Os quatro dogmas brasileiros
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http://nepo.com.br/2014/09/04/os-quatro-dogmas-brasileiros/
Dogma é algo que você não vai mudar de jeito nenhum, que passa a fazer parte da sua personalidade.
Que o identifica com um grupo.
É uma cláusula pétrea na sua constituição como pessoa. Tem gente que torna-se um dogma e vira um dogmático. Os não dogmáticos, negociam dogmas que seria, talvez, dogmas mais líquidos e menos sólidos.
O Brasil, a meu ver, tem quatro que atrapalham o país, que têm seus representantes bem marcados:
– o dogma da corrupção – que é preciso dar um jeitinho para as coisas funcionarem;
– o dogma de luta de classes – que para o Brasil ter igualdade é preciso tirar a elite e colocar o povo no lugar;
– o dogma dos costumes – que aborto, casamento gay e drogas não podem avançar em termos de legislação;
– o dogma do mercado – que o mercado vai resolver sozinho as desigualdades.
Em uma eleição se escolhe que dogma você quer combater e qual você não vai priorizar no momento para se fazer os blocos.
Diria que o atual Governo abrange três dos quatro. Alianças com quem aceita mais a corrupção e os costumes conservadores, tendo como eixo central a luta de classes (elite x povo) e reduzindo o espaço do dogma do mercado, o que define um grande arco de alianças.
Aécio e o PSDB lutam contra a questão da luta de classes, mas é mais conivente com a corrupção, vide alianças do passado e aceita o dogma dos costumes para se concentrar no dogma do mercado, que para ele é algo fundamental.
A novidade de Marina é tentar avançar no dogma dos costumes, mas não muito, aceita o dogma do mercado, supera a questão da luta de classe (não luto contra a elite), tendo como eixo principal a a briga contra o dogma da corrupção.
A ingenuidade nesta eleição é considerar que um candidato a presidente com chances vai conseguir lutar contra todos estes dogmas ao mesmo tempo. Aqueles que lutam, digamos o PV, me parece, não saem do traço na pesquisa.
São pontos que devem avançar.
A meu ver, Marina consegue dar respostas razoáveis ao dogma do mercado, tentando fazer a inclusão com empreendedorismo, supera a luta de classes, procura avançar no que dá na questão dos costumes e ataca fortemente o dogma da corrupção.
Isso é o novo possível
Muita gente que está contra ela, não está priorizando, talvez por ter se acostumado, com o dogma da corrupção e da luta de classes, que pode, em função da pressão, se acentuar nos próximos anos.
Qual é a prioridade?
Cada eleição nos coloca uma agenda e temos que optar por onde vamos combater.
Os não dogmáticos ou os dogmáticos mais líquidos, que é a maioria devem optar por que dogma é possível combater a cada eleição.
Combater tudo ao mesmo tempo o leva a uma zona de conforto, para posar de pessoa “do bem” mas não elimina a necessidade estratégica de se definir nas urnas para onde o Brasil vai e o que podemos deixar de melhor para nossos filho: um país menos dogmático, superando cada dogma a seu tempo.
Qual o dogma você acha possível combater agora e qual é a prioridade?
Isso vai definir seu voto!
É isso, que dizes?