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Falta aos economistas (e os cientistas sociais de maneira geral) os conceitos estruturantes da Escola Canadense de Comunicação, que se resume na frase síntese de Marshall McLuhan (1911-1980):

“O meio é a mensagem”, que pode ser traduzida em: o DNA da sociedade são os meios de trocas e quando mudam, o Sapiens e todo resto, muda com eles.

A economia é o estudo da abundância e da escassez, através da capacidade de trocas entre os humanos.

O Sapiens cria canais de trocas, que sempre teve dois “tubos paralelos” ou canais:

  • canais de trocas de ideias, aonde estão contidas as intenções e condições e se firma os contratos;
  • canais trocas de produtos e serviços, aonde se resolve ou se cria os problemas de escassez ou de abundância.

Assim, as trocas econômicas não são feitas em canal único, mas em dois interligados pela capacidade humana de conversar, se informar, negociar, se entender, discordar – e, só então, trocar.

Assim, os canais de trocas de produtos e serviços, base dos estudos econômicos é fortemente influenciado pelos canais de trocas de ideias. 

Só é possível compreender a Economia de forma isolada, apenas quando os canais de trocas de ideias estão dentro do mesmo contexto tecnológico, que ocorreu nos séculos passados, desde a chegada da prensa, em 1450.

Porém, quando temos novos canais de trocas de ideias, que permitem que haja mais trocas entre as pessoas (decentralização de canais), principalmente entre desconhecidos de forma mais horizontal, promove-se radical reintermediação social e abre-se novo ciclo econômico, pois ao lado desse novo canal novos negócios vão surgir e com eles novas empresas, influenciando os prognósticos dos economistas.

A crise de paradigma da Economia e dos economistas é a falta de compreensão de que nossa espécie, antes de tudo, precisa conversar, antes de negociar e trocar.

E quando temos novas formas de negociar e trocar de forma mais horizontal entre desconhecidos, abre-se um novo ciclo hiper-macro-econômico, pois entramos em nova etapa da civilização humana.

(Podemos dizer que tivemos, sob esse ângulo três grandes ciclos: Civilização 1.0 (Gestual e Oral), 2.0 (Oral e Escrito) e entramos na terceira etapa 3.0 (Digital).

Urge que se abram pesquisas em que se dedique mais tempo à Escola Canadense de Comunicação, principalmente, McLuhan e Lévy, com alguns pensadores já nessa linha no Brasil, que permitam enxergar a economia sob novo ponto de vista.

É isso, que dizes?

 

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