O ser humano é a única tecno-espécie do planeta.
Somos tecnicamente naturais e naturalmente técnicos. Optamos pela tecnologia como um diferencial competitivo. E somos os únicos que alteramos nossos códigos de comunicação, conforme aumentamos a nossa complexidade demográfica.
A cultura até o século XXI foi marcada pelos códios orais, escritos e eletrônicos.
Eram códigos que, pelas suas características, nos levaram a pratica um tipo de cultura de conhecimento, que podemos dizer que era a de filtrar para publicar.
E hoje, como observa muito bem Clay Shirly, invertemos praticamente o processo de publicar para filtrar.
O código binário digital nos cria um novo modelo de conhecer.
Um software só fica bom quando ele é usado e não escondido, ou protegido.
Quanto mais rápido puder ser usado, em versões betas, mas rapidamente se é capaz de melhorar a sua performance.
Há bugs que precisam ser conhecidos e quanto mais usados e por mais gente, melhor ele vai ficando.
Muita gente me diz que é preciso estar muito bem preparado para poder publicar o que pensamos, é o modelo do conhecimento pré-digital.
Que era feito para o ambiente de conhecimento analógico.
Hoje, quanto mais rápido o conhecimento se torna público, mais gente é capaz de interagir com ele, através das ferramentas disponíveis e mais ele pode ser alterado mais rapidamente.
O Wikipédia é o exemplo maior da enciclopédia-software.
É tudo meio líquido e meio beta e quase pronto, podendo ser alterado pelo próprio leitor, em um processo de conhecimento co-criado.
A escola do século XXI precisa preparar os estudantes para viver esse novo ambiente!
O problema é que toda a nossa formação, preparação, vergonha, formação, estrutura de preparação de compartilhamento foi pensada para o modelo anterior.
Hoje, cria um conhecimento líquido é estranho para a maioria, pois parece algo inacabado e, portanto, de menos valor.
E eu acredito que é justamente o contrário, quanto mais gente pode acessar aquele dado conhecimento e interferir nele, analisando seus “bugs” mais sólido ele fica e não o contrário.
Estamos caminhando para o mundo do software aberto e livre, da mesma maneira que vamos criar as teorias abertas, sendo compartilhadas em aulas abertas, como softwares que ao serem submetidos “ao uso” tanto o uso do conhecimento, mas da prática, mais eles ficarão melhores.
Note que na academia o conhecimento era avaliado por quem não precisava dele, ou não iria usá-lo.
Hoje, ao escrever no blog ou apresentar teorias abertas para quem vai utilizá-la, estou submetendo o conhecimento ao usuário final e não a outro “programador” para fazer a revisão.
É o modelo de conhecimento influenciando a cultura e mudando a maneira de produzi-lo para sempre.
É isso, que dizes?