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Resumo do Tio Chatinho:

Neste artigo, Nepô apresenta o conceito de “Cancelamento Histórico” como um fenômeno perigoso que ignora a complexidade dos personagens do passado. Através do Nomismo, ele propõe nomear e refletir sobre esse hábito de anular legados inteiros por falhas pontuais. Usando exemplos como Lutero e Malthus, o texto convida o leitor a praticar uma curadoria histórica mais madura e crítica. A verdadeira evolução, afirma, exige separar o joio do trigo e construir pontes, e não apertar botões de exclusão moral. O artigo defende que maturidade conceitual é filtrar, não apagar.

Aqui estão as melhores frases do artigo de hoje:

“Nomear é iluminar o invisível e dar poder à reflexão.”;
“Fenômenos não nomeados permanecem nas sombras, sempre nos surpreendendo como se fossem inéditos.”;
“Cancelar o passado é negar a complexidade da jornada humana.”;
“A verdadeira maturidade intelectual não está em condenar, mas em filtrar, contextualizar e extrair valor das experiências históricas.”;
“O Sapiens 2.0 precisa de curadoria, não de tribunal.”;
“Cancelar é apertar um botão; filtrar é construir uma ponte.”;
“A história não é um tribunal, mas um laboratório de aprendizagem.”;
“O Nomismo liberta — o cancelamento aprisiona.”;
“O Nomismo transforma confusão em clareza.”;
“O Cancelamento Histórico é o sintoma de uma sociedade que prefere julgar rapidamente a entender profundamente.”;
“Reconhecer uma contribuição não significa concordar com tudo o que a pessoa fez ou disse.”;
“Separar partes, não anular o todo.”;
“A maturidade conceitual exige que se reconheça falhas sem apagar legados.”;
“Cancelar é fácil. Filtrar é difícil; anular é rápido. Compreender é trabalhoso; julgar é automático. Refletir é escolher.”;
“O verdadeiro progresso exige maturidade para lidar com contradições.”

“Aqueles que não conseguem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo.” George Santayana (1863–1952)

Nomear algo significa transformar experiências abstratas e indefinidas em conceitos tangíveis e compreensíveis.

Se acontece algo em sua vida e você já deu algum nome para aquilo, fica mais fácil lidar.

Por exemplo, a expressão que uso Paranoia de Gaveta, ficar imaginando coisas, a partir de algo muito mais imaginado do que concreto.

Quando começo a perceber sentimentos deste tipo, logo me digo: “Olha a Paranoia de Gaveta de volta”.

Defini esse tipo de atividade, conhecida no Brasil, por dar “nomes aos bois” de Nomismo.

O Nomismo surge como uma abordagem metodológica que impulsiona o processo intelectual de ressignificação e aprofundamento da compreensão da realidade.

  • Fenômeno = a um nome;
  • Nome = a reconhecimento do fenômeno;
  • Reconhecimento do Fenômeno = aprofundamento sobre ele;
  • Aprofundamento sobre ele = melhoria da nossa relação com ele.

Nomear é mais do que simplesmente atribuir rótulos.
É refletir sobre determinado fenômeno e identificá-lo para poder sempre ir melhorando nossa relação com ele.

Nomear é iluminar o invisível e dar poder à reflexão.

Trata-se de um processo transformador, capaz de capturar nuances complexas, cristalizar padrões de comportamento e construir pontes de entendimento entre experiências aparentemente desconexas.

Ao atribuir um nome a um fenômeno, não o restringimos; ao contrário, o libertamos da invisibilidade e da indefinição, possibilitando que seja estudado, compreendido e até mesmo transformado.

Este é o objetivo: tornar o invisível, mais visível, usando o Revelacionismo.

Fenômenos não nomeados permanecem nas sombras, sempre nos surpreendendo como se fossem inéditos.

O Nomismo na verdade é uma das atividades importantes do Revelacionismo, tornar visíveis forças que influenciam nas nossas vidas que estão ocultas e invisíveis.

O Nomismo, assim, revela-se como uma ferramenta essencial para a evolução do conhecimento e da consciência humana.

Ao nomearmos comportamentos, tendências sociais ou padrões psicológicos, criamos imediatamente espaços férteis para a reflexão e análise.

É como iluminar um ambiente antes escuro, expondo detalhes, nuances e conexões até então imperceptíveis, permitindo que a compreensão se expanda e novos saberes floresçam.

O Nomismo, assim, transforma confusão em clareza.

Nomear é o primeiro passo para transformar a invisibilidade em compreensão, e a compreensão em possibilidade de mudança.

Dentro das atividades do Nomismo surge a necessidade de criar o Cancelamento Histórico.

O caso se repete muitas vezes em sala de aula.

Ao citar alguns personagens do passado que têm uma importância histórica relevante para a compreensão do digital são citados.

E não é incomum que um participante da aula, levante o braço e critique aquele personagem, como se não pudéssemos falar nele, como se estivesse Cancelado Historicamente.

Pergunto: basta descobrir uma falha no passado de alguém para que todo o seu legado seja colocado em xeque?

Cancelar o passado é negar a complexidade da jornada humana.

Todo personagem histórico carrega luzes e sombras — e precisamos aprender com ambas.

Acredito que uma coisa não inviabiliza a outra.

É o que estamos chamando de Cancelamento Histórico.

O que é Cancelamento Histórico?

O cancelamento histórico acontece quando alguém pega um aspecto negativo da vida ou das ideias de uma figura histórica e usa isso para anular completamente sua contribuição.

Como se um determinado erro bastasse para invalidar todo o resto.

E como se você lembrasse do autor, estivesse, de alguma forma, batendo palma para aquilo que ele não foi tão legal.

Fato é que quando temos personagens mais polêmicos, é bom, logo de cara, admitir que existem problemas específicos, mas que vai se falar de algo mais geral e relevante.

A intenção de quem levanta a bola, muitas vezes, é boa. As pessoas querem ser éticas, conscientes, “do bem”.

Mas, ao fazer isso, cometem um erro reflexivo grave: passam a olhar a história com um filtro moral atual, ignorando contexto, complexidade e relevância estrutural.

O Cancelamento Histórico é o sintoma de uma sociedade que prefere julgar rapidamente a entender profundamente.

A verdadeira maturidade intelectual não está em condenar, mas em filtrar, contextualizar e extrair valor das experiências históricas.

O caso Lutero (e tantos outros)

Outro dia, em sala de aula, mencionei Lutero como uma figura essencial na virada da sociedade moderna.

Afinal, foi ele o primeiro que traduziu a Bíblia do latim para uma língua europeia (o alemão), distribuiu o texto das suas ideias, via cavalo, criou as primeiras escolas nas igrejas (para que os fiéis pudessem ler a bíblia) e rompeu com a hegemonia da Igreja — algo fundamental para a formação do mundo contemporâneo.

Na hora, uma aluna reagiu:

“Mas ele era antissemita! Cometeu atrocidades! Como você pode falar bem dele?”

A questão é: reconhecer uma contribuição não significa concordar com tudo o que a pessoa fez ou disse.

Lutero foi contraditório — como quase todos os que fazem história.

O erro está em achar que um comportamento condenável anula uma contribuição estrutural.

Malthus e o filtro seletivo

O mesmo acontece com Thomas Malthus, o primeiro grande Demografista moderno, que também toda vez que é citado, tem alguém que se levanta contra ele.

Foi ele quem chamou atenção, lá atrás, por volta de 1800, para a relação entre aumento populacional e crises — uma percepção fundamental para entendermos as dinâmicas sociais.

Mas como ele não viu soluções viáveis, acabou dizendo algo do tipo:
“Bom, mais gente no mundo, muita gente vai acabar morrendo sem que possamos fazer nada.”

Hoje, isso soa frio, inaceitável.
E por causa dessa frase, muita gente cancela completamente o Malthus e se recusa até a discutir sua teoria.

Só que, se você ignora a percepção central — de que o crescimento populacional pressiona os sistemas de sobrevivência — perde uma chave valiosa para entender o mundo de ontem, de hoje e de amanhã.

Separar partes, não anular o todo

Na Bimodais, fazemos isso o tempo todo.

Pegamos o que consideramos essencial de pensadores como McLuhan — sua leitura sobre o papel das mídias na macro-história, por exemplo — e deixamos de lado outras partes com as quais não concordamos ou que achamos menos relevantes.

Não é incoerência.


É uma espécie de curadoria histórica reflexiva, aproveitando o que há de melhor e deixando o que não serve para trás.

Aliás, este é o papel de um renascentista: saber separar o joio do trigo, percebendo quais são os trigos que serão ainda úteis para o Sapiens 2.0.

O grande barato é aproveitar o melhor de cada autor sem idolatrar ninguém.

O Sapiens 2.0 precisa de curadoria, não de tribunal.

É possível criticar uma parte sem negar o todo.

Cancelar é apertar um botão; filtrar é construir uma ponte.

Cancelar é apagar; curar é integrar.

A maturidade conceitual exige que se reconheça falhas sem apagar legados.

Cada figura histórica é um mosaico imperfeito, e nossa tarefa não é destruí-lo, mas reconhecer os padrões que o tornam significativo.

O problema do cancelamento histórico é que ele impede essa filtragem fina.
Funciona com um botão binário: ou tudo, ou nada.

E com isso, empobrece o debate, a educação e o próprio pensamento.

Conclusão: contra o cancelamento, a curadoria

Em vez de analisar, separar, contextualizar, muita gente prefere o atalho do julgamento.
Cancelar é mais rápido.
Dá uma falsa sensação de coerência moral.

Mas nos afasta da complexidade, da nuance, da compreensão real das transformações históricas.

A história é feita de pessoas imperfeitas que, apesar de suas falhas, ajudaram a construir o mundo em que vivemos.

Se quisermos entender esse mundo com mais profundidade, precisamos aprender a separar o joio do trigo — e não jogar tudo fora por causa de um espinho.

  • Cancelar é fácil. Filtrar é difícil;
  • Anular é rápido. Compreender é trabalhoso;
  • Julgar é automático. Refletir é escolher.

A lucidez histórica nasce do esforço — não de jogar a lavoura inteira fora.

A história não é um tribunal, mas um laboratório de aprendizagem.

Quem cancela o passado, fecha a porta para entender o presente.

O verdadeiro progresso exige maturidade para lidar com contradições.

Nenhum pensador é perfeito — e nem precisa ser, para ter algo a ensinar.

Cancelar é um ato de simplificação; compreender é um exercício de complexidade.

Se quisermos formar o Sapiens 2.0, precisamos parar de pensar em termos de “tudo ou nada”.

E aprender a extrair o essencial mesmo de fontes imperfeitas.

Isso se chama lucidez histórica.

Isso se chama maturidade conceitual.

Isso é o oposto do cancelamento.

O Nomismo liberta — o cancelamento aprisiona.

É isso, que dizes?

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Abraços, Nepô.

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