Existe uma diferença entre ideologia e cultura.
A meu ver ideologia é proposta de cultura. E cultura é ideologia que deu certo.
O marxismo, por exemplo, como o nazismo, o fascismo, são ideologias que procuraram vivar cultura, mas não conseguiram, pois não conseguiram comprovar premissas no tempo.
Uma ideologia para virar cultura precisa da adesão humana, de tempo de prática, comprovar que as premissas iniciais batem com o que o Sapiens considera razoável em termos de sociedade.
O liberalismo foi proposta que foi sendo construída, aos poucos, implantada de forma gradual, na base da tentativa e erro, que eclodiu em algumas revoluções (inglesa, americana e francesa).
O liberalismo é o exemplo típico de ideologia que virou cultura e pegou, pois teve adesão.
Quando eclodiu em revoltas e revoluções, já fazia parte viva da sociedade.
Houve, na verdade, experiência isoladas, que se consolidaram depois.
Foi mais movimento de continuidade e não de disrupção.
O liberalismo não foi, por exemplo, movimento de guerrilha que tomou o poder, como na Rússia, quando novo projeto social político, social e econômico passou a ser testado do zero.
Assim, podemos dizer que não se pode comparar ideologia com cultura.
Por isso, considero esquisito dividir o mundo entre esquerda no sentido marxista e não republicano (que seria a proposta de implantar nova cultura na sociedade) com direita (uma cultura, que está em continuidade já séculos).
São duas coisas completamente diferentes. É como se comparássemos tomate da cultura com melancia da ideologia.
Hoje, temos cultura consolidada e vários movimentos anti-cultura, que para poder se tornar alternativa de poder têm que apresentar resultados de longo prazo em algum lugar do globo.
Tal ideologia tem a missão de ganhar as pessoas pela adesão e não pela força e criar ambiente social, político e econômico, que resista no tempo.
Só então, poderá ser chamado de cultura e ser alternativa válida.
É isso que dizes?