A pergunta “Por que a TV Globo não criou o Youtube?” deveria estar em todos os cursos de administração do país.
Afinal de contas, houve perda enorme de competitividade e nenhuma metodologia administrativa disponível. Nada que permitisse a TV Globo criar o Youtube.
Ou de cooperativa de táxi se preparar para ser ela mesma o Uber. Ou a indústria da música partir na frente no projeto Napster.
Por que será?
É importante ressaltar que os Ubers praticam novo modelo de administração, com nova forma de controle de processos, através da inteligência artificial e de pessoas pela reputação digital, que podemos chamar de Curadoria.
Os Ubers não são variante administrativa, mas algo extremamente disruptivo na própria forma de pensar a própria administração.
Estamos diante de novo modelo administrativo – nova forma de controle: sai gerente e entra curador!
Como isso é possível?
Se olharmos a história veremos que as mídias são a plataforma, sob a qual repousam os modelos de administração.
Quando mudamos as mídias, iniciamos experiência de novos modelos administrativos.
O Youtube pratica nova forma de controle bem diferente do que faz a Globo.
No Youtube, não há editor de conteúdo, mas robôs que controlam o ambiente das trocas, através da Reputação Digital (comentários, estrelas, curtições, exibições) gerenciados por inteligência artificial.
O Youtube é, assim, novo modelo administrativo, que se utiliza de novas tecnologias para praticar novo modelo de controle de processos e pessoas.
O Youtube consegue redução de custo e aumento de benefício que a TV Globo não consegue.
Tem modelo administrativo mais sofisticado e próximo da cultura das novas gerações: complexidade, com rapidez, variedade, descentralização.
Há, assim, profunda crise da mentalidade de controle na passagem do modelo administrativo atual (Gestão) para o novo (Curadoria).
Há fosso disruptivo entre os dois.
Podemos dizer que as principais perguntas que devem ser respondidas pelos atuais e futuros administradores são:
- o que são, na verdade, os Ubers?
- são realmente novo modelo administrativo?
- por que surgem agora?
- motivados por quê?
- qual capacidade que este modelo tem de sair da periferia do sistema e se tornar hegemônico na sociedade?
- o que uma organização tradicional deve fazer para se preparar para concorrência desse tipo?
- E, se quiser migrar de um lado a outro, o que tem que fazer?
No meu livro, “Administração 3.0: por que e como uberizar uma organização tradicional“, que sai pela AltaBooks, ainda este ano de 2017, procuro responder tais questões para ajudar neste relevante debate.
É isso, que dizes?
Em áudio:
https://youtu.be/r6ATGBAXel4
A limitação da globo e de todas as empresas similares está na propria definiçao de curadoria:
” É nova forma de administração que podemos ver nos Ubers.
Modificamos a forma de controlar pessoas (reputação digital) e processos (inteligência artificial).
Na Curadoria, temos:
organizações deixam de ser responsáveis pelos produtos e serviços e passam a cuidar dos ambientes de negócios;
o controle de pessoas é feito pela reputação digital e dos processos por inteligência artificial;
elimina-se a necessidade dos antigos gestores, chefes e gerentes pelos curadores.
A Curadoria é novo modelo de administração. Portanto, não é uma bagunça, mas nova forma de controlar processos e pessoas, que permite custo/benefício maior de forma exponencial.
Do ponto de vista da competitividade, a Curadora, quando implantada em determinado setor obtém taxa muito maior do que organizações que se estruturam na Gestão.”