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Estive ontem na palestra de Helio Beltrão sobre Mises e Intervencionismo, atividade do Partido Novo, no Rio, de ontem:

Uma pergunta da platéia me chamou a atenção (está mais para o final do áudio).

“Se o liberalismo é tão bom, por que entrou em crise? E por que países como os Estados Unidos reduziram o seu viés liberal?”.

Intervi rapidamente depois da resposta de Beltrão.

E acho que não vamos conseguir entender a crise do liberalismo se não percebermos que o liberamos não cria o movimento de descentralização, ele ajuda, interpreta, sugere, mas os movimentos de centralização e descentralização estão acima da sociedade.

São macro-movimentos de flutuação que têm dois fatores percebidos, até o momento: Complexidade Demográfica e Revoluções Cognitivas.

O liberalismo entrou em crise, por que a sociedade TEVE NECESSIDADE de centralizar o poder por uma incapacidade tecnológica.

imagem (67)

Digo mais.

O liberalismo vive um paradoxo, que é:

  • é o viabilizador intelectual e político uma sociedade mais sofisticada, que permite que possamos crescer em termos de tamanho;
  • Mas é justamente esse crescimento populacional que força a centralização e reduz o espaço do liberalismo no mundo.

Ou seja, quanto mais o liberalismo for eficiente, mais ele tenderá a reduzir seu espaço no mundo, até que surja uma nova Tecnologia Cognitiva Descentralizadora que lhe permita retornar o movimento de descentralização.

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As bases, entretanto, da sofisticação que foi criada serão suficientemente consistentes para passar por todas as intempéries e permitirá que um novo ciclo liberal retome do ponto de onde parou.

O que estou dizendo é que quando consolidamos o modelo liberal no seguinte tripé, pós Idade Média:

  • – Sai feudalismo, entra capitalismo;
  • – Sai monarquia, entra república;
  • – Sai religião, entra ciência.

Criou-se as bases, a partir de 1800, para que se criasse o pico demográfico que veio a seguir, que consegui se manter e se sustentar, com todos os problemas, pelas bases liberais criadas.

Vejam o gráfico:

pico

Coincidência?

Vejam o Brasil depois da República, em 1889:

pico2

Coincidência?

Vejam a China depois da opção pelo capitalismo, em 1970:

China-demography

Ou seja, o liberalismo deixou de ser progressista e passou a ser conservador, pois foi “esgarçado”. Suas bases foram testadas até o limite, pois foram concebidas para um mundo de 1 bilhão de pessoas (1800) e fora funcionais até o momento, que já batemos os 7 bilhões.

O grande mérito dos liberais foi ter conseguido colocar 6 bilhões de novas pessoas no mundo, com uma certa liberdade, com uma qualidade e expectativa de vida bem melhor do que o de 1800, mas os limites chegaram.

É quando surge uma Revolução Cognitiva, que vem chamar de novos os liberais para recriar o novo mundo, diante dos novos desafios demográficos.

O Liberalismo 3.0, como foram os Liberalismo 1.0 (Grécia) e 2.0 (Europa) vêm montada em uma mídia descentralizadora, que permitirá novos modelos de inovação, que será a ponte para o novo século.

É isso, que dizes?

 

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