O Brasil sofre um grave problema de baixa taxa de percepção.
Todos nós vemos percepções, que são salpicadas de dados, fatos, que nos balizam o que é mais ou menos a vida. Aqui há uma baixa taxa de percepção, pois concluímos percepções com poucos dados, pouca lógica e muita emoção.
Digo isso depois da leitura do Globo e as análises sobre a atual eleição.
O fato mais importante dos dados que temos da pesquisa eleitoral de ontem é o seguinte:
Marina teve um forte crescimento no Rio (8%) e São Paulo (6%). No Rio, os votos foram tirados mais de Dilma e menos de Aécio e em São Paulo mais de Aécio e quase nada de Dilma.
Ou seja, a onda Marina, nestas duas regiões relevantes, o terceiro e primeiro maiores colégios eleitorais do país não reduziram de tamanho, aumentaram.
Como a pesquisa não deu regiões, para estancar o crescimento Marina alguma outra região disse não, por algum motivo, ao crescimento Marina. Ou seja, não podemos falar que Marina parou de crescer no Brasil, mas que Dilma passou a crescer em alguns lugares relevantes e conseguiu nestes lugares interromper o crescimento nacional de Marina, que continua forte no Nordeste em bolsões eleitorais da maior importância.
As pesquisas atuais mostra claramente que o Brasil não está decidindo o voto de forma homogênea. Esse é o principal resultado da pesquisa que merce uma análise mais detalhada.
Para cariocas e paulistas a candidatura Marina avança e muito bem,.
Aonde Dilma cresceu?
Um dado relevante é a pesquisa no Sul, onde estavam empatadas, veja o resultado de Santa Catarina:
Em Santa Catarina, Ibope aponta: Dilma 34%, Marina 22%, e Aécio 20%http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/eleicoes/2014/noticia/2014/08/em-santa-catarina-ibope-aponta-dilma-34-marina-22-e-aecio-20.html
Ou seja, não é apenas o Nordeste que Dilma está ganhando, mas talvez no Sul ou em Minas, não sei os detalhes ela pode ter avançado, ou talvez em Minas, o segundo maior colégio eleitoral.
Por quê?
Diferente do Sudeste, o Sul tem uma população mais homogênea em termos de origem e pode ter uma rejeição maior a uma representante do Norte? Poderia haver alguma rejeição de classe social e cor da pele? Algo mais conservador?
Muitos se apressam em dizer que a questão LBGT afetou Marina.
Para dizer algo assim e se fosse um fenômeno nacional de percepção, ela deveria ou parar de crescer em todas as regiões e ter um movimento igual em todas elas. O voto de um setor da classe média não define nada em termos percentuais.
As classes A e B têm 2 para cada 10 eleitores das classes C, D e E.
No momento atual, o Brasil está, regionalmente, se dividindo na eleição, com Marina forte no Sudeste e com resistências no Nordeste, bastante, e no Sul, aparentemente. Talvez Minas, temos que ver os dados de hoje. Só com mais dados podemo saber o que está acontecendo.
Qualquer achismo sobre os dados da pesquisa no Brasil é, por enquanto, achismo.
Muito achismo.
É isso, que dizes?