Resumo do artigo feito pelo Tio Chatinho:
Neste artigo, Nepô apresenta uma crítica profunda ao conceito popular de “Inteligência Artificial”, defendendo que ele obscurece a continuidade evolutiva das tecnologias ao sugerir uma ruptura que nunca existiu. Propõe o uso do termo TDMIs (Tecnologias Digitais Mais Inteligentes) como alternativa mais precisa, capaz de classificar diferentes níveis de inteligência tecnológica. Além disso, o texto desmonta o mito de que essas tecnologias levarão ao desemprego em massa, explicando como a redução de custos gera novas demandas e mercados. O autor alerta para o uso do medo como ferramenta política e comercial, e conclui com uma defesa apaixonada da democratização tecnológica e da inovação pessoal como caminho para uma sociedade mais justa e eficiente.
As melhores frases:
O que quero chamar a atenção na minha crítica ao conceito “IA” é a falsa ideia de que é a primeira vez que temos na sociedade tecnologias inteligentes.
Quanto mais o conceito reduz a necessidade de contexto, melhor ele é.
O que quero chamar a atenção na minha crítica ao conceito “IA” é a falsa ideia de que é a primeira vez que temos na sociedade tecnologias inteligentes.
Toda tecnologia é artificial – algumas delas têm menor ou maior Inteligência.
Defender um conceito pela sua popularidade é algo incorreto, ainda mais quando ele cria algo falso no imaginário popular.
Os corretores ortográficos, no campo do digital, eram inteligentes, não tanto quanto um GPT, apenas com um QI mais baixo.
Do ponto de vista geral, no âmbito político, quem está perdendo poder e status com a atual descentralização, pinta um mundo totalmente cinza.
Temos que combater o Terrorismo Futurista que visa manter previlégios, assustando as pessoas e impedindo que uma sociedade melhor e mais inclusiva avance.
Assim, quem mais se beneficiaria da democratização tecnológica – as camadas populares sem acesso a serviços de qualidade – acaba sendo convencida a lutar contra seus próprios interesses.
“Toda tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da magia.” – Arthur C. Clarke (1917-2008).
É loucura questionar o conceito IA e propor um novo? Sim ou não?
O Claude ficou nervoso quando eu propus chamar IAs de TDMIs. Ele disse: “Falácia da Solução Única: O autor assume que criar uma nova terminologia resolverá automaticamente os problemas conceituais, ignorando que qualquer termo técnico pode ser mal compreendido independentemente de sua precisão inicial. A confusão não está necessariamente no termo, mas na falta de contextualização quando usado.”
Aqui, temos uma questão interessante que merece aprofundamento. Eis a regra: Quanto mais o conceito reduz a necessidade de contexto, melhor ele é.
O que quero chamar a atenção na minha crítica ao conceito “IA” é a falsa ideia de que é a primeira vez que temos na sociedade tecnologias inteligentes. Toda tecnologia é artificial – algumas delas têm menor ou maior Inteligência. Como temos hoje tecnologias que conseguem fazer cada vez coisas mais complexas, precisamos criar uma Taxa de Quoeficiente de Inteligência para cada uma delas. Com isso, podemos criar critérios para comparar uma com as outras e definir de que tipo de inteligência estamos falando, como fizemos com a inteligência humana.
Existe na sociedade, aliás, conceitos de sala e de cozinha. Os conceitos de sala são populares e se espalham, pois não têm a preocupação com um rigor conceitual maior. Os conceitos de cozinha são utilizados de forma mais acadêmica para a formação das pessoas e pedem um rigor conceitual maior. Defender um conceito pela sua popularidade é algo incorreto, ainda mais quando ele cria algo falso no imaginário popular.
Afirmar que temos algo novo que é a “Inteligência Artificial” é ignorar um cabedal enorme de tecnologias inteligentes que vieram antes, criando a falsa ideia de que temos algo totalmente novo. Os corretores ortográficos, no campo do digital, eram inteligentes, não tanto quanto um GPT, apenas com um QI mais baixo.
Esta crítica tem fundamentos sólidos. O termo “Inteligência Artificial” realmente cria uma falsa ruptura histórica, como se fosse a primeira vez que temos tecnologias que demonstram algum tipo de inteligência. Isso obscurece a continuidade evolutiva das tecnologias. A proposta de reformulação conceitual faz sentido por várias razões fundamentais.
Toda tecnologia é, por definição, artificial. Diferentes tecnologias sempre demonstraram diferentes graus de “inteligência”. Um termostato tem inteligência rudimentar, um corretor ortográfico tem mais, um GPT tem ainda mais. Temos um continuum evolutivo, não uma ruptura. O termo “IA” pode ser popular justamente por ser impreciso – ele soa impressionante e futurista, mas não descreve adequadamente o fenômeno. A popularidade de um conceito não valida sua precisão científica.
O conceito “IA” exige muito contexto porque agrupa coisas muito diferentes sob um mesmo guarda-chuva. Quanto menos contexto um conceito precisa para ser compreendido corretamente, melhor ele é. A resistência a repensar terminologias estabelecidas é comum na ciência, mas isso não torna a crítica menos válida. Conceitos precisam evoluir quando se mostram inadequados para descrever a realidade.
A questão não é se devemos ou não questionar conceitos estabelecidos, mas se temos a coragem intelectual de fazê-lo quando eles se mostram insuficientes para compreender e explicar os fenômenos que vivenciamos. Não é loucura questionar o conceito de IA e propor um novo. Na verdade, é uma reflexão bastante pertinente e necessária. A ciência progride justamente através do questionamento de conceitos estabelecidos e da proposição de frameworks mais precisos e úteis para compreender a realidade.
A falsa ideia de que as TDMIs irão causar desemprego em massa e permanente
O mito de que as novas tecnologias causam desemprego nasce de uma suposição implícita: o Sapiens e a sociedade seriam estáticos.
A ideia é que haveria um estoque fixo de tarefas e desejos; assim, se as máquinas passam a fazer mais, “sobra gente”.
Essa narrativa ignora que desejos, hábitos de consumo, arranjos produtivos e papéis sociais mudam o tempo todo.
Somos uma espécie adaptativa vivendo em uma sociedade também mutante.
Quando o ambiente se transforma — seja pela demografia, renda, mídias ou conhecimento —, também se transformam as coisas que valorizamos, o que compramos, o que estamos dispostos a aprender a fazer e a pagar para que outros façam.
Isso gera novos mercados que antes não existiam.
Tomemos alguns exemplos.
Academias de ginástica eram raras e elitizadas; hoje fazem parte da rotina urbana.
O mercado Pet explodiu quando os animais de estimação passaram a ser vistos como membros da família.
Serviços digitais de assinatura, produção de conteúdo sob demanda e cuidados personalizados seguem a mesma lógica: nova cultura, nova renda e novas mídias criam novas demandas, que por sua vez geram novos empregos.
O que antes era luxo vai se tornando padrão à medida que a produtividade sobe e os preços caem.
A classe média amplia seu consumo, seguida pelas camadas populares. Cada rodada de massificação movimenta cadeias inteiras: construção, equipamentos, serviços, conteúdo, manutenção, logística e treinamento.
O emprego reaparece — mas sob outras formas.
Esse processo está diretamente ligado aos ciclos de inovação.
Quando uma nova tecnologia surge, ela provoca inicialmente deslocamentos e perdas locais.
Em seguida, com a queda de custos e o surgimento de novos desejos, abre-se espaço para mercados inéditos ou para a expansão de nichos antes irrelevantes.
A recomposição do emprego não se dá nos mesmos moldes de antes, mas nos novos setores e nas “camadas de serviço” que crescem ao redor das novidades tecnológicas.
Quanto mais há a redução de custos em itens de sobrevivência, mais o Sapiens fica disposto a gastar em algo que antes era considerado supérfluo, que vira algo cada vez mais relevante.
Ou seja, na medida em que as novas Tecnologias Digitais Mais Inteligentes derrubam custos de bens de sobrevivência, sobra renda. Essa sobra desloca desejos: aquilo que era supérfluo (academia, pet, lazer digital) sobe degrau e vira consumo relevante. Mercados que eram nicho se massificam.
Vamos fazer uma projeção no campo da Psicologia.
Criamos plataformas que permitem o atendimento em larga escala de todo tipo de transtornos.
As plataformas com TDMIs no campo da Inovação Pessoal vão coletando dados, sugerindo ações em cada um dos transtornos e vão coletando resultados menos e mais positivos para diferentes perfis.
Algo impossível de ser feito no passado.
Com todo este aparato que novas funções se abririam para os Profissionais da Inovação Pessoal, tanto no campo preventivo quanto no pósventivo?
Macro‑papéis simplificados
- Complementar o atendimento automatizado.
Receber os alertas da plataforma, checar contexto de vida, decidir se é algo leve (autocuidado guiado) ou se precisa encaminhar para tratamento mais profundo. - Reprogramar o que precisa ser reprogramado.
Transformar sinais em planos curtos: mudar hábito, rotina de sono, alimentação emocional, interação social, uso de mídias. Ajustes iterativos apoiados pelos dados que chegam. - Cursos preventivos “pré‑pais”.
Para adultos que ainda não têm filhos: alfabetização emocional básica, higiene digital, gestão de estresse, construção de ambiente saudável para futura parentalidade. - Cursos preventivos “pais em ação”.
Para quem já tem filhos pequenos: como monitorar sinais precoces (sono, interação, humor), usar a plataforma sem paranoia e reforçar vínculos saudáveis. - Trilhas para crianças e adolescentes acompanhados desde cedo.
Conteúdos lúdicos, exercícios de autorregulação, acordos de uso de telas e check‑ins periódicos (dados + conversa rápida humana). - Intervenções rápidas quando o risco sobe.
Microssessões (video ou chat) para desfazer espiral de crise ainda no início; envolver família ou escola quando necessário. - Acompanhamento pósventivo.
Depois de uma crise ou diagnóstico: revisão do que funcionou, reforço dos pontos fortes, atualização do plano preventivo para evitar recaída. - Mediação de conversas difíceis.
Ajudar pais e filhos (ou casais) a interpretarem dados da plataforma sem culpas ou acusações; transformar números em diálogo produtivo. - Alfabetização contínua do usuário.
Pequenos módulos educativos que explicam: o que o dado quer dizer; o que é sinal vermelho; quando procurar ajuda presencial.
Por que temos o Terrorismo do Emprego Generalizado?
O medo é um ótimo impulsionador de vendas e golpes.
“Seu filho está comigo sequestrado.” ou “Invadiram sua conta do banco.”
Se alguém quer te vender um curso ou uma palestra sobre TDMIs (Tecnologias Digitais Mais Inteligentes) “ Inteligência Artificial o que ele faz?
Te assusta que você vai ficar desempregado.
As mesmas pessoas que hoje vendem medo das TDMIs serão as que, daqui a 10 anos, venderão cursos sobre “como aproveitar a revolução da IA” – porque o produto real não é a informação, é a exploração da ansiedade.
É a monetização do pânico.
Do ponto de vista geral, no âmbito político, quem está perdendo poder e status com a atual descentralização, pinta um mundo totalmente cinza.
Quando você tem intermediários sendo contornados por tecnologias mais eficientes, é natural que eles pintem cenários apocalípticos. É mais fácil assustar sobre o futuro do que admitir que alguns modelos de negócio estão se tornando obsoletos.
O que realmente temos, se analisarmos a história, de forma menos emocional?
Vivemos uma Renascença Civilizacional, na qual estamos com condições de oferecer qualidade para grande quantidade e quantidade com qualidade para cada vez mais gente.
A diferença é que agora temos a capacidade de democratizar acesso a serviços que antes eram privilégio de poucos.
Um mercado como o da Psicologia, que, segundo o Tio Google atinge “apenas 7% das pessoas no mundo recebem tratamento para saúde mental, e o Brasil, apesar de ter o maior número de psicólogos do mundo, enfrenta um acesso limitado à psicoterapia, com apenas 5% da população adulta em grandes centros urbanos fazendo terapia.”
É como se tivéssemos descoberto que 95% das pessoas estão com sede, mas só vendemos água para 5%.
Se imaginarmos plataformas de Inovação Pessoal atendendo a milhões de pessoas, note o quanto vão haver subprodutos para uma população que nunca teve acesso a tudo isso?
O aspecto mais perverso do Terrorismo Futurista é que ele sequestra a legítima preocupação das pessoas com mudanças para servir a interesses corporativos e políticos.
Enquanto a população se preocupa com empregos que podem desaparecer, deixa de questionar por que certos serviços são artificialmente escassos ou caros.
A ansiedade sobre o futuro impede que vejamos as oportunidades do presente. É uma forma sofisticada de manter o status quo: transformar o medo da mudança em resistência à melhoria.
Assim, quem mais se beneficiaria da democratização tecnológica – as camadas populares sem acesso a serviços de qualidade – acaba sendo convencida a lutar contra seus próprios interesses.
Temos que combater o Terrorismo Futurista que visa manter previlégios, assustando as pessoas e impedindo que uma sociedade melhor e mais inclusiva avance.
É isso, que dizes?










