Reflexões, a partir da experiência do Globo On-line
Tenho acompanhado com especial atenção a implantação do projeto da colaboração do Globo On-line, já entrevistei os responsáveis, participei de inúmeras palestras com o Aloy Jupiara.
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Nada como um caso concreto para amadurecermos algumas idéias.
Nesse processo, comparando a outras experiências que já vi por aí podemos dizer que a adoção da Internet colaborativa segue alguns passos.
São eles?
1) a fase do ouviu o galo cantar.
O pessoal do Globo esteve fora do Brasil em seminários e se convenceu que a colaboração chegou para ficar na mídia. Foram influenciados pela tendência lá fora e por diversos livros que leram por aqui, artigos, palestras, etc.
Um caldo de previsões que passaram a compor um novo tipo de visão daqueles profissionais.
2) depois de ouvir estes primeiros cantos, vem a segunda etapa – “é inevitável, temos que implantar“;
Notem que é um passo enorme perceber a tendência e passar de um convencimento de um grupo na empresa, para transformar isso em um projeto, conseguir recursos, convencer à direção, etc…
3) feito isso, passamos a fase do “se atirar do penhasco na nova aventura“.
É o momento que a equipe escolheu a ferramenta e abriu o jornal para os comentários dos leitores. Naquele momento, estavam saindo do modelo tradicional do-eu-escrevo-e-você-lê. Para o eu-escrevo-e- você-comenta.
Um salto gigantesco. Se inicia a nova e tapa em um mundo novo.
A fase seguinte é a da “avalanche colaborativa”.
Os leitores passam a comentar aos borbotões.
O Aloy me disse que passava madrugadas no jornal, lendo todos os comentários, até que um dia ele percebeu que isso era inviável que precisava criar uma nova maneira de administrar aquele novo tipo de produção de informação.
A nova etapa é a de assumir e consolidar a nova cultura, que passa por:
a) os modelos tradicionais de gestão da informação do-eu-escrevo-e-você-lê já não servem mais para esse novo ambiente;
b) começa-se a criar cultura e desenvolver novas ferramentas para ajudar a gerenciar esses comentários.
A nova cultura se baseia na auto-gestão dos leitores, que passam a apontar abusos, através de softwares próprios para isso na nova fase do o eu-escrevo-e- você-comenta.
Está feita a passagem da Web 1.0 para a 2.0.
Agora, se trata de melhorar as ferramentas, aculturar mais e mais a equipe e toda a empresa, espalhar a cultura para outras áreas, incluindo os leitores.
É um processo doloroso, rico, difícil, mas que todos em algum momento vamos passar.
Quanto mais a curto prazo, melhor.
O Jornal passou a ser referência nessa área no Brasil, imitado por vários outros.
E você acrescentaria mais alguma etapa?
[…] Um e dois. […]
[…] (E o que faz, por exemplo, o Globo on-line para se manter viável numa rede auto-organizada.) […]