Sem a complexidade, tudo é ingenuamente simples e perigoso
Toda vez que vamos debater rumos da sociedade, sempre há aqueles que ignoram a complexidade.
Tenho dito que temos duas complexidades:
• a objetiva – que é a demanda quantitativa individual de cada um para sobreviver;
• a subjetiva– que é a demanda qualitativa individual de cada um para sobreviver melhor.
Não se pode pensar no futuro da sociedade, sem multiplicar a Complexidade Objetiva e a Subjetiva pelo número de pessoas. Quanto maior for o número de habitantes, maior será a demanda por serviços e produtos tanto quantitativamente quanto qualitativamente.
Quando aumentamos a quantidade, precisamos de alguma forma reprimir a qualidade para que se possa atender mais gente. Isso é um problema da espécie que só se consegue ser superado se houver novas formas de administração mais sofisticadas.
Mudanças administrativas para lidar de menos para mais complexidade exigem, pela ordem:
• mudanças no Modelo das Trocas (novas tecnologias);
• mudanças no Modelo da Liderança (novos métodos de solução de problemas).
Geralmente, ideologias questionadoras da sociedade, defendem mudanças diversas, mas para isso escondem o fator complexidade, como se não existisse.
Quando a complexidade é ignorada e novas políticas simplistas são implantadas, no dia seguinte há gente passando fome.
É fácil ser contra as injustiças da sociedade, justamente por ignorar os parâmetros limitadores que existem nas decisões que são tomadas levando em conta a complexidade.
O populismo, no fundo, é baseado justamente na ocultação da complexidade em nome da solução mágica dos problemas.
Fala-se das injustiças sociais, mas se esquece de analisar a matemática complexa que há por trás. A emenda sai geralmente pior do que o soneto.
Não adianta defender o modelo administrativo de meia dúzia de esquimós em megalópoles, nas quais as pessoas ficam engarrafadas a pé dentro de metrôs.
A complexidade é como um bumerangue perverso, você joga ela para longe e ela vem por trás bater na sua nuca.