Profissional é aquele que sabe fazer.
Fazer algo, resolver um dado problema.
Há, assim, uma narrativa de cada profissional.
Que compreende um determinado problema de uma determinada maneira e age sobre ele.
A maior parte dos profissionais – incluindo professores que formam profissionais – não desenvolve a sua própria narrativa original, mas repete as que existem no mercado sem pensar sobre ela.
Somos mais apertadores de botão do que desenvolvedores de novos botões.
Temos alguns problemas encadeados aí:
- – estamos saindo de uma Contração Cognitiva, das ideias controladas;
- – isso nos leva a um embotamento da capacidade de perceber a nossa própria percepção e, por sua vez, desenvolver a nossa própria narrativa pessoal;
- – o que nos leva a ter dificuldade de perceber também a narrativa profissional.
Além disso, que é um problema mundial, vivemos em um país importador das ideias externas, tudo que é de fora é melhor do que de dentro.
O que nos faz ser um país repetidor e não inovador.
Assim, há uma vergonha e uma inveja tóxica de tudo que possa ser feito por aqui.
Isso inibe a nossa capacidade de criar a nossa própria narrativa profissional.
A narrativa profissional escolhe, a meu ver, pela ordem:
- – um problema que causa sofrimento;
- – formas de resolver este problema de forma a reduzir a taxa de sofrimento.
Isso nos leva à duas atitudes:
- – narrar diferente (filosofia e teoria);
- – agir diferente (metodologia e operacional).
Sugiro sempre aos meus alunos que criem diários de bordo, se forem blogs melhor ainda, que possam registrar e desenvolver a sua narrativa e que possam assumir que ela existe, tomar posse da mesma, registrar que ela está hoje em “a” e pode ir para “b” amanhã.
Muita gente quando escreve ou mesmo até faz trabalhos acadêmicos está preocupado em escrever sobre a realidade não registrar a sua própria narrativa e criticá-la com o que vem recebendo de fora.
É o desenvolvimento de uma narrativa de fora para dentro e não de dentro para fora, que não tem nada de original, mas apenas uma cópia do que se vê por aí.
A maior parte inútil.
O que vemos no mundo nunca é a realidade, mas a nossa capacidade de conhecer a nossa percepção e ir aprimorando-a para que possamos agir melhor.
Ver melhor e agir do mesmo jeito só serve para aumentar a hipocrisia!
É isso, que dizes?