Assim, não é a atual gestão que vai usar a Web 2.0 a eu bel-prazer, mas é a Web 2.0 que vai redefinir a gestão, como já ocorreu algo similar no passado!
Versão 1.0 – 08 de janeiro de 2013
Rascunho – colabore na revisão.
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O principal problema de interpretação sobre a Revolução Cognitiva se deve a relação entre gestão e comunicação.
Como Revoluções Cognitivas são fenômenos raros, não entraram no radar das teorias sociais de plantão.
E fica a dúvida Tostines: o que vem primeiro é a comunicação ou a gestão? Quem influencia quem?
A tendência natural é – de forma onipotente – achar que o ser humano determina os rumos da sociedade que tem livre-arbítrio para agir.
Porém, aos poucos, vamos percebendo que somos muito mais condicionados do que imaginamos, como detalhei aqui.
As tecnologias são necessárias, conforme crescemos demograficamente e ficamos em uma espécie de eco-sistema tecnológico que nos condiciona e provoca mudanças inesperadas, a despeito da vontade consciente da sociedade. Esse aparato nos condiciona a nível macro, mas não nos determina a nível micro. Há brechas para mudar, mas dentro de margens tecnológicas definidas.
Isso pode doer no ouvido de muita gente, mas é a chave para entender a atual Revolução Cognitiva em curso, baseado nas intuições de Pierre Lévy, o autor-chave para compreender o DNA do fenômeno.
Assim, podemos dizer que o ser humano trabalha em duas camadas.
A mais abaixo é a da comunicação-informação-conhecimento, uma espécie de placa-mãe da sociedade, que é condicionada pelas tecnologias de plantão.
E uma camada mais acima que é a da gestão, de como nos organizamos para resolver nossos problemas.
É uma moeda de duas faces em relação.
Obviamente, que quando uma muda, a outra muda também.
- Uma organização, por exemplo, com problemas de gestão tem problemas de comunicação/informação/conhecimento.
- Uma organização, por exemplo, com problemas de comunicação/informação/conhecimento tem problemas de gestão.
Vivemos, entretanto, uma mudança das tecnologias de comunicação/informação/conhecimento, que nos levam a uma nova forma de solução de problemas, influenciando e modificando, definitivamente, a atual a gestão.
Podemos dizer, assim, que a gestão faz mudanças incrementais, diante do aparato tecnológico de comunicação/informação/conhecimento disponíveis, mas quando estes mudam, alteram inapelavelmente a gestão e também a sociedade.
Dentro dessa perspectiva, se falamos em três eras da comunicação/informação/conhecimento, podemos falar também em três eras da gestão, influenciadas pelas mudanças das mídias de plantão.
- A gestão oral – com decisões tomadas, a partir da palavra;
- A gestão impressa – com decisões tomadas, a partir do papel;
- A gestão digital – com decisões tomadas, a partir do computador.
Todas elas tiveram fases intermediárias.
- A gestão oral passou pela proto-linguagem e depois pela linguagem que conhecemos;
- A gestão impressa passou pelo papel manuscrito e depois pela papel impresso, a partir de 1450;
- E a gestão digital passou pela computador isolado e depois pelo computador em rede, com ferramentas de colaboração, a partir de 2004.
Projetos de alinhamento à gestão digital estão além da implantação de ferramentas, pois por baixo e por cima da chegada das novas ferramentas há o surgimento de uma nova forma de solução de problemas, que altera o modelo da gestão.
É uma nova cultura de solução de problemas, mais adaptada à complexidade que 7 bilhões de habitantes nos trazem.
Assim, não é a atual gestão que vai usar a Web 2.0 a eu bel-prazer, mas é a Web 2.0 que vai redefinir a gestão, como já ocorreu algo similar no passado!
Projetos 2.0 de alinhamento à atual Revolução Cognitiva nos levam a uma revisão da atual gestão e metodologias que consigam, de forma mais barata e eficaz possível, migrar de uma empresa baseada na cultura da gestão impressa e digital 1.0 para o novo modelo digital 2.0, no qual a colaboração é a grande novidade, mais ágil e barata para lidar com problemas complexos.
Não é fácil o desafio que temos, pois estamos vivendo uma macro-mudança, rara e complexa.
Porém, passar por essa visão do problema para enfrentá-lo de forma mais madura é fator fundamental de sucesso.
É isso, que dizes?
[…] Tivemos três eras na política, assim como na gestão (ver mais sobre isso aqui): […]