior da sociedade de instabilidade.

Por fim, as fases nos levam a:

  • Na fase do recontrole há uma divisão das ideias por assuntos, disciplinas, perdendo-se o foco em problemas – é uma fase consolidadora, na qual grandes questões foram resolvidas, pede-se menos filosofia e mais aplicação prática;
  • Na fase do descontrole há um retorno aos problemas,  perdendo-se o o foco assuntos ou divisão de disciplinas – é uma fase renovadora,  na qual grandes questões são reabertas, pede-se mais filosofia e menos aplicação prática.

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