Link para o Podcast LM/Bimodais debatendo um dos conceitos clássicos da Bimodais: https://encurtador.com.br/Ii9vI
Frases de destaque:
- “O tênis que usamos, o caderno que escrevemos e o shampoo que usamos para lavar o cabelo são tão tecnologias como uma das TDMIs (Tecnologias Digitais Mais Inteligentes).”;
- “As outras espécies do planeta vivem no planeta, o Sapiens criou o seu próprio Tecnoplaneta.”;
- “Todas as tecnologias antigas que usamos de forma natural são consideradas tudo menos tecnologia.”;
- “As tecnologias antigas se tornam tão íntimas de nós que as confundimos com a paisagem.”;
- “É como um peixe que não vê a água: as tecnologias antigas estão em toda nossa volta, mas não as percebemos.”;
- “O grande norte da Civilização 2.0, entretanto, é fácil de entender: indo sempre e cada vez mais de menos para mais descentralização.”
Resumo do Tio Chatinho:
Neste artigo, Nepô analisa a Renascença 2.0 como um momento fundamental para a revisão do Prompt Civilizacional, impulsionado pela Revolução Digital. Ele discute a importância das mídias como próteses cognitivas, o impacto da Ilusão da Tecnologia Naturalizada e a necessidade de compreender o Sapiens como uma Tecnoespécie. Além disso, destaca os desafios e direções para uma Civilização 2.0 mais descentralizada e singularizada.
“Nós moldamos nossas ferramentas e, em seguida, elas nos moldam.” – John M. Culkin (1928 -93).
A ilusão da tecnologia naturalizada: repensando nossa relação com a tecnologia
Comecemos do início.
O primeiro problema que temos para entender o novo cenário é o que vamos chamar de Ilusão da Tecnologia Naturalizada.
Foi para o Glossário Bimodal:
Ilusão da Tecnologia Naturalizada é o fenômeno em que tecnologias amplamente difundidas e incorporadas ao cotidiano deixam de ser percebidas como tecnologias, passando a ser vistas como elementos naturais da vida. Esse processo gera a falsa sensação de que as novas tecnologias são tecnologias e as velhas são outra coisa, obscurecendo, assim, o impacto real que tiveram na transformação das sociedades na sua época. Essa ilusão dificulta a compreensão de como novas tecnologias moldam a sociedade.
A Ilusão da Tecnologia Naturalizada reforça a fantasia de que somos Sapiens puros e não uma Tecnoespécie.
Essa ilusão reforça a fantasia de um Sapiens não tecnológico, um ser humano que existiria independentemente de qualquer ferramenta ou tecnologia.
Essa distorção não apenas obscurece o papel histórico das tecnologias, mas também alimenta a falsa dicotomia entre “novo” (tecnológico) e “velho” (não tecnológico), dificultando nossa capacidade de analisar criticamente o presente e o futuro.
A tecnologia, portanto, não é um elemento externo à humanidade, mas sim uma extensão de nós mesmos, fundamental para nossa sobrevivência, evolução e organização social.
Tecnologia não se resume a máquinas complexas: é qualquer artefato ou técnica que amplie nossas capacidades, desde um garfo até um algoritmo.
A sociedade não é, assim, um lugar natural, mas sempre foi Tecnonatural, pois vamos naturalizando as novas tecnologias tornando-as invisíveis.
As tecnologias antigas se tornam tão íntima de nós que as confundimos com a paisagem.
É como um peixe que não vê a água: as tecnologias antigas que estão em toda nossa volta, mas não a percebemos.
Há movimentos de pessoas indo para lugares distantes com menos gente para “fugir das tecnologias”, mas o que elas fazem, no fundo, é se recusar a usar as novas tecnologias.
Quando estamos vivendo a fantasia do Sapiens Não Tecnológico começamos a considerar que a sociedade está sendo invadida pela primeira vez por tecnologias, sem entender que isso sempre ocorreu.
Foi para o Glossário Bimodal:
Sapiens Não Tecnológico é a ilusão de que o ser humano pode existir sem o uso de tecnologias, ignorando que desde suas origens o ser humano sempre desenvolveu ferramentas para ampliar suas capacidades e adaptar-se ao ambiente. Essa visão equivocada desconsidera que a tecnologia não é um elemento externo à humanidade, mas uma extensão do próprio ser humano, fundamental para sua sobrevivência, evolução e organização social. A ideia de um Sapiens Não Tecnológico é, portanto, um mito, pois a história da espécie é inseparável da criação e do uso de instrumentos para transformar o mundo ao seu redor.
O tênis que usamos, o caderno que escrevemos e o shampoo que usamos para lavar o cabelo são tão tecnologias como uma das TDMIs (Tecnologias Digitais Mais Inteligentes).
As outras espécies do planeta vivem no planeta, o Sapiens criou o seu próprio Tecnoplaneta.
Foi para o Glossário Bimodal:
Tecnoplaneta é a visão de que a Terra, tal como a conhecemos hoje, não é apenas um ambiente natural, mas para o Sapiens é um espaço profundamente modificado e moldado pelas tecnologias desenvolvidas por nós ao longo da nossa existência. Esse conceito destaca que a interação entre humanidade e tecnologia é inseparável, sendo a própria sobrevivência e evolução da espécie condicionada à criação de ferramentas, infraestruturas e sistemas tecnológicos.
Em sala de aula costumo contar uma história inventada por mim que uma aluna chamada Mônica, que tinha uma casa num lugar bem natureba, se dizia uma Pessoa Tecnopura.
E eu perguntava como ela ia para a casa natureba dela: de carro? vestida? pela estrada? E quando chegava lá como tinha luz à noite? Como comia? Onde deitava?
Todas as tecnologias antigas que usamos de forma natural são consideradas tudo menos tecnologia.
A ironia revela o paradoxo: mesmo quem rejeita “tecnologias modernas” depende de tecnologias antigas naturalizadas. O caderno, o tênis e o sabão são tão tecnológicos quanto um smartphone – apenas mais invisíveis.
O primeiro passo para entender o futuro é conseguirmos tirar do nosso Prompt a ideia que tecnologia são só as novas e as velhas são outra coisa.
Enquanto não entendermos que somos uma Tecnoespécie fica impossível entender onde estamos e para onde vamos diante do Digital.
O papel das mídias na nossa história
As mídias são frequentemente vistas pelo mainstream como neutra, algo secundário e pouco relevante.
Assim, como o papel das outras tecnologias na história humana.
Note que o Sapiens, diferente das outras espécies, tem a capacidade de estar o tempo todo se repensando e se recriando.
A mente humana é o diferencial de sobrevivência da nossa espécie.
Os outros animais são instintivos, nós somos reflexivos.
O que diferencia o Sapiens das outras espécies é justamente a habilidade de potencializar sua mente por meio de ferramentas externas.
A mídia é, na verdade, uma Prótese Cognitiva.
Foi para o Glossário Bimodal:
Prótese cognitiva – é o papel que a mídia exerce na nossa mente, como um complemento para que possamos, a cada nova mídia, ter a capacidade de pensar, interagir e cooperar melhor. Essas extensões cognitivas permitem que o Sapiens amplie sua memória, raciocínio e criatividade.
As mídias não são elementos neutros ou secundários, mas sim ferramentas fundamentais que moldam nossa cognição
Se trocamos a prótese da mente – a parte mais relevante do Sapiens não é de se admirar que, a partir disso, possamos dar guinadas civilizacionais.
Cada nova mídia que surge funciona como uma extensão do cérebro humano, permitindo que a mente pense de forma mais complexa e potencializada do que antes.
No entanto, as novas mídias não surgem de forma aleatória ou por simples inovações culturais. Elas emergem como respostas diretas à crescente complexidade demográfica.
À medida que as sociedades se tornam maiores e mais complexas, a necessidade de modelos de comunicação mais sofisticados se torna evidente.
A nova mídia, uma nova prótese cognitiva, portanto, é o primeiro passo dessa transformação, permitindo um salto na maneira como nos comunicamos e cooperamos.
Temos que entender o Espiral Civilizacional Progressivo.
Foi para o Glossário Bimodal:
O Espiral Civilizacional Progressivo descreve a evolução das civilizações humanas em ciclos recorrentes, impulsionados pelo aumento populacional e pela necessidade de adaptação dos modelos de comunicação e cooperação. Esse processo ocorre em três etapas: a Revolução Midiática, quando surge uma nova mídia que possibilita um modelo de cooperação mais descentralizado; a Consolidação da Nova Civilização, momento em que esse novo modelo se torna amplamente adotado; e a Crise Civilizacional, quando o crescimento demográfico torna obsoletos os modelos de cooperação vigentes, exigindo uma nova revolução midiática. Esse fenômeno reflete a Descentralização Progressiva, sendo a única estratégia sustentável para lidar com a Complexidade Demográfica Progressiva.
O que ocorre é que na etapa Revolução Midiática, logo depois, temos o que vamos chamar de Renascença Civilizacional.
Foi para o Glossário Bimodal:
A Renascença Civilizacional é o momento em que ocorre um ajuste dos antigos paradigmas para novos, afetando a forma como sentimos, pensamos e agimos. Esse fenômeno cumpre o papel de preparar a transição de uma civilização menos sofisticada para uma mais avançada, que pode contar com novos modelos de comunicação e cooperação. Ele representa a primeira etapa do Espiral Civilizacional Progressivo, funcionando como uma Guinada Civilizacional que possibilita a adaptação a uma Complexidade Demográfica maior. Esse processo ocorre de forma recorrente na história, sendo essencial para a criação de novos Paradigmas Estruturais que sustentam novas Eras Civilizacionais. Na Renascença iniciamos a mudança do nosso Prompt Civilizacional.
Compreender as mídias como próteses cognitivas e reconhecer sua relação direta com o avanço demográfico nos ajuda a entender como se formam e se transformam as civilizações. A cada nova mídia, inicia-se um ciclo de renovação que altera a forma como cooperamos e interagimos, marcando momentos de forte evolução social.
Renascenças Civilizacionais e o Prompt Existencial
As Renascenças Civilizacionais não são meras atualizações de aplicativos, mas sim verdadeiras reinstalação do sistema operacional da sociedade.
Renascenças Civilizacionais vêm para fazer os ajustes necessários entre formas de pensar da antiga e obsoleta civilização para a mais sofisticada – mais adequada à complexidade do novo patamar demográfico.
Nesses períodos de transição, emergem os “Conceituadores Renascentistas”, indivíduos que, de forma mais ou menos consciente, desempenham o papel de “hackers” sociais, propondo alterações profundas no Prompt Civilizacional.
Um exemplo marcante desse ciclo ocorreu com o surgimento do alfabeto grego, (como explorado por Eric Havelock (1903–1988) em seu livro A Revolução da Escrita na Grécia).
O alfabeto grego, que aprimorou a escrita, permitiu que novas ideias surgissem e, com elas, uma profunda transformação da civilização com o desenvolvimento da filosofia, da democracia e de novos padrões de organização social.
Na Renascença da prensa, o Prompt Civilizacional foi moldado por figuras como:
- Martinho Lutero (1483–1546): quebrou o monopólio do conhecimento religioso ao traduzir a Bíblia e popularizar a alfabetização;
- René Descartes (1596–1650): Introduziu o pensamento baseado em lógica e métodos científicos, pavimentando o caminho para a ciência moderna.
Tivemos em ambos os casos recorrentes Renascenças Civilizacionais impulsionadas por uma nova mídia.
No momento atual, os Prompts Civilizacionais precisam ser revistos para lidar com a complexidade de um mundo que saltou de um para oito bilhões de Sapiens em cerca de 200 anos.
O que é, então, o Prompt Civilizacional?
O Prompt Civilizacional é o conjunto de Paradigmas Estruturantes que guiam nossa forma de sentir, pensar e agir.
Hoje, temos na maior parte das regiões do planeta empresas, modelos sociais, políticos e econômicos, que são filhos das mídias passadas.
No futuro, vamos ter que nos reinventar para poder num planeta mais descentralizado, revendo todos os modelos estruturais que estamos acostumados.
O grande norte da Civilização 2.0, entretanto, é fácil de entender: indo sempre e cada vez mais de menos para mais descentralização.
Temos alguns desafios para a construção do Prompt Civilizacional 2.0, que vai nos levar na seguinte direção:
- Descentralização: estruturas sociais, políticas e econômicas muito mais descentralizadas, que vão precisar de um ordenamento completamente diferente do que estamos acostumados;
- Singularização: um boom da personalização de cada Sapiens, com o aumento exponencial da responsabilização e um uso infinitamente maior da Mente Secundária.
Ao compreendermos a dinâmica das Renascenças Civilizacionais e o papel do Prompt Civilizacional, podemos nos preparar para construir um futuro mais adaptado aos desafios do nosso tempo e um futuro mais descentralizado, singularizado.
É isso, que dizes?
“Na Bimodais temos a oportunidade para reflexões mais aprofundadas.” — Pedro Flexa Ribeiro, Diretor do Colégio Andrews.
Estamos começando a Décima Terceira Imersão (que vai de janeiro a julho de dois mil e vinte e cinco).
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Mais dúvidas?
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