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“Não existem explicações finais, apenas melhores.” – Marcelo Gleiser.
Estamos relendo aqui na Bimodais o “Cisne Negro”, livro mais conhecido do Conceituador Nassim Taleb.
Taleb é basicamente um investidor, que enveredou pelo Mercado de Conceitos.
O Mercado de Conceitos é a área de serviços que produz Narrativas para permitir que pessoas, profissionais e organizações possam decidir melhor.
Taleb tem atividade voltada para a tomada de decisões mais de curto do que de longo prazo. É um Futurista Profissional de Curto Prazo.
E isso é chave para que possamos aproveitar o que Taleb tem de bom – tem muita coisa – e criticar o que está exagerado, quando se generaliza a análise de curto prazo para todos os outros dois: de médio e longo.
Assim, não podemos ler os livros de Taleb como se estivéssemos dialogando sobre o Futurismo de maneira geral, mas para um tipo específico – o de curto prazo.
Não há esta separação no livro e isso é a principal crítica que faço ao Taleb: generaliza os Futurismos, como se fossem todos iguais.
Taleb generaliza algo que não se pode generalizar. Acredita que sua forma de Futurar serve para todos os cenários.
E aí ele bate no muro das incoerências.
O Ferramental de Análise um Futurista Profissional, que procura ajudar na Tomada de Decisões de Curto Prazo é bem diferente daquele que se esforça para a de Médio e de Longo Prazo.
O que Taleb defende se encaixa bem para os Futuristas de Curto Prazo. E nisso ele é muito bom.
Ele tem como epicentro da sua Narrativa para Futuristas de Curto Prazo o conceito de “Cisnes Negros“.
Cisnes Negros são, conforme Taleb, eventos inesperados, que causam desconforto e instabilidade, que não foram previstos.
(Vale à pena incorporar o conceito para os Bimodais.)
Note que fenômenos no curto prazo são marcados por:
- Mais relevância dos Eventos Conjunturais;
- Menos relevância dos Padrões Estruturais.
Note que fenômenos no longo prazo são marcados por:
- Menos relevância dos Eventos Conjunturais;
- Mais relevância dos Padrões Estruturais.
No Longo Prazo temos muito menos Cisnes Negros do que no curto.
Obviamente, que, em geral, as pessoas precisam decidir no curto prazo, e focam nos Eventos Conjunturais dos Fenômenos.
Porém, todo o fenômeno, seja ele qual for, tem aspectos Estruturais (que nunca mudam) e outros (Conjunturais), que mudam muito mais.
Um Futurista Profissional precisa conhecer, antes de tudo, os Padrões Estruturais dos fenômenos para, só então, analisar os Conjunturais.
Muitas vezes os Cisnes Negros nos obrigam a rever os Padrões Estruturais, que não haviam sido analisados sob a ótica dos novos acontecimentos.
Isso não implica, como sugere Taleb, de que não se pode buscar Padrões Estruturais.
O que não se deve – e nisso se concorda com ele – acreditar que os Padrões Estruturais são Certezas Absolutas.
Eis o pulo do gato do Futurismo de Longo Prazo: temos que procurar o que é mais certo dentro das incertezas.
Podemos dizer, por exemplo, que há milênios o ser humano estabelece regras para sobreviver, através da produção.
Apesar da onipotência de muitos, o sapiens é um ser vivo como outro qualquer e precisa criar condições para que possa sobreviver.
A luta pela nossa sobrevivência é o que nos dá limites e nos permite prognosticar melhor.
Apesar de diversas mudanças conjunturais, a espécie sempre procura e procurará caminhos para que a sobrevivência seja mantida.
Posso dizer, com certeza, que, de alguma forma, daqui a 200 anos continuaremos tendo que batalhar todos os dias para nos manter vivos.
A Luta pela Sobrevivência é um Padrão Estrutural de todos os seres vivos.
Podemos ter uma mudança genética que nos tire a fome e a sede? Sim, podemos, mas continuaremos a ter que tomar a pílula genética para não morrer de fome ou de sede. Ou fazer a operação para colocar o chip.
Tivemos algum Cisne Negro no passado, que tirou da espécie a vontade de sobreviver? Não.
Obviamente, se analisarmos os eventos que Taleb aponta como Cisnes Negros:
- a guerra do Líbano;
- o atentado terrorista às torres gêmeas.
Ambos são Eventos Conjunturais, que entram para a história humana, mas que passam, se modificam.
Os Cisnes Negros que ele aponta não forma previstos, não não foram.
Quanto mais estivermos perto do curto prazo, mais impreciso são os eventos e mais podemos ter Cisnes Negros e vice-versa.
Querem um exemplo de previsão de longo prazo que se consolidou, apesar da descrença do Taleb?
Analise, por exemplo, os livros de Friedrich Hayek (1899 – 1992) e Ludwig Mises (1881 – 1973) quando prognosticam que a União Soviética não iria sobreviver no tempo.
Eles não apontaram data, quando, de que forma, apenas disseram que o modelo não era sustentável pelos padrões de sobrevivência da espécie humana.
O que eles apontaram foi o seguinte, que nos apresenta Padrões Estruturais:
- complexidade não rima com centralização;
- complexidade demanda Índices Coletivos, tais como os preços;
- preços são Ordens Espontâneas que permitem que, de forma mais distribuída, as decisões tenham mais qualidade (cada um sabe o que produzir, a partir da demanda do mercado);
- a centralização na complexidade, com o tempo, leva à tomada de decisões piores, criando crises produtivas insolúveis.
A Revolução Russa, em 1917, foi um Cisne Negro, vista do ponto de vista do curto prazo, que durou várias décadas para chegar ao seu fim.
Mas os padrões apontados por Mises e Hayek confirmaram, através de Padrões Estruturais, o destino insustentável daquele projeto de sociedade.
Assim, podemos ter Cisnes Negros Conjunturais, que causam desvios no cenário, que muitas vezes vão contra aos Padrões Estruturais, mas que acabam sendo corrigidos no longo prazo.
O Futurista de Longo Prazo trabalha mais com Padrões Estruturais e aponta tendências e não fatos.
Hayek e Mises puderam projetar não os fatos, mas as tendências, por exemplo, ao afirmar que a União Soviética teve um prazo limitado de vida.
Quem procura prever fatos, ocorridos, terá mais dificuldade de acertar e nisso o Taleb nos ajuda.
Porém, não podemos generalizar essa visão para todos os prognósticos.
Só existe uma forma de se lidar e reduzir as Incertezas de Longo Prazo: é preciso estabelecer o que é Estrutural para a espécie humana aquilo que NUNCA MUDA, ou muda muito pouco!
Só é possível reduzir as incertezas, quem é capaz de ter algumas certezas menos insólitas.
Não se pode dizer que a sobrevivência humana não gera regras, tais como, amanhã os oito bilhões de sapiens, com certeza, farão xixi ao longo do dia.
Taleb, muitas vezes, para combater os Cisnes Negro Fóbicos do mercado pega pesado e generaliza demais.
É isso, que dizes?
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[…] tem o mesmo problema de Taleb (que analisei aqui) e de Goldratt (que analisei […]