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O capitalismo não é concentrador de riquezas. O que define movimentos de concentração e descentralização não é o sistema econômico, mas a mídia que temos disponível.

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Um sistema econômico, apesar do protesto dos utópicos, não tem que ser justo, mas tem que ser, antes de tudo, eficaz.

Quando queremos criar justiça em um sistema econômico, seja ele qual for, perdemos a sua função principal: manter a espécie viva!

Obviamente, que ao pensar na eficácia o sistema econômico não pode em nome da eficácia destruir a vida.

O capitalismo (que eu chamo de empresismo) venho substituir o feudalismo.

Se analisarmos do ponto de vista de sua eficiência, temos hoje a maior parte dos países vivendo deste sistema econômico em um mundo que saltou de 1 para 7 bilhões de pessoas. Pode-se reclamar da distribuição de bens e serviços, mas não da falta da produção dos mesmos, que é o papel principal de todo o sistema econômico.

Outro ponto.

Um sistema econômico só resiste ao tempo quando ele mostra eficiência.

Qualquer tentativa que não se encaixe com as demandas da espécie humana fica na estrada.

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O capitalismo é, assim, uma grande rede aberta de trocas entre agentes, que foi se concentrando a partir do último século.

Vou dizer isso a partir dos meus estudos.

O capitalismo não é concentrador de riquezas. O que define movimentos de concentração e descentralização não é o sistema econômico, mas a mídia que temos disponível.

O século XX foi o século da concentração de mídia de massa, que nos trouxe propostas sociais concentradoras, comunismo e capitalismo de estado, com baixa competitividade.

Por isso, digo que a separação esquerda e direita é pouco eficaz, pois tanto o que se chama esquerda e direita trabalharam no último século com projetos concentradores de poder. Veja mais neste áudio abaixo:

O sistema econômico que estamos vivendo, bem como o sistema político, estão COMEÇANDO A SAIR da sua fase mais concentrada.

Como disse McLuhan, o meio é a mensagem.

Ou seja, a mídia de massa é a produtora de concentração, pois empoderou as organizações e desempoderou a sociedade.

(Na minha análise, não havia outro jeito com o salto demográfico que tivemos e sem mídia descentralizada para criar novos modelos.)

Assim, todas as críticas que forem feitas ao capitalismo de estado do século XX contarão com meu apoio. porém o problema é que quando se critica, se sugere alternativas e aí mora o perigo. As pessoas querem combater o capitalismo tirando dele o seu grande mérito, que é a sua capacidade de reinvenção.

O que teremos no século XXI não é a invenção de um novo sistema econômico, mas a melhoria e a descentralização do atual. A sociedade humana não muda de sistemas econômicos como muda de cueca, pois isso pode implicar em fome generalizada.

 

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Todo o movimento anti-sistêmico, assim, a meu ver, não pode ser anti-capitalista, tem que ser anti-capitalista concentrador.

O risco de combater o capitalismo cai justamente na perda de eficácia do sistema econômico. Não há nada que possamos colocar no lugar, pois vai faltar bens e serviços.

Qualquer tentativa que se faça de mudança deve ser feita em zonas específicas, bem organizadas, para que se possa testar modelos alternativos, que sejam tão eficazes e com menos defeitos.

O pós-capitalismo tem que ser um projeto social-político dos descentralizadores, procurando dar mais eficácia ao sistema, procurando ver o que pode ser aperfeiçoado para melhorar a qualidade de vida.

Porém, não teremos um sistema econômico totalmente eficaz e zerado de defeitos, pois não é assim que o ser humano foi feito e nunca será.

Assim, os movimentos progressistas do século XXI, a meu ver, serão movimentos pós-capitalistas, mantendo o que ele nos trouxe de bom e aprimorando, mas nunca questionando a sua base com já quase 300 anos de eficiência.

Movimentos anti-capitalistas atuais muitos deles são concentradores, querem manter o centro forte, como é o caso dos movimentos neo-comunistas. Ou seja, querem tirar o capitalismo e ainda manter a centralização.

É o péssimo com o péssimo.

Os movimentos anarquistas ou libertários anti-capitalistas, que querem descentralizar, esbarram justamente na eficiência do sistema econômico, pois erram o alvo. E acreditam que é possível criar um sistema econômico alternativo global.

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Falta a todos nós, para fechar, uma visão da macro-história e o papel das Revoluções Cognitivas nela, que vai cada vez mais demonstrar que o que define a nossa qualidade de vida não é o sistema econômico, social ou político, mas a nossa capacidade de atuar na sociedade.

E o que define a nossa forma de atuação é a capacidade que a sociedade tem de fiscalizar as organizações, que estão completamente atreladas as mídias disponíveis.

  • De forma, mas ativa, com mídias descentralizadoras e com uma taxa de qualidade maior.
  • Ou de forma mais passiva, com uma taxa de qualidade menor.

É isso, que dizes?

One Response to “Não foi o capitalismo o culpado da concentração de poder do século XX – foi a mídia!”

  1. […] Escrevi aqui  que o atual sistema econômico, que chamamos de capitalismo, não foi pela sua natureza responsável pela concentração de poder no século passado. […]

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