Converso com amigos consultores.
Quando abordam o cliente perguntam: qual é o seu problema? E, a partir da resposta, montam projeto e proposta de trabalho.
É o que podemos chamar de gripes isoladas, caso a caso, em que o médico vai analisar cada paciente em particular.
O que vivemos hoje no mercado, entretanto, não é bem isso. Estamos diante da Epidemia 3.0.
Pela ordem:
- chegada de nova mídia descentralizadora, que permite o aumento radical da transparência e informação;
- mudança profunda nos hábitos de consumo;
- surgimento de novas organizações, que praticam novo modelo de administração, muito mais sofisticado que a gestão, através de nova forma de controle de pessoas e processos, tais com o Uber e similares.
Assim, há demanda por epidemiologistas 3.0, que percebem a extensão do problema e procuram vacinar seus clientes, somando aos esforços pontuais da solução de problemas.
É isso mais aquilo e não isso, menos aquilo.
Não perguntam qual é o problema do cliente ou analisam sua gripe em particular, mas apresentam vacina, no caso a metodologia da Inovação 3.0, como preparação para enfrentar mudança disruptiva no ambiente de administração na área privada e estatal.
Obviamente, que não está claro para a maioria, nem de clientes e nem de consultores, a dimensão da mudança que temos pela frente.
É muito mais, digamos, natural que se trate de gripes de forma isolada, já que a vacinação contra a Epidemia 3.0 é ainda algo preventivo, pois vem aparecendo, ainda, em áreas muito localizadas.
O problema, diferente do que já imaginei no passado, a atual Revolução Civilizacional não é parecida com Tsunami, que aparece de um dia para a noite no horizonte.
É muito mais cruel e perversa que isso.
É uma espécie de cupim silencioso no armário, que vai corroendo por dentro e – quando se vai abrir as portas – só restam maçanetas.
É isso, que dizes?