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Diria que uma ideologia é uma proposta de cultura social, que pode vingar, ou não.

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Uma cultura social é uma ideologia que se mostrou eficaz do ponto de vista filosófico, teórico, metodológico e social-institucional.

E uma ideologia que não é eficaz é aquela que não.

Uma cultura social eficaz é aquela que dura mais tempo, as pessoas aderem voluntariamente e se torna hegemônica na maioria dos países de um determinado tempo.

Sob esse ponto de vista, o liberalismo não é mais uma ideologia, mas uma cultura social que se mostrou eficaz, parida e gestada desde o final da Idade Média, graças ao poder difusor da mídia impressa.

O liberalismo é uma cultura que vem se sobrepor a outra que podemos chamar de messianismo.

  • Liberalismo é capitalismo e república.
  • E messianismo é feudalismo e monarquia.

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  • O messianismo acredita no poder de um centro forte, iluminado, que tem uma meta para humanidade, um poder moral.
  • O liberalismo acredita no poder de um centro fraco, não iluminado, que não  tem uma meta para humanidade e que é a interação das pontas que nos garante qualidade de vida.

Não há uma redenção social.

O messianismo se desdobrou pós-monarquia em comunismo, fascismo, nazismo, populismo, fundamentalismo religioso e mesmo em neoliberalismo, que seria um falso liberalismo monopolista.

Assim, o liberalismo 2.0 é, antes de tudo, hoje uma cultura social que tem um ciclo de seu início, podemos dizer com Martinho Lutero, a partir de 1500 até os dias de hoje.

E o 1.0 é o grego, movido a Alfabeto Grego.

A cultura social liberal, entretanto, motivada pela chegada da prensa, em 1450, vive um momento de crise.

Crise podemos dizer pelos seus méritos e não deméritos, como vemos no gráfico abaixo:

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 A cultura liberal permitiu um crescimento atípico populacional e isso fez com que o modelo fosse mais e mais se concentrando para atender uma demanda galopante.

Há, assim, uma relação entre ideologia, cultura social, demografia e ambientes cognitivos (de mídias).

Quanto mais a população aumenta, mais descentralizada, sofisticada e complexa terá que ser a cultura social.

O que aconteceu até o século passado é que a demanda cresceu, mas a cultura social não se reciclou.

Diria eu que não se reciclou por uma impossibilidade tecno-cognitiva, pois não havia mídia que permitisse um novo ciclo liberal descentralizador para o mundo.

O liberalismo é filho, como foi na Grécia, de mídias descentralizadoras, como o Alfabeto grego.

Assim, o liberalismo, se analisarmos como uma cultura antimessiânica, tem ciclos:

  • surgimento – junto com a nova mídia;
  • expansão – que se reflete na demografia;
  • exaustão – que esgarça as instituições até o seu limite e o surgimento de uma nova mídia, que reabre o ciclo.

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Assim, o liberalismo sofre nesse momento uma fase de transmutação, que é preservar o seu DNA original, do ponto de vista filosófico e teórico, mas uma revisão metodológica e de suas tecnologias sociais, para se readaptar à Internet e suas novas possibilidades.

O liberalismo é uma cultura e está em fase de transmutação do analógico para o digital!

Talvez via uma fase de neo-ideologia, na qual vai tentar revigorar alguns de seus princípios para se tornar cultura hegemônica mais adiante, permitindo um novo ciclo demográfico, que aponta algo em torno de 9 bilhões de habitantes em 2050.

É isso, que dizes?

 

One Response to “Liberalismo é uma cultura e está em fase de transmutação do analógico para o digital!”

  1. Joa disse:

    “O liberalismo é filho, como foi na Grécia, de mídias descentralizadoras, como o Alfabeto grego.” seria interessante que aprofundasse mais que o q serviu para libertar, serve para aprisionar se nao se atualizar aos tempos, evoluir, como acontece com a Grecia. Todas as escritas devem modernizar-se, aderir aos tempos ou param e desaparecem da comunicacyao Assim, a criacyao de Cadmus nunca deveria parar
    Refletindo sobre isso, eu criei, iniciei, uma ideia para simplicar a escrita de portugues adaptando-a aos tempos digitais, modernos, de modo a se tornar mais fluente, pratica, podendo escrever-se em qualquer teclado ocidental Penso q na corrida pela internacionalizacyao todas as escritas terao de se modernizar ou se fecharao como a escrita de Cadmus, coisa que nao tem ajudado a Grecia http://joagues.blogspot.pt/2014/02/a-minha-patria-eh-minha-mudancya.html

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