Muita gente está importando Rousseau para o mundo 3.0.
A ideia do filósofo era de que o ser humano é bom e o que o estraga é a sociedade.
Se houvesse sociedade boa, haveria sociedade melhor.
A história já comprovou até onde esse tipo de pensamento nos levou: o totalitarismo que inundou o século passado de violência.
Uma sociedade, na qual haveria humano não humano, mas utópico, que existe na mente daqueles que não aceitam algo mais perto da realidade do que realmente somos.
Acredito mais em Adam Smith, que aposta que é o egoísmo bem gerenciado que permite que a sociedade possa conviver de forma melhor. E não fingir que o egoísmo não existe, mas é resultado de um sistema que nos faz egoísta.
E isso se torna cada vez mais evidente e emergente, conforme vamos aumentando o tamanho da população, como temos feito nos últimos 200 anos.
Não resta dúvida que em ambientes controlados, menores, em que há possibilidade de conhecimento mútuo, que um conjunto práticas podem ser praticadas.
É a confiança entre conhecidos, que funcionou e funciona em cidades menores, bairros, fazendas comunitárias, etc.
O problema é criar ambientes de troca e de convivência entre desconhecidos.
O surgimento da Uberização criou plataformas
Agora, novas tecnologias de trocas permitem ambientes em que se aumentou radicalmente a taxa de confiança entre desconhecidos.
Não é que as pessoas estão trocando por uma mudança de dentro para fora, mas há um ambiente que permite que se possa fazer negócios com quem não se podia antes.
Reforça a tese do gênio do século XX, Marshal McLuhan, que diz que quando mudamos a mídia, o ser humano vai junto.
Os Ubers e os Bitcoins são ambientes tecnológicos que permitirão a troca humana muito mais livre que a atual.
É possível, pois há conjunto de robôs, que permite aumento de taxa de confiança (reputação) e da qualidade das decisões (inteligência artificial).
Tal mudança, de fato, exige novo ciclo filosófico, que tentará traduzir isso tudo, de uma forma que faça sentido.
Porém, haverá os que vão, por tendência mística, defenderão que é o humano que está ressurgindo, ou se recriando.
Teremos nova fase da civilização humana, na qual cada pessoa será muito mais responsável pelos seus atos.
Um novo ciclo de empoderamento individual para viver num mundo mais descentralizado e distribuído.
A educação será feita para que tal possibilidade se viabilize.
Só o modelo blockchain de sociedade permitirá que se viabilize um mundo que passará dos 10 bilhões de habitantes, unindo diversidade com liberdade ec estas com sustentabilidade social, política e econômica.