NUNCA MAIS DIGA QUE VOCÊ É DE ESQUERDA OU DE DIREITA
POIS VOCÊ ESTARÁ ESTIMULANDO O TOTALITARISMO
E/OU O NECESSÁRIO EQUILÍBRIO ENTRE OS MEIOS E OS FINS
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Nunca mais ouvirão da minha boca, como no passado, que eu sou de esquerda.
Ser de esquerda no Brasil é sinônimo de coisa boa, do bem, da justiça social, como ser de direita é tudo ao contrário.
Muita gente diz que é da esquerda democrática, ou da direita democrática, mas aprendi NESTA eleição de que ser de esquerda ou de direita leva necessariamente ao totalitarismo no curto, médio ou longo prazo.
Democracia não pode criar rótulos, apenas agendas propositivas.
Quando se cria rótulos sem agenda, como é o caso de esquerda e direita, começamos a colocar um pé no totalitarismo.
Explico.
Ao afirmar que eu sou de esquerda/direita eu crio um clube de amigos, que gira em torno de um rótulo e não de propostas.
Os amigos para se consolidar precisam definir um inimigo.
E estamos montando uma torcida de futebol.
Política, entretanto, não é igual a futebol.
Futebol não muda a vida de ninguém, a política, muda.
A política é uma ferramenta coletiva para solução de conflitos.
Ao me definir como esquerda ou direita estou criando um clube sem agenda, que se baseia em bandeiras, bonés, palavras de ordens vazias e um inimigo em comum como o qual não posso negociar.
Eu perco a possibilidade do diálogo, pois não tenho mais agenda para debater, apenas algo emocional de camisa de time e aí se inicia a inviabilidade da comunicação e começa o fundamentalismo de ambas as partes.
A guerra sem possibilidade de diálogo pelo poder.
A maior parte das pessoas que conheço e que ainda se dizem de esquerda, não são anti-capitalistas, mas querem um capitalismo mais justo e para avançar temos que sair desse falso duelo e entrar nas agendas.
Ora eu posso negociar com “a” ou “b” sem preconceitos em torno de agendas.
O problema no Brasil é que o conceito de esquerda se embaralhou com humanismo e todos achamos que TODA pessoa que se diz esquerda é humanista e toda pessoa dita de direita, ou taxada de direita, não é humanista.
Erro.
O governo da Venezuela que se diz de esquerda ou Cuba desmentem esse princípio. A Venezuela está prendendo opositores do regime por críticas e Cuba não permite que se saia do país.
Por que isso acontece e se aceita isso como algo possível?
O que acontece é que criado o clube, nós começamos a justificar que alguns meios sejam flexibilizados por algum fim, pois é o pessoal do NOSSO clube.
E nosso clube começa a criar a falsa verdade de que somos melhores do que os outros e isso nos leva a começar a rasgar parte da carta dos direitos humanos, deixando de ser um movimento humanista.
O humanismo tem que ser radical nos seus princípios – o que não é difícil, pois existe um “estatuto”.
Está na carta dos direitos humanos, está na agenda?
Somos a favor.
O que não está na carta ou é contra ela?
Somos contra.
Facilita e passa de oposição a algo para posição a algo.
O meu “novo clube” passa a ser regido por uma carta que defende os direitos básicos da pessoa humana.
A cada momento, quem está no clube é quem defende a carta.
Quem passa a não mais defender a carta, está fora do clube.
É um clube conceitual e não baseado na amizade, em camisa, bandeiras.
É sair da torcida para trazer a filosofia para a vida política, incluindo a ética, baseada numa carta moral que sustenta a civilização moderna, que pode avançar, mas nunca recuar.
O que aconteceu no passado é que quando os meios definidos pela carta não são o tempo todo preservados em função de um dado fim (também definidos na carta), os novos meios deturpados (que rasgam a carta) acabam por se voltar contra todos, mesmo os que iniciaram o movimento.
O que se vê é que se exilam, matam, afastam os velhos moderados e os novos moderados que começam a aparecer depois de eliminado o inimigo “a” passam eles a serem os inimigos “b”.
Criando um caça às bruxas, pois os meios foram rasgados.
Vide o exemplo do stalinismo e a morte de Trotsky, por exemplo.
Por isso, o grande salto político, a meu ver, pós-eleição é passarmos a trabalhar com a ideia do humanismo democrático, no qual fins e meios devem ser sempre baseados na carta dos direitos humanos, sem concessões.
E sem clubismo, pois os inimigos aos direitos humanos podem aparecer de qualquer lado, até entre os atuais amigos e vice-versa.
Sim o humanismo democrático é mais complexo e exige um pensamento não-binário, além do nós e eles.
Mas esse é o caminho mais promissor para sairmos dessa sinuca de bico atual, tão simplista e tão violenta: esquerda e direita.
Que dizes?
Desenvolvi o tema de forma melhor neste áudio:
(PS – hoje defendo um pós-capitalismo, que chamo de colaboracionismo e a democracia digital, que visam empoderar o cidadão com tecnologias para descentralizar o poder e as oportunidades, com uma forte bandeira humanista. Acredito ser essa a base dos novos movimentos políticos do século XXI)
Fico Feliz, porque uma pessoa me RESDPONDEU quando eu disse algo ,que eu sou da extrema direita ,e eu respondi até mesmo irritada ,eu nem sei o que é direita e esquerda,não entendo isso eu fiquei de pé ,eu estava na metrô e apertei minha mão direita e depois a esquerda ,e respoindi eu sou os dois e mais o centro de meu corpo todo,aqui está o equilibrio, conssisto nisso eu quero me centrar em algo…E vocÊ DEU A RESPOSTA perfeita.Um ser humano precisa ter o lado direito, esquerdo, e o centro do nosso corpo para haver harmnonia.O audio não deu para ouvir ,entendi o que quis dizer em nem ser da direita nem da esquerda,e chama de Humanismo, ou seja sermos de fato humanos,é a filosofia moral, colocndo todos nós como principais, numa escala de importância ética dentro de uma grande variedade, mas que a dignidade seja aspiração maior.