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#livro_da_filosofia – dialogando com este autor.
Frases de Divulgação do Artigo:
- O que ocorre hoje é que fica muito fácil um dito filósofo se esconder da sua obrigação de cientista por trás de um discurso “estou questionando tudo, pois eu sei que nada sei”.
- Dessa forma, teríamos o fim desta confusão filosófica, que se arrasta há muito tempo, um diálogo que pode aparentemente tudo e entrega muito pouco.
- A filosofia passou a ser uma espécie de campo um pouco artístico, um pouco religioso e um pouco científico, conforme o gosto de cada “pseudo-filósofo”.
- Não se está propondo acabar com os diálogos que ocorrem no chamado campo “Filosofia”, mas organizá-los de outra maneira para que sejam mais produtivos e úteis para a sociedade.
- Porém, a Filosofia passou a se constituir num campo confuso, que ao invés de ajudar passou a atrapalhar a capacidade do Sapiens de pensar e agir.
- Novas mídias descentralizadoras geram movimentos Renascentistas Civilizacionais, que nos tiram de pensamentos menos para mais sofisticados.
- Foi a nossa capacidade de falar que nos permitiu não mais ir atrás da comida, mas produzir a comida, via agricultura e domesticação dos animais.
- Conforme a limitação das mídias, temos uma capacidade maior ou menor de reflexão sobre os fenômenos.
- Sempre teremos determinados Paradigmas e Modelos de Sobrevivência que são limitados às mídias de plantão.
- Uma tradição foi criada, na qual passamos a ter um campo (a filosofia) que passou a ocupar um espaço cinzento, de forma equivocada, entre a ciência e a arte.
- O Sapiens sempre sai de paradigmas mais percepcionistas e menos reflexivos para mais padronistas e mais reflexivos.
- Novas mídias descentralizadoras geram movimentos Renascentistas Civilizacionais, que nos tiram de pensamentos menos para mais sofisticados.
Vamos ao Artigo:
“A dúvida não é uma condição agradável. Mas a certeza é uma condição absurda.” – Voltaire.
(Do Acervo dos nossos Conceituadores da Inovação Preferidos)
Não, não gosto de ficar procurando cabelo em ovo.
Eu estava usando bastante o termo filosofia.
Mas chegou um determinado momento que ele começou mais me atrapalhar do que me ajudar.
Comecei a ver que o termo Filosofia é usado para muitas coisas que acabam se embolando.
Mas quando encontro um conceito que mais me atrapalha do que ajuda sou obrigado – por uma questão de responsabilidade e coerência com o meu trabalho – a questioná-lo.
A origem do conceito vem do seguinte:
Filo (amor) à Sophia (sabedoria).
Se analisarmos a jornada humana, a partir do Motor da História 2.0, vamos descobrir novidades interessantes.
Podemos perceber que quanto mais o Sapiens avança no tempo, aumentando a população, mais e mais ele precisa de:
- Mídias mais sofisticadas que o permita melhorar a cooperação, a criação, o pensamento;
- Uma Mente mais reflexiva, pois cada vez temos mais complexidades a serem administradas;
- E Paradigmas cada vez mais baseados na reflexão e em padrões do que no passado.
Quando surgiram os primeiros pensadores mais sofisticados, ou que procuravam mais padrões do que percepções, passaram a ser chamados de filósofos.
Filósofo na sua origem era alguém que observava Paradigmas menos refletidos e passava a refletir sobre eles, sugerindo melhorias sobre eles.
Na verdade, o que tivemos, desde o início, foi o surgimento da ciência, que, ao invés de se chamar ciência, se passou a chamar filosofia.
E aí começa uma certa confusão, que vem se estendendo ao longo dos séculos.
Se aplicarmos os novos padrões da Ciência Social 2.0 poderemos situar melhor o diálogo sobre ciência e filosofia.
Sempre teremos determinados Paradigmas e Modelos de Sobrevivência que são limitados às mídias de plantão.
Conforme a limitação das mídias, temos uma capacidade maior ou menor de reflexão sobre os fenômenos.
Novas mídias criam movimentos renascentistas, que passam, pelas novas Tecnopossibilidades, a questionar os antigos Paradigmas.
Veja que no “Livro da Filosofia”, temos o seguinte:
“Durante o período arcaico (meados do século VIII-VI a.C.), os povos da península grega gradualmente se estabeleceram em um grupo de cidades-estados e desenvolveram um sistema de escrita alfabético, bem como os primórdios do que hoje é reconhecido como filosofia ocidental.”
Qual é a mudança?
Como nos ensina Eric Havelock, no seu livro “A Revolução da Escrita na Grécia” foi a chegada do alfabeto grego que permitiu que a renascença grega fosse possível.
Por quê?
Quando temos sofisticação das mídias, a passagem dos ideogramas para o alfabeto, conseguimos explicar melhor o que antes era mais difícil.
O mesmo ocorreu na passagem dos gestos para a oralidade e da oralidade para a escrita, primeiro a manuscrita e depois a impressa.
Conseguimos organizar melhor o pensamento, começando um processo de reorganização de um pensamento menos para um mais sofisticado.
Se substituir Paradigmas Mais Primitivos por outros Mais Sofisticados.
Quando tivemos a ideia do “amor à sabedoria” – o que se queria dizer era “o amor à reflexão” ou melhor o uso mais adequado da reflexão, a partir das novas tecnopossibilidades.
Vejamos agora o que se diz do primeiro “filósofo” Thales de Mileto:
“A partir da observação, Tales deduziu que condições específicas de tempo, e não súplicas aos deuses, levavam a uma boa colheita. Dizem que ele, prevendo uma alta produção das oliveiras em certo ano, comprou as moendas de azeitonas da região, obtendo grandes lucros depois, ao alugá-las para satisfazer a demanda crescente.”
Note que hoje Tales seria chamado de empreendedor de sucesso, que além de empreendimentos bem sucedidos passou a questionar, como se fosse um físico, as origens do universo.
Por que chamar Tales de Mileto de filósofo e não de cientista, como uma pegada empreendedora?
Por que ele questionou algo?
Não faz parte da atividade básica da ciência questionar todos os fenômenos?
Novas mídias descentralizadoras geram movimentos Renascentistas Civilizacionais, que nos tiram de pensamentos menos para mais sofisticados.
O Sapiens sempre sai de paradigmas mais percepcionistas e menos reflexivos para mais padronistas e mais reflexivos.
O mesmo ocorreu, citado pelo percepcionista Yuval Harari, com a chegada da oralidade.
Foi a nossa capacidade de falar que nos permitiu não mais ir atrás da comida, mas produzir a comida, via agricultura e domesticação dos animais.
O que temos, de forma clássica e recorrente, nas Renascenças Civilizacionais foi um conjunto de pensadores que passaram a questionar Paradigmas mais percepcionistas, procurando colocar outros mais padronistas no lugar.
A origem do que passamos a chamar de Filosofia é, assim, um questionamento de Paradigmas Mais Percepcionistas, muitos deles ligados às religiões da época.
Que ocorreu de novo com a chegada da escrita manuscrita, com o surgimento das grandes religiões mais sofisticadas. E depois com a renascença pós Idade Média.
O que tivemos, na verdade, foi o surgimento do que podemos chamar “amor à reflexão”, “amor aos padrões” ou o uso da reflexão e dos padrões para pensar melhor a vida do Sapiens.
O que era naquela época a sabedoria, podemos chamar de amor conhecimento mais refletido no lugar do conhecimento mais automático.
Todos os movimentos reflexivos visam tirar o Sapiens de um pensamento mais primitivo para um mais sofisticado.
Tanto que os primeiros cientistas (não quero mais usar o conceito filósofo) estavam preocupados com questões que depois algumas ciências (como a física, a química, a matemática) passaram a tratar.
Equivocadamente, se criou a ideia da Filosofia ser tratada como um campo à parte, quando, na verdade, era o amor ao conhecimento e não a sabedoria, que é um tipo particular de conhecimento, que merece ganhar uma ciência específica.
Não há, a meu ver, diferença entre o filósofo e o cientista, o que temos são cientistas sociais, que abordam questões específicas, que são fenômenos, que precisam ser trabalhados com os métodos adequados.
Uma tradição foi criada, na qual passamos a ter um campo (a filosofia) que passou a ocupar um espaço cinzento, de forma equivocada, entre a ciência e a arte.
O filósofo não se considera um cientista, mas por que não seria?
Um cientista tem como atividade:
- A escolha de um fenômeno que de alguma forma precisa ser entendido para que possamos lidar melhor com ele ou simplesmente matar a nossa curiosidade sobre ele;
- Procurar a essência do que ele é e o que não é para que possa analisar as suas manifestações recorrentes no passado;
- Definir as forças envolvidas para que possamos entender os respectivos padrões;
- Tais conclusões, sempre provisórias, vão sendo progressivamente sendo revistas, a partir de novos fatos, observações e argumentos.
O que um filósofo faz diferente disso?
Você poderia argumentar que um filósofo está o tempo todo questionando tipo “sei que nada sei”, mais isso não define um campo de atividade, mas uma escolha de um tipo de relação com o conhecimento – fraco, inclusive.
A filosofia (que podemos chamar de ciência primitiva) nasceu como uma demanda humana para a criação de melhores paradigmas.
É preciso relacionar às ciências conforme as mídias:
- Ciência Gestual;
- Ciência Oral;
- Ciência da Escrita Manuscrita (com as variações);
- Ciência da Escrita Impressa;
- Ciência Digital.
Porém, a Filosofia passou a se constituir num campo confuso, que ao invés de ajudar passou a atrapalhar a capacidade do Sapiens de pensar e agir.
Não se está propondo acabar com os diálogos que ocorrem no chamado campo “Filosofia”, mas organizá-los de outra maneira para que sejam mais produtivos e úteis para a sociedade.
A filosofia passou a ser uma espécie de campo um pouco artístico, um pouco religioso e um pouco científico, conforme o gosto de cada “pseudo-filósofo”.
Vejamos como ficaria, tirando o nome de filosofia e colocando ciência no lugar:
- Ciência da Ciência (no lugar de epistemologia, que abordaria nossa relação com o conhecimento, incluindo os aspectos lógicos e os questionamentos permanentes sobre ele, no que podemos chamar de metaconhecimento);
- Ciência da Sabedoria (no lugar de ética, que abordaria a nossa relação com nossa vida e o respeito aos demais).
Tais ciências, como todas as demais, precisam entregar para a sociedade:
- Abordagens sobre estes fenômenos que nos ajudem a entendê-los de forma mais clara e mais reflexiva;
- Sugestões para que possamos lidar com eles.
Dessa forma, teríamos o fim desta confusão filosófica, que se arrasta há muito tempo, um diálogo que pode aparentemente tudo e entrega muito pouco.
Muitos dirão, que isso vai trazer mais confusão do que solução.
Discordo.
Como aferir que algo sai de algo pior para um estágio melhor?
Se as pessoas puderem com as explicações e sugestões terem vidas melhores, com estas duas novas ciências, o ganho será evidente.
O que ocorre hoje é que fica muito fácil um dito filósofo se esconder da sua obrigação de cientista por trás de um discurso “estou questionando tudo, pois eu sei que nada sei”.
Poeticamente, acho até bacana, cientificamente, não.
Quando se cobra algo dele mais objetivo, ele diz que é um filósofo que não pode colocar o pé no chão.
Não foi isso, ABSOLUTAMENTE, que estava na cabeça dos primeiros filósofos, que queriam ajudar a sociedade a viver melhor.
Para fechar.
Vivemos hoje mais um Renascimento Civilizacional, justamente o momento para que possamos rever os outros que tivemos.
Hoje, a filosofia é quase o que foi a religião no passado, um campo sem foco, muito aberto, que pode tudo em nome da liberdade de se questionar.
O questionamento é sempre válido, mas é preciso baixar a bola e criar uma nova geração de cientistas – que cumprem determinados parâmetros – para entregar melhorias para as pessoas.
Os cientistas do conhecimento e da sabedoria podem viajar à vontade, mas sendo avaliados se os resultados que entregam estão, ou não, melhorando a vida das pessoas.
É isso, que dizes?
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“Nepô é o filósofo da era digital, um mestre que nos guia em meio à complexidade da transformação digital.” – Leo Almeida.
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