O grande avanço da sociedade medieval para a moderna foi a passagem das religiões metodológicas às filosóficas.
Explico.
Quando religiões têm teorias e metodologias para resolver problemas sociais temos um problema.
Religiões, por natureza, se propõem a promover a re-ligação.
Religação entre um ser superior, que tem emissários na terra, e a sociedade.
Obviamente, o que vem de Deus não se questiona, muito menos o que dizem seus representantes na terra.
Assim, temos religiões metodológicas dogmáticas, que tem propostas de pensamento e ação, que não podem ser alteradas pela lógica ou pela experiência, pois vêm de pessoas ou entidades que estão acima da nossa compreensão.
Não se pode questionar individualmente, é preciso aceitar coletivamente os preceitos.
O Sapiens só conseguiu implantar a sociedade moderna e saltar de um para sete bilhões de habitantes no planeta, justamente pela superação das tais religiões metodológicas.
As religiões nos países com sociedades mais maduras passaram de metodológicas à filosóficas. No máximo, propostas de ação individual de cada membro, mas não proposta de estado.
O estado (teoria/metodologia) foi para um lado e as religiões (filosofia) para outro.
Um bom exemplo é a teoria da evolução da espécie que era rejeitada, pois tudo vinha de Adão e Eva.
No momento, que se aceita a teoria da evolução da espécie, percebe-se que a bíblia estaria usando uma metáfora filosófica e não literal da criação do homem.
Ou se dataria tal pensamento a um tempo em que Darwin não tinha formulado suas ideias.
Há com a “filosofização” das religiões a possibilidade de se criar novas teorias e metodologias sujeitas à lógica e a experiência, na qual cada pessoa tem o direito de questionar e criar novas teorias.
O que permite mais dinamismo das mudanças e eficiência no cotidiano da sociedade. Sim, vivemos hoje o retorno das religiões metodológicas no mundo e isso, a meu ver, se encaixa na teoria da Complexidade Demográfica Progressiva.
A seguir, vou falar sobre isso.
É isso, que dizes?
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