Feed on
Posts
Comments

O maior equívoco que existe hoje sobre conhecimento é acharmos que conhecemos para alguém. Isso é uma visão equivocada e intoxicada do mundo que estamos saindo. O grande salto de qualidade que tem que ser feito em termos de aprendizado é resgatar a posse do conhecimento das pessoas pelas pessoas para as pessoas –  que foi perdido.

foracaixa

Você tem uma narrativa sobre a sua vida e sobre as coisas que você faz na vida e quando estuda, aprende, conhece você tem o compromisso COM VOCÊ de melhorar essa narrativa.

Você está em “a” e passa para “b”.

Vai no espelho e comemora, fique feliz, pois hoje você conseguiu melhorar a sua narrativa e consegui, depois disso, agir diferente. O que fazia em “a”, a partir de “b”, agora consegue responder com “c”.

Isso ninguém vai tirar de você.

O problema que todo o conhecimento, aprendemos isso na escola, é feito para que o outro avalie que você conheceu, a partir da perspectiva dele.

Uma criança que entrega uma prova na escola, não tem uma narrativa pessoal, mas quer mostrar para o professor (do lado de fora) que ele merece uma boa nota.

Ela aprende para tirar uma nota e ser avaliada por alguém do lado de fora, pouco importa aquele conhecimento para a sua vida, para a sua narrativa e para a sua prática.

Isso é colocado no fundo da nossa “placa-mãe” e trazemos isso para nossa vida.

voando

Quando começamos a criar o nosso pensamento próprio, temos vergonha do que o outro vai achar, pois estamos criando um conhecimento para ser avaliado para o outro e não um compromisso de você com você mesmo de melhorar a sua narrativa e, por sua vez, a sua vida.

O que acaba acontecendo é que a vida da pessoa está num lado e o conhecimento que ela está adquirindo está em outro. Não há relação, só alienação.

Quem estuda tem que aprender algo para melhorar o que sabia ontem. E não saber mais do que fulano ou beltrano, ou ser reconhecido por “a” ou “b”. O conhecimento vale para a própria pessoa que sabe que a sua narrativa melhorou, sua percepção está mais sofisticada e isso a leva a ter uma vida mais qualificada, pois consegue lidar melhor com a vida.

Há uma percepção mais realista.

ROMPENDO COM OS MEDOS

Meus alunos me dizem que sentem vergonha de pensar com a própria cabeça, de criar a sua narrativa, pois estão preocupados com o outro.

Isso é uma batalha emocional enorme e um desafio para todos os educadores (com E maiúsculo) do século XXI.

É isso, que dizes?

2 Responses to “Você conhece para quem?”

  1. Alex disse:

    Lendo esse texto me dei conta de um dos motivos pelo qual estou achando as aulas muito interessantes. Não estamos aprendendo a visão de um pensador X, na obrigação de decorá-la e provar para o professor através de uma prova que sabemos exatamente o que foi dito. O próprio formato da avaliação dos alunos (presença e participação) deixa bem claro que o objetivo é fazer a gente pensar por conta própria sem essa preocupação! Genial!

  2. Erika Stockler disse:

    Admirável mestre, vejo que essa crosta foi imposta desde que éramos pequeninos e ainda no processo de construção de nossas próprias percepções. Graças a deus que sempre há tempo para recomeçar. ..

Leave a Reply