Tenho, desde 2013, desenvolvido uma metodologia da criação de Laboratórios de Participação de Massa em organizações tradicionais.
(O nome já foi Laboratório de Inovação colaborativo digital, mas acho que trocaria colaboração de massa por participação de massa e tiraria inovação, pois inovação confunde com gestão da inovação que não é exatamente isso que está se fazendo.)
Hoje, revendo a metodologia, diria que estes laboratórios tem duas funções, ambas de implantação de uma nova cultura de solução de problemas, que gera menor custo e mais benefícios:
- – compreensão e difusão de uma nova forma de pensar;
- – compreensão e difusão de uma nova forma de agir, com projetos experimentais e pilotos, que formarão a base da nova organização.
Tais espaços têm que ser criados da seguinte maneira:
- – com um viés estratégico de médio e longo prazo;
- – ligados diretamente aos principais gestores da organização e não a nenhum departamento;
- – com a clareza da organização da passagem de um modelo atual para um novo modelo de solução de problemas.
Por fim, devem contar com recursos para:
- – investir em capacitação;
- – em separar parte do tempo dos voluntários para se dedicar às atividades de debate e ação do laboratório, que seria na forma de pensar;
- – em investir recursos para a prototipação e desenvolvimento de projetos sugeridos e coordenados pelo laboratório, sendo este desenvolvimento dentro ou fora, conforme possibilidades;
- – inclusão desta nova cultura em todas as decisões estratégicas de médio e longo prazo, com inclusão dos gestores no programa de capacitação.
Os principais problemas de projetos desse tipo são:
- – falta de compreensão da necessidade pelas organizações da migração cultural da forma de solução de problemas analógica/hierárquica para a digital/participação de massa;
- – e a respectiva falta de investimentos em projetos dessa natureza, optando, quando é o caso, por projetos, pseudo-colaborativos operacionais dentro da própria estrutura.
Assim, parece-me que, desde que escrevi o livro “Gestão 3.0”, em 2013, a metodologia da criação de laboratórios continua válida. A alteração que precisa ser feita naquela proposta é mão acreditar que o laboratório de participação de massa é de baixo custo.
Não é.
Exige gradual investimento e isso é o principal fator complicador, pois são poucos os gestores, intoxicados pela atual governança que vão se dispor a investir em projetos dessa natureza.
Opta-se por algo mais gradual, que tem um custo maior, resultados pífios, mas a capacidade de venda é mais fácil.
Projetos de implantação de Laboratórios de Participação de massa tem uma lógica e resultados mais consistentes, mas grande dificuldade de serem aceitos.
É isso.