A crise da Sociedade Moderna é tecnológica!
http://nepo.com.br/2014/11/25/a-crise-da-sociedade-moderna-e-tecnologica/
Há um diagnóstico completamente equivocado sobre a sociedade moderna.
Os anti-liberais e os liberais continuam brigando com as armas e conceitos do século passado.
Uns ainda não aceitam as grandes conquistas humanas de 1800 que foram a alternância de poder, que tirou o rei do trono e a livre iniciativa que fez frente ao senhor feudal.
Estas duas tecnologias sociais foram a base que nos permitiram saltar de 1 para 7 bilhões de pessoas, mas, de fato, chegaram ao seu limite.
É preciso, assim, entender algumas coisas para entender a crise da sociedade moderna:
- – somos uma tecno-espécie, a única que cresce em termos de membros sem limites;
- – quando as crises da complexidade demográfica chegam, inventamos primeiro novas tecnologias cognitivas e depois novas tecnologias sociais.
A invenção da alternância de poder e da livre iniciativa, duas poderosas tecnologias sociais, só foram possíveis, pois tivemos como pré-condição:
- – a descentralização das ideias, com a chegada do papel impresso;
- – o aumento de autonomia do cidadão, através da alfabetização massificada;
- – que permitiu a criação das tecnologias sociais de descentralização social, que foram a alternância de poder e a livre inciativa.
Note que tivemos nesse momento uma conjuntura demográfica e uma saída tecnológica, que passaram os últimos 200 anos mostrando serviço.
O que aconteceu nesse período de 1800 para cá é que houve um movimento natural de concentração de ideias e vou explicar por que.
Quando você aumenta a complexidade demográfica, você gera mais diversidade que precisa ser processada pelos ambientes sociais. Quando isso não é tecnologicamente possível, a tendência é centralizar para poder resolver a crise.
Estamos, portanto, saindo de um longo período de concentração de ideias, que gerou concentração de poder, de capital e de iniciativas.
As organizações passaram a ser servir da sociedade e viraram o rabo que está balançando o cachorro. E este rabo tende a cada vez ser mais materialista focado no curto prazo, nos bens materiais, no baixo significado.
Assim, o meu diagnóstico não é colocar a culpa “no sistema”, no “capitalismo”, mas na incapacidade que tivemos até aqui de superar tecnologicamente os impasses da livre iniciativa e da alternância de poder.
Nem os liberais e nem os anti-liberais têm a saída para a crise, pois ela só é possível ser superada pela inovação de tecnologias cognitivas e depois com tecnologias sociais, que podem ampliar as barreiras tanto da livre iniciativa, como da alternância de poder, descentralizando-as.
Estamos entrando em uma nova Era Social, na qual vamos reinventar novas tecnologias sociais mais robustas do que temos hoje para poder viver melhor com as 7 bilhões de almas humanas que habitam o século XXI, rumo aos 9 bilhões.
A crise da sociedade moderna é uma tecno-crise que só será resolvida com mais inovação que amplie o poder da livre iniciativa e da alternância de poder.
Seria uma saída tecno-liberal, aceitando as críticas que são feitos pelos anti-liberais, que é mais ou menos o que pede os movimentos sociais de rua em todo o mundo.
Isso não é uma mudança de discurso, mas de prática e é basicamente, através do uso de plataformas que permitam a colaboração de massa, onde é possível processar mais diversidade com mais eficiência.
É isso, que dizes?