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 Resumo da ópera 2.0: desintermediação coletiva irreversível em escala global, via tecnologias cognitivas – Nepô da safra 2011;

A Ciência é a arte de associar coisas aparentemente sem nexo para compreender fenômenos.

A avalanche esfumaçada sobre o mundo 2.0 anda cansando.

As pessoas têm me dito que estão evitando ir aos eventos, cursos, palestras, pois sempre é mais da mesma fumaça repetidora.

Tudo está mudando, você tem que se preparar!

Ok, mas pergunte aos gurus de plantão o que exatamente está mudando?

Que ele apresente a memória de cálculo – como chegou com essa ideia, baseado em quê exatamente?

Não vale cases em que não se apresentam resultados sólidos de geração de valor!!!

Quais são as causas e consequências, afinal? E o que se espera de tudo isso?

Para onde estamos indo?

É preciso  calma para chegarmos a alguns lugares.

Vamos a um DNA tentativo da coisa.

A desentermediação, a meu ver, é a palavra-chave do novo século.

No seguinte jogo de causa e efeito:

  • Aumenta a população radicalmente (de 1 para 7 bi nos últimos 200 anos);
  • Cria-se, assim, crises produtivas regulares e cada vez maiores para atender aos novos problemas complexos;
  • Assim, é preciso inovar, mas os modelos organizacionais da sociedade não conseguem dar conta do recado;
  • Há, assim, o surgimento e a massificada adesão a um ambiente informacional mais dinâmico, que permite a retirada eficente dos intermediários;
  • Por fim, começamos a desintermediar para gerir melhor.

Taí o DNA da nova sociedade.

Cases?

Ok, vamos aos fatos.

No jornal hoje, vemos isso ao vivo e a cores.

Ministério usará redes sociais contra dengue

Problema complexo:

  • Mais gente, mais casas, mais poças, mais mosquitos.
  • Modelo anterior –> mata-mosquito
  • Novo modelo –> cidadão, via rede, através de uma plataforma;
  • Os mata-mosquitos ao invés de circular perdidos, vão ser direcionados pelos cidadãos.
(Saiu no Globo, não achei online.)
Governo vai incentivar despacho das malas pelos passageiros para combater caos aéreo.

Problema complexo:

  • Mais gente, mais viagens, mais passageiros, mais malas.
  • Modelo anterior –> check-in com pessoa
  • Novo modelo –> cidadão, via quiosques, através de uma plataforma, irá despachar a mala.

Veja mais: banco online (todos), ingresso.com, compra e venda de mercadorias (mercado livre), compra e venda de livros usados (estante virtual e concorrentes).

O detalhe é que a desintermediação não é algo simples, pois implica em abandonar uma dada estrutura de controle para uma mais sofisticada.

Não é descontrolar, mas é controlar de uma nova maneira, via plataformas produtivas.

O controle é o epicentro pelo qual o poder é exercido.
E toda teia social se organiza em torno dele.

 

Obviamente, que vão argumentar – e com razão em alguns casos – que o cidadão vai se atrapalhar em despachar as malas, que o sistema de rede social contra a dengue não vai funcionar, etc…
Note que é fundamental, como disse aqui, que esse novo mundo seja estruturado em torno de novas redes sociais produtivas.

Ou seja, o desejo de desburocratizar sempre houve, ideologias, até experiências, mas a grande diferença é que agora contamos com plataformas poderosas que isso pode ser feito de forma eficiente.

Essa é a grande mudança.

Não é a ideologia da participação que nos garante isso, mas a tecnologia da participação que acaba por criar a tal cultura – uma coisa modela a outra se a plataforma não for inteligente.

One Response to “Desintermedeia mulata, desintermedeia…”

  1. […] Passa-se a procurar outra forma de relacionamento, que nos leva a querer mudar a gestão da sociedade em todos os campos, das empresas, passando pelas escolas e culminando na organização social, todas focadas na desintermediação. […]

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