As teorias válidas são as que não foram ainda refutadas – Karl Popper – da coleção;
Talvez, um dos grandes desafios para a sociedade nas próximas décadas será o de preencher um vazio entre estratégias e metodologias, de um lado, e teoria de outro.
Por tradição, deixamos a academia cuidar das teorias (“aquelas coisas chatas e sem sentido”) e a sociedade, principalmente, as organizações das estratégias, metodologias e ações, pois o importante é fazer, pois o mundo já é conhecido e não precisamos repensá-lo.
Ainda vivemos a ilusão que o mundo não muda, apesar do aumento brutal de velocidades das mudanças!
Criou-se um fosso, um limbo, pois a academia vive o seu mundo particular, no qual o importante é publicar e não ajudar a sociedade a repensar o mundo.
E as organizações que arrogantemente já sabem tudo e não precisam parar para pensar, pois tempo é dinheiro.
Porém, parar para pensar é um dos principais vetores para a geração de lucro!
Nas áreas tecnológicas isso tem sido até superado, mas nas dos estudos da sociedade, nem tanto.
Aparecem os primeiros mestrados/doutorados profissionais, mas querem discutir coisas práticas como se teorias aplicadas à sociedade não fossem algo extremamente prático!
Confunde-se prática com ação, mas refletir é algo extremamente prático, ainda mais quando temos impasses, dúvidas e crises muitas delas teóricas que implicam em crises concretas e perda de dinheiro.
Boas teorias geram lucro.
Aliás, o que gera mais lucro é apostar na melhor teoria que possa ajudar a reduzir os erros ao se prever o futuro!
Temos fé que conhecer é um processo direto com as coisas.
Eu –> coisa
E não:
Eu–> teorias –> coisas.
Entretanto, ao penetrarmos nas teorias sobre o conhecimento mais eficazes nos parece mais razoável e efetivo imaginar que a realidade é algo que é construída (uma ilusão em processo), que nossas teorias podem ser repensadas, principalmente quando a realidade não se encaixa mais naquilo que pensamos.
Esse é o grande nó que acontece com meus alunos quando temos que rever o conceito de “realidade/conhecimento”.
Por questão subjetivas, nos agarramos ao que pensamos como se fossem verdades e todo o resto é consequência dessa crença.
As universidades corporativas não estão ainda com um foco maior nesse tipo de discussão mais teórica, pois acreditam que é o papel da academia e nesse limbo muito dinheiro se perde!
Entretanto, conhecer é justamente olhar para esse aquário teórico invisível para ver se o que pensamos pode ser alterado, a partir das coisas que ocorrem a nossa volta.
O que se chama por aí: “pensar fora da caixa”.
Pensar fora da nossa caixa teórica, pois só fazemos coisas diferentes quando pensamos diferente!
E isso é algo grave e sério e tem consequências.
As pessoas querem que todo mundo pense fora da caixa, mas acham um absurdo levantar questões teóricas.
Acorda: a caixa é a teoria que achamos que é a realidade!
Nossas teorias (a maior parte delas invisível) moldam nossas estratégias e metodologias e, por sua vez, nossas ações.
Ou seja, quando escolhemos uma especialização e uma empresa a adota, algo moderno, existe um aquário teórico por trás, invisível, que a sustenta.
Quando queremos, por exemplo, implantar projetos de gestão existe um marco teórico que se orm pouco eficiente joga tudo para o buraco.
Falarei mais sobre isso amanhã!
Que dizes?
Pensar fora da caixa é ser marginal no mundo. Toda revolução é marginal e feita por marginais. E hoje, “em um mundo coberto por doenças e deficiente nos diagnósticos”, o medo impera e, com medo, alguém só confia seus corpos a marginais se tiver doendo muito e tudo o mais tiver dado errado. É… ser revolucionário tem lá suas agonias e dores, mas também tem seus gozos, principalmente se a revolução que se quer instituir não tiver a urgência do enfermo terminal.
Parabéns pelo Nepôst, Nepô.
Renato,
vejo organizações preocupadas, poucas agindo.
Mas a tendência é isso se inverter nessa década que entra,
vamos ver, valeu comentário e visita.
Nepô.
Digo que pensar fora da caixa, virou assunto. Mas ainda não virou ação. “Pensar fora da caixa” é o rótulo do moderno, do antenado, mesmo que essa pessoa seja exremamente conservadora em seus pontos de vista. Afinal, quem quer ficar para trás, não pegar a onda e ficar nadando na praia? As pessoas querem subir na crista, e surfar na nova geração 2.0 e 3.0 e 4.0 e aí por diante, nem que seja no discurso. Algo assim: “pense fora da caixa, mas você, não eu; pense fora da caixa, mas bem longe de mim!” hehehe
Pois é, repito,
É…muita fumaça e pouco fogo,
grato pela visita e comentário,
Nepô.