Estamos vivendo um movimento neofundamentalista na América Latina e no Brasil.
Há uma união de vários elementos:
- – líderes carismáticos com visão de baixa complexidade;
- – grandes segmentos sociais de baixa alfabetização;
- – aumento radical da complexidade diante do aumento populacional;
- – aumento radical, por consequência, de problemas estruturais;
- – resgate de ideologias simplificadoras da complexidade, tal como o marxismo;
- – metodologias de poder, tal como o populismo.
Este conjunto de fatores nos leva a viver uma crise profunda, pois há um apelo para uma solução rápida e simples de problemas cada vez mais complexos.
São alternativas de baixa inovação em um mundo complexo que pede justamente o contrário: alta capacidade de inovação para resolver cada vez mais os problemas complexos.
O que nos leva a uma aparente solução rápida para um problema cada vez mais complexo. Um mundo que pede cada vez mais redes descentralizadas, está assistindo justamente o contrário: a proposta de mais centralização e controle!!!
Há um crescimento dessa alternativa, em função de um aparente atalho, uma adesão de vários setores de classe média a esta visão simplista, diante de um fenômeno que chamei de fundamentalismo não militante, que passa agora a ser militante.
E temos, então, um ambiente:
- – de aumento de simplificação diante da complexidade;
- – abafamento e luta contra os setores mais inovadores;
- – ampliação das crises complexas, por mais e mais simplificação;
- – fortalecimento de redes fechadas, quando precisamos de redes cadas vez mais abertas.
Todos os países da AL que têm adotado o neofundamentalismo têm vivido os mesmo problemas:
- – adesão dos setores cada vez mais fundamentalistas e de baixa complexidade, que fazem uma parceria;
- – aumento das crises complexas, com falta de alternativa inovadora para os problemas tais como saúde, educação, mobilidade, energia, meio ambiente, alimentação, distribuição, competitividade e produtividade.
O movimento que deve fazer a a oposição a tudo isso tem que ser um que aponte na direção da inovação e seja capaz de demonstrar o potencial das novas tecnologias como o único caminho que possa:
- – descentralizar o poder e o capital;
- – sem perder a dinâmica e a capacidade de inovação.
A terceira via nos leva a um movimento de complexidade para combater a complexidade com redes cada vez mais abertas e capazes de lidar com o aumento da complexidade.
(Em 2008, os dados nos dava cerca de 600 milhões de habitantes, o que nos dá 1,8 bilhões de pratos de comida todos os dias.)
Este movimento, entretanto, é muito incipiente e emergente, diante da capacidade dos fundamentalistas em cumprir a sua metodologia de ficar e se estabelecer no poder.
A crise é grave e profunda.