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Este é o quarto texto sobre o Livro “Abundância“, de Diamandis e Kotler na Oitava temporada das Leituras Compartilhadas, o primeiro livro que está sendo analisado em 2019.

E aqui vamos ter nossa segunda grande discordância com os autores.

Se temos um viés de escassez/pessimismo e passamos a ter viés de abundância/otimismo é sinal de que algo gerou uma determinada inflexão:

mudança da direção ou da posição normal; desvio.

Há tentativa de justificar este Ponto de Inflexão na página 23 do Abundância. Para eles, há três fatores que farão a diferença no século. São forças Inflexivas:

  • O aumento da inovação individua das micro-empresas de garagem, o movimento DIY (Do-It-Yourself);
  • O tecno filantropismo que explodiu no novo século;
  • O bilhão ascendente (os mais pobres dos mais pobres) como uma força de mercado emergente, em função da Internet, micro finanças e tecnologia de comunicação sem fio.

Aqui temos um caso clássico, bem comum entre a forma de pensar do digital hoje, de confundir causa com efeito e efeito com causa.

(Isso aparece também na forma como o conceito Abundância é usado ao longo do livro.)

Temos que separar o que é uma nova força que Gera a Inflexão daqueles fenômenos que são gerados por esta força.

Um sufista “pega a onda” não é “a onda“.

Apesar de afirmar que “estamos vivendo num mundo de abundância de informação e comunicação“.

O autores não consideram a nova mídia, como nós fazemos aqui na Escola, como o principal ponto de inflexão, que causa mudanças de todo o tipo, tal como o aumento da inovação, da filantropia e dá chance de gerar abundância aos mais pobres.

Há uma inversão de causa e consequência e consequência com causa.

E isso, do ponto de vista científico se deve a principal Encruzilhada Teórica do século:

  • A Era Digital é um fenômeno social único?
  • Ou é recorrente?

Os autores, seguindo a linha da Escola de Pensamento Digital Americana acredita na primeira via e acaba por ter que se limitar a comparação do presente com o presente.

Não se vê, como quem opta pela segunda, que estas consequências podem ser observadas no passado, como o Renascimento que teve forte filantropia, principalmente na Itália.

E o crescimento brutal da inovação individual, devido à chegada da Prensa, em 1450.

Podemos, a partir daí, criar um conceito interessante, que é o do Otimismo Científico e o Otimismo não Científico ou mesmo do Pessimismo Científico ou do Não Científico.

  • O Otimismo Não Científico, como vemos no presente livro, parte de alguns “palpites“, a partir de análise do presente para o presente;
    O Otimismo Científico, como temos tentado produzir aqui na escola, que parte de “hipóteses“, a partir de análise comparativa dos fenômenos do presente com similares do passado.

As outras temporadas podem ser vistas aqui.

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