Toda linguagem que chega precisa de um conjunto de novas tecnologias que a viabilizem. É um aparato completo que podemos chamar de ambiente cognitivo.
Linguagens são tecnologias.
E novas linguagens precisam de um novo aparato tecnológico para que seja criadas.
As duas primeiras linguagens do Sapiens foram a gestual e oral. Eram linguagens biológicas, que demandaram mudanças no nosso corpo para que pudessem ser criadas e difundidas.
Há estudos das mudanças nos músculos e ossos para que pudéssemos começar a falar.
A escrita foi a primeira linguagem não-biológica, através da criação de órteses que permitiram:
- produzir;
- registrar;
- armazenar;
- transportar.
Assim, novas linguagens vêm com um aparato de novas tecnologias.
Novas linguagens incorporam as anteriores, se mesclam, as alteram, para que tenhamos uma cultura mais sofisticada para que possamos enfrentar desafios mais complexos.
Novas linguagens surgem, pois o ser humano é a única espécie social e viva que vivi sob a égide da Complexidade Demográfica Progressiva.
Linguagens e, por sua vez, a cultura que praticamos ficam obsoletas, pois se tornam incapazes de lidar com patamar de complexidade demográfica mais elevado.
Quando atingimos determinado patamar de complexidade demográfica a cultura e as linguagens disponíveis vão chegando ao seu limite.
Toda vez que uma civilização em particular ou o Sapiens de maneira geral aumentar em muito a sua população haverá demanda para a chegada de novas linguagens.
Quando aumentamos a população e não conseguimos criar novas linguagens, a civilização entra em colapso, ou em crises profundas.