Resumo do artigo feito pelo Tio Chatinho:
Neste artigo, Nepô apresenta a distinção entre inovações tecnológicas e transformações civilizacionais, criticando a visão tecnologicista de autores como Paul Krugman. O texto argumenta que o PIX é uma inovação digital radical, mas não disruptiva, e que o verdadeiro motor das mudanças atuais é a descentralização promovida por novas mídias. A partir disso, defende-se a tese central da Bimodais: estamos vivendo uma revolução civilizacional, e não apenas tecnológica — da centralização para a descentralização — com destaque para a Uberização e a Blockchenização como alicerces do novo modelo de confiança.
As melhores frases:
Krugman é, pela sua defesa, um Tecnologicista, pois percebe as mudanças tecnológicas, mas não o pano de fundo da guinada civilizacional.
Nós da Bimodais e alguns outros autores, conseguem enxergar as novas tecnologias como alavancas para uma guinada civilizacional, a partir das novas Tecnopossibilidades.
O PIX é uma grande sacada? Sim, sem dúvida uma melhoria e tanto no atual modelo de circulação de moedas.
O PIX, simplesmente, elimina a necessidade da intermediação dos cartões de crédito e reduz tarifas bancárias (como antigamente era o DOC ou o TED).
O PIX, entretanto, não é disruptivo, podemos dizer que ele é incremental, ou no máximo radical.
Diria que quando modificamos os antigos intermediadores temos uma inovação disruptiva e quando melhoramos as atividades deles ou é algo incremental e ou radical.
O PIX é uma inovação radical, pois é toda feita através dos antigos bancos, que deixaram de ganhar com TED e DOCs e estão inventando outras formas de ganhar dinheiro como o PIX, via cartão de crédito (como tem feito o Nubank).
Quando comparamos o PIX com o Bitcoin vamos observar que nas criptomoedas podemos eliminar os antigos intermediadores, sendo, assim, uma inovação disruptiva.
Krugman tem, assim, com o seu olhar digitalista, que não vê as novas mídias descentralizadoras como fator detonante de algo maior.
Os governos diante do Bitcoin perdem a capacidade da antiga e combatida manipulação da moeda tão combatida pelos economistas austríacos, por exemplo.
A subida e descida do Bitcoin é toda regulada pelo mercado sem nenhum controle estatal – e isso é totalmente inédito.
O motor da transformação atual não é a tecnologia (que é o fator detonante, nem o causante e nem o consequente).
As tecnologias são detonadoras, não causadoras das atuais mudanças.
A digitalização é um efeito visível. A descentralização é a tendência estrutural mais invisível – só percebida com uma visão mais ampla da macro-história.
Antes da Internet, tínhamos redes também, redes mais centralizadas, mais hierarquizadas, mas eram redes sociais humanas.
Se não entendermos que o Modelo Cooperativo atual prestou um enorme serviço ao Sapiens e que ele chegou a sua obsolescência pelos seus méritos, temos um grande problema aqui.
Foi o mérito do modelo Cooperativo Oral e Escrito que nos permitiu dar vida, ao mesmo tempo e planeta, de forma inédita, a oito bilhões de Sapiens.
É o mérito do atual sistema oral e escrito ter chegado a oito bilhões que causou o atual problema e não o demérito.
Temos que agradecer ao atual modelo e criar um novo, sabendo que a obsolescência dos modelos cooperativos é algo natural de uma Tecnoespécie como a nossa.
É a Uberização e a Blockchenização que fazem isso. O Bitcoin, como o Uber, como o Airbnb são exemplos de um novo modelo de confiança, que nos permite criar as bases da nova civilização.
O Sapiens 2.0 precisa ser mais autônomo, originalizado e corresponsável, pois somos 8 bilhões no planeta.
A descentralização, portanto, não é opção: é caminho obrigatório.
O que estamos vivendo é uma transformação civilizacional — de um mundo mais centralizado para um mundo muito mais descentralizado.
A digitalização é visível; a descentralização é invisível, mas estrutural;
O Pix melhora o velho sistema, o Bitcoin aponta para um novo;
A verdadeira transformação não é técnica, é civilizacional;
Redes não são novidade — o novo está no grau de descentralização delas;
A criptomoeda é a nova moeda marcada pela confiança descentralizada entre desconhecidos;
O futuro do Sapiens exige menos controle central e mais autonomia coletiva.
Vamos ao Artigo:
“O Bitcoin não é apenas uma moeda digital. É uma revolução na forma como confiamos.” – Andreas Antonopoulos
Começamos a conversa ouvindo a afirmação de que o PIX é a moeda do futuro, um avanço em relação ao restante do mundo, e que o Bitcoin não teria tanto potencial quanto se diz.
A defesa foi do economista e prêmio Nobel de Economia, Paul Krugman.
Ele argumentou que o Pix (sistema de pagamentos instantâneos brasileiro), pode representar o futuro do dinheiro digital.
Ele defende que o Pix é uma inovação rápida e barata, e que o Brasil pode ter “inventado o futuro do dinheiro” com ele. Krugman também criticou a resistência dos Estados Unidos à adoção de um sistema similar, destacando o impacto de interesses corporativos e o entusiasmo por criptomoedas no país.
Em seu artigo, Krugman mencionou que o Pix é mais rápido e barato que qualquer transação realizada com cartão, beneficiando tanto comerciantes quanto consumidores. Ele também destacou a popularidade do sistema no Brasil, com uma adesão de 90% da população.
Enquanto isso, nos Estados Unidos, o economista aponta que o país continua refém de interesses de grandes corporações e de “fantasias com criptomoedas”.
A conversa é inspiradora e nos coloca a seguinte questão:
Estamos vivendo uma Revolução Civilizacional ou Tecnológica?
Krugman é, pela sua defesa, um Tecnologicista, pois percebe as mudanças tecnológicas, mas não o pano de fundo da guinada civilizacional.
Nós da Bimodais e alguns outros autores, conseguem enxergar as novas tecnologias como alavancas para uma guinada civilizacional, a partir das novas Tecnopossibilidades.
Nosso diagnóstico do atual cenário é Civilizacionista, pois acreditamos que novas mídias abrem novas Eras Civilizacionais.
Vejamos:
- Tecnologicista: foca nas mudanças tecnológicas midiáticas como fenômenos isolados, analisando impactos setoriais sem conectá-los a transformações estruturais mais amplas;
- Civilizacionista: reconhece as tecnologias midiáticas como catalisadores de mudanças civilizacionais profundas, alterando padrões fundamentais de organização social, econômica e cultural.
O PIX é uma grande sacada? Sim, sem dúvida uma melhoria e tanto no atual modelo de circulação de moedas.
O PIX, simplesmente, elimina a necessidade da intermediação dos cartões de crédito e reduz tarifas bancárias (como antigamente era o DOC ou o TED).
O PIX, entretanto, não é disruptivo, podemos dizer que ele é incremental, ou no máximo radical.
Como separar cada uma?
Diria que quando modificamos os antigos intermediadores temos uma inovação disruptiva e quando melhoramos as atividades deles ou é algo incremental e ou radical.
O PIX é uma inovação radical, pois é toda feita através dos antigos bancos, que deixaram de ganhar com TED e DOCs e estão inventando outras formas de ganhar dinheiro como o PIX, via cartão de crédito (como tem feito o Nubank).
Quando comparamos o PIX com o Bitcoin vamos observar que nas criptomoedas podemos eliminar os antigos intermediadores, sendo, assim, uma inovação disruptiva.
Sim, pode se operar com criptomoedas, via bancos, mais também de forma direta sem os antigos intermediadores.
Krugman vive ainda dentro dos parâmetros da Ciência Social 1.0 que não enxerga:
- Que aumentos populacionais nos obrigam a fazer Revoluções Civilizacionais, que se iniciam com a chegada de novas Mídias Descentralizadoras;
- Que a única forma sustentável no longo prazo diante do aumento da Complexidade Demográfica e criar cooperações descentralizadas;
- E que viveremos no futuro de curto, médio e longo prazo o avançar exponencial da descentralização humana, sendo as criptomoedas uma das vertentes nessa direção.
Krugman tem, assim, com o seu olhar digitalista, que não vê as novas mídias descentralizadoras como fator detonante de algo maior.
O PIX é, sem dúvida, uma inovação digital importante.
Mas ele não representa uma transformação estrutural da moeda. O PIX digitaliza, mas não descentraliza.
Mais ainda.
Com o PIX, continuamos com um Banco Central controlando tudo. Já o Bitcoin elimina esse intermediador. É aí que mora a diferença profunda entre digitalização e descentralização.
Os governos diante do Bitcoin perdem a capacidade da antiga e combatida manipulação da moeda tão combatida pelos economistas austríacos, por exemplo.
A subida e descida do Bitcoin é toda regulada pelo mercado sem nenhum controle estatal – e isso é totalmente inédito.
Portanto, o motor da transformação atual não é a tecnologia (que é o fator detonante, nem o causante e nem o consequente).
As tecnologias são detonadoras, não causadoras das atuais mudanças.
A digitalização é um efeito visível. A descentralização é a tendência estrutural mais invisível – só percebida com uma visão mais ampla da macro-história.
Essa visão encontra ressonância em alguns autores contemporâneos.
Balaji Srinivasan, no livro, “The Network State”, afirma o seguinte:
“A descentralização não é apenas técnica, mas moral e organizacional.”
Em outra passagem, reforça:
“O poder centralizado está quebrado. As redes agora são mais confiáveis do que os governos tradicionais.”
E completa:
“A próxima fase da história humana será moldada por comunidades voluntárias organizadas em torno de valores compartilhados, não de territórios impostos.”
Discordo dele quando ele se refere às “redes são mais confiáveis”.
Antes da Internet, tínhamos redes também, redes mais centralizadas, mais hierarquizadas, mas eram redes sociais humanas.
O que temos na Civilização 2.0 são redes mais distribuídas, assim a frase de Srinivasan sendo bimodalizada seria:
“As redes distribuídas, com sua nova forma de cooperação, agora são mais confiáveis do que os governos tradicionais.”
Outro ponto que discordo ou quero melhorar, ele diz:
“O poder centralizado está quebrado.”
Se não entendermos que o Modelo Cooperativo atual prestou um enorme serviço ao Sapiens e que ele chegou a sua obsolescência pelos seus méritos, temos um grande problema aqui.
Repare.
Foi o mérito do modelo Cooperativo Oral e Escrito que nos permitiu dar vida, ao mesmo tempo e planeta, de forma inédita, a oito bilhões de Sapiens.
É o mérito do atual sistema oral e escrito ter chegado a oito bilhões que causou o atual problema e não o demérito.
Temos que agradecer ao atual modelo e criar um novo, sabendo que a obsolescência dos modelos cooperativos é algo natural de uma Tecnoespécie como a nossa.
Andreas Antonopoulos, outro autor, por sua vez, afirma:
“O Bitcoin não é apenas uma moeda digital. É uma revolução na forma como confiamos.”
E segue:
“Pela primeira vez, temos um sistema financeiro que não depende de instituições centrais para funcionar.” Para ele, “a verdadeira inovação do Bitcoin é a descentralização da confiança — algo que muda tudo.”
Não é o Bitcoin que promove a revolução da confiança.
É a Uberização e a Blockchenização que fazem isso. O Bitcoin, como o Uber, como o Airbnb são exemplos de um novo modelo de confiança, que nos permite criar as bases da nova civilização.
Kevin Kelly, no livro The Inevitable, complementa: “A descentralização será a principal característica da nova infraestrutura global.” E também afirma: “Na economia do futuro, o centro não vai mais comandar a periferia. A rede será o novo centro.”
Por fim, sintetiza: “Quanto mais descentralizado for um sistema, mais resiliente ele se torna — e essa será a base da próxima era.”
Concordo, mas preciso ajustar algumas coisas.
Teremos redes mais descentralizadas, com um novo modelo mais distribuído com novos tipos de intermediação.
A intermediação não termina, ela se torna mais distribuída.
Volto a criticar a ideia de rede como sinônimo de distribuição.
Rede não é sinônimo de distribuição é um substantivo que precisa ser adjetivo, com mais ou menos centralização.
Ou se quiserem Redes Mais Gestoras e Redes Mais Curadoras.
O que nos reserva o futuro?
Estamos reinventando o modelo de sobrevivência da espécie.
O Sapiens 2.0 precisa ser mais autônomo, originalizado e corresponsável, pois somos 8 bilhões no planeta.
A descentralização, portanto, não é opção: é caminho obrigatório.
O que estamos vivendo é uma transformação civilizacional — de um mundo mais centralizado para um mundo muito mais descentralizado.
É isso, que dizes?










