Veja meus vídeos sobre o tema aqui.
A filosofia é o campo de estudos que se dedica às questões mais amplas do ser humano.
É a mãe de todas as ciências.
E, por causa, disso é antecipatória.
Antes das teorias, das metodologias e teorias sempre há um filósofo que abriu a estrada, abrindo um novo tempo de pensamento humano, como vemos na figura abaixo:
Assim, podemos ver o futuro muitas vezes, a partir das propostas de alguns filósofos, que pressentem a era seguinte e preparam o terreno, superando impasses para que as ciências de desenvolvam.
Ao estudar a abordagem dos filósofos em cada época, acredito que posso propor a divisão entre duas grandes linhas: os do ar e os da terra.
- Os do ar são aqueles que, por sua abordagem, resolveram tratar o ser humano como um homem sem corpo, não animal, não condicionado, que acreditava que dependia dele e de mais nada o seu destino, podemos citar os idealistas, muitos que antecederam o que se chama hoje a filosofia moderna e contemporânea e vários dentro dela, que não sentiram necessidade de incluir no seu pensamento o lado humano, o que não quer dizer que não traga, por causa disso, questões interessantes;
- Os do terra são aqueles que, por sua abordagem, resolveram tratar o ser humano como um homem com corpo, incluindo seu lado animal, condicionado, que acreditava que seu destino dependia também de fatores externos, tais como o momento histórico, a economia, a linguagem os fatos.
Assim, não podemos dizer que é ilógico que a nova leva de filósofos procure novas abordagens e incluam novos fatores condicionantes ao humano, que antes não eram levados em conta, sendo filósofos da terra, mais coerentes com seus antepassados mais próximos.
Assim, podemos apontar os trabalhos de Pierre Lévy (e seus possíveis influenciadores, que ainda não posso precisar) como inaugurais desse novo tempo, já que introduz a tecnologia como o novo elemento condicionante e em especial as tecnologias cognitivas, tais como a fala e a escrita no passado e o mundo digital para o futuro.
Dessa maneira, se pensarmos ser viável considerar que o humano é condicionado pela tecnologia como não imaginamos antes e vem como já sugeriu Marx com a economia e Wiggenstein com a linguagem trazer um novo modo de pensar e nos permitir rever o passado, o presente o futuro com novo olhar.
Não podemos dizer que a filosofia vai se espantar com algo assim, apenas deve procurar ver se faz sentido – já que não será o primeiro a procurar um novo campo de condicionantes para repensar toda a lógica, ainda mais quando surgem impasses, tais como compreender os motivos e causas dos protestos de junho no Brasil, motivados nada mais e nada menos por TECNOLOGIAS COGNITIVAS (no caso a Internet).
Se faz sentido e as tecnologias cognitivas podem ser considerados locomotivas da história, como tentarei demonstrar em posts futuros, podemos rever até a própria história da filosofia, que seria demarcada de outra maneira, agora marcada pelas quebras das tecnologias cognitivas:
- A Filosofia 1.o ou oral – que vai até a chegada da escrita e principalmente do alfabeto, marcando principalmente o mundo ocidental, com a filosofia Grega – que marcou o mundo ocidental até o fim do feudalismo;
- A Filosofia 2.0 ou escrita impressa – que vai de 1450, até a chegada do computador, em 1960 e da Internet 30 anos depois – que modulou toda a história, passando pelas revoluções liberalizantes;
- Filosofia 3.0 ou digital – que se inicia com a chegada da Internet e, a meu ver, será demarcada pela revisão humana do papel das tecnologias e das tecnologias cognitivas da sociedade como um novo elemento condicionante humano.
Tal revisão, nos leva a um novo tempo filosófico e que vai marcar as ciências humanas, com revisão em todos os problemas, fará revisão na maneira que pensamos a educação entrando por alguns áreas do estudo do cérebro e da psicologia.
Por fim, como fator adicional e causador destas rupturas o aumento da população, que cria periodicamente novos modelos de governança, já penetrando no campo político, social e econômico.
Que dizes?