A doença da honestidade
http://nepo.com.br/2014/09/06/a-doenca-da-honestidade/
No dia do lançamento da Rede Sustentabilidade, quando tive a honra de ser um dos que foi convidado para fazer palestra, disse que não acreditava na honestidades dos partidos.
Já tinha aprendido com o PT, do qual fiz parte por muitos anos, que o que garante a redução da corrupção não é a honestidade das pessoas, mas a transparência do ambiente, que inibe o lado perverso corrompido das pessoas de sair para fora.
Entendo a Nova Política como o uso intenso do digital, como a única saída, para aumentar o poder da sociedade sobre todas as organizações, incluindo academia, sindicatos, empresas, e TAMBÉM políticos.
A minha descrença e experiência ao longo do tempo, entretanto, que me faz descrente em instituições e pessoas honestas, me mostrou que existe gente que é doentemente honesto ou honestamente doente.
São pessoas que têm outras ambições na vida, outros sonhos, outros desejos que algumas seduções da corrupção não fazem a cabeça.
São, de certa forma, imunes.
Da lama toda petista, por exemplo, gosto da postura do Olívio Dutra ao voltar, depois de ter governado um estado, a exercer seu papel de escriturário em um banco e sobre ele nunca ter aparecido nada que o desabone.
Acredito que Marina tem essa doença da honestidade, simplesmente por seu viés religioso e por que algumas seduções do poder não lhe fazem a cabeça.
A aposta que faço na Marina, entretanto, e na Rede, não é de que agora chegaram os honestos, pois uma andorinha não faz verão, mas por acreditar que existe ali uma simpatia de implantar a Democracia Digital que poderia REDUZIR o espaço, via transparência, da taxa de corrupção que temos no país.
Não se pode multiplicar honestidade, pois ela será testada e um ambiente mais ou menos corrupto, que pode acabar por levar, mais dia menos dia, em uma taxa maior ou menor, todos para a mesma posição de pensar em si e não no todo.
A única forma de reduzir a taxa de corrupção, a meu ver, é abrir cada vez mais poder de mídia e de controle para a sociedade para que essa pressão não deixe que a corrupção avance ainda mais e possa até recuar.
Notem, apenas, reduzir a taxa, pois enquanto houver ser humano, vai haver alguém imaginando como vai conseguir, via um caminho mais curto, viver as suas perversões.
Cabe a nós, com as ferramentas mais eficazes, reduzir o espaço.
É isso, que dizes?