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Garantir qualidade na quantidade é o principal desafio do Brasil para educação neste novo milênio.

Muita gente fala em melhorar a educação no país, mas guarda mentalidade antiga, com dois paradigmas  COMPLETAMENTE ultrapassados.

  • Primeiro: total ignorância do boom demográfico;
  • Segundo:  compreender que novas tecnologias não vão entrar na velha escola, mas permitir criar uma completamente diferente!

Vejamos.

O planeta saltou de 1 para 7 bilhões de habitantes nos últimos 200 anos.

Temos novo patamar de complexidade demográfica, que não é mais o do tempo do vovô.

Naquela época, qualidade educacional era sinônimo de pouco aluno em sala de aula e professores super bem formados e valorizados.

No desafio educacional brasileiro para o novo milênio, é preciso não perder NUNCA de vista o real problema: o país saltou de 30 para 210 milhões de habitantes em apenas 100 anos. Nosso déficit hoje é de milhões e não mais de milhares.

Pior.

Num mundo cada vez mais inovador, precisamos de educação continuada – dos jovens aos adultos – com a nova senha: qualidade na quantidade.

Não basta, assim, projetos pilotos que atendam qualidade para pouca quantidade, mas pensar na nova escala, que rima qualidade com complexidade.

O modelo de qualidade em sala de aula com poucos alunos não passa na prova de matemática básica: o custo de cada aluno multiplicado pelo déficit de milhões – demanda despesa que simplesmente não existe.

A antiga escola, é bom saber, não foi assassinada pelo capitalismo selvagem ou pelos inimigos malvados dentro de uma sala secreta, mas pelo aumento demográfico, que a colocou em crise contábil: a qualidade de antes ficou muito cara!

É preciso criar novo modelo de qualidade educacional mais barata. E aí entram as novas tecnologias.

Vêm justamente permitir qualidade mais barata.

As tecnologias de mídia não vão entrar na velha escola para reformá-la, mas criar uma completamente diferente!

Por fim, temos ainda outro problema no Brasil.

E este talvez ainda mais cabeludo e local.

Quase sempre somos e fomos importadores e não criadores de ideias inovadoras em todos os campos, incluindo educação.

A Finlândia, por exemplo, muitas vezes citada como referência, procura passar da qualidade analógica para a digital, porém, sem déficit educacional de milhões, como nós.

Países desenvolvidos estão doidos para dar pulinhos educacionais. O Brasil, entretanto, tem que ser muito mais ousado: precisa de saltos triplos, com pirueta e sem cama elástica!

Assim, temos pela frente os seguintes mega-desafios:

1- superação da antiga mentalidade de qualidade educacional, que tínhamos na escola analógica;

2- entender o digital como novo ambiente, que criará novo modelo de aprendizado e não reformador do antigo com conceito de qualidade mais barato;

3- e, por fim, consciência de que nosso problema é próprio com a seguinte senha, que deve ser repetida à exaustão: qualidade na quantidade, qualidade na quantidade, qualidade na quantidade.

É isso, que dizes?

Em áudio:
https://youtu.be/WuqsXI3_flw

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