O que você não pode reclamar ao ler “Inevitável” do Kevin Kelly é sua capacidade de provocar debates abstratos sobre o futuro.
É um cara bom para jogar gasolina na fogueira, mas nem tanto para sistematizar o que pensa.
Ninguém é perfeito.
De fato, temos algo realmente novo na história: a chegada do que ele chamou – gosto da ironia – de “Inteligência Alienígena” e não de Inteligência Artificial.
Ele diz na página 52 de que “não sabemos se vamos encontrar vida alienígena inteligente nos outros planetas, mas, teremos 100% de certeza, que vamos criar inteligência alienígena aqui na terra”.
Dentro do que estudamos aqui na Escola, concordamos com o Kelly que a massificação da IA é algo inevitável, pois na essência da espécie há o desejo de sempre procurar formas mais adequadas de sobreviver e existir.
Note bem a distinção – sobreviver (comer, beber, dormir, morar, etc) existir (tudo que reforça nossa subjetividade.)
Há uma nova regra que temos que aprender que faz parte da nossa essência:
Quando crescemos demograficamente, esbarramos em barreiras tecnoculturais, que precisam ser quebradas para que possamos viver melhor.
E isso é fundamental de ser compreendido:
- os robôs serão utilizado para que a espécie possa lidar melhor com a nova complexidade demográfica, com as novas ferramentas digitais disponíveis, incluindo as “alienígenas”;
- e que, de maneira geral, quando colocamos equipamentos para resolver problemas de sobrevivência, aumentamos nossa demanda por existência.
Vamos olhar um pouco para a história para encaixar isso tudo.
Depois da idade média, tivemos o surgimento de uma infinidade de máquinas, que foi aos poucos substituindo antigos trabalhadores, que foram migrando da sobrevivência de força bruta para uma mais sofisticada e da própria sobrevivência para a existência.
Quer um exemplo?
Temos hoje uma mega indústria de entretenimento para preencher nossa existência que era impensável depois da Idade Média.
Operadores de tratores do agronegócio (ex-trabalhadores braçais) assistem filmes no Netflix.
Passaram da sobrevivência árdua para o consumo de produtos e serviços para a existência.
Quanto mais barato e fácil for sobreviver, mais e mais teremos necessidade de existir: há uma migração de indústrias.
Um exemplo é a explosão da indústria do esporte e similares: academias, pilates, ioga, meditação, corridas de rua.
Há, podemos dizer, ao longo da história a passagem do abandono das coisas “chatas” para as mais interessantes.
Tudo que for chato será repassado para as máquinas, incluindo as novas Inteligências Artificiais Alienígenas.
E tudo que for interessante, aquilo que as inteligências artificiais não puderem fazer, sobrará para nós.
Podemos pensar, por exemplo, que teremos inteligências alienígenas robóticas, que poderão nos ajudar a escrever poesia.
E teremos um poeta que conseguirá – junto com o seu robô poeta – criar algo ainda mais criativo, que a máquina sozinha não conseguiria.
Ele pedirá para criar em cima de Fernando Pessoa e – em cima do que o robô sugerir – vai complementar.
Kevin fala no livro, aliás, que os melhores jogadores de xadrez atualmente não são nem máquinas e nem pessoas, mas a parceria dos dois, que conseguem ir ainda além.
Cada um emprestando ao problema aquilo que têm de melhor.
Teremos mais adiante algo do tipo no Wikipedia.
Música X – feita por Erasmo, Roberto e Google.
Música Y – Paul, Lennon e Siri.
Há muito a viajar sobre isso. Kelly é bom nestas coisas.
Porém, o que mudará realmente o século ainda não é a IA, mas o que ela permite em termos da nova forma de comando e controle – mas isso é papo para outro artigo.
É isso, que dizes?
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