Feed on
Posts
Comments

“Precisamos democratizar a democracia” – Marina Silva.

Hoje só se fala no nome da Marina nos jornais.

marina_3.0

Mas falta um dado fundamental para entender o que vai significar Marina como presidente do Brasil, caso concorra e caso seja eleita.

Marina é hoje a liderança política nacional mais antenada com o futuro digital.

Quando a encontrei há cerca de dois anos para falar das minhas teses, já tinha ido pronto para começar do zero o meu discurso, mas ela me falou – e eu ainda não tinha lido – do livro do Rifkin “A Terceira Revolução Industrial”.

Ela não só tinha lido, como tinha feito o prefácio!!!

(Considerei o melhor livro que li naquele ano.)

Note que Rifkin não é um comunista e nem um socialista atrasado, mas é um dos principais pensadores no mundo que tem ajudado vários países e organizações a ver o futuro melhor e optar por uma saída nova para velhos problemas, usando a rede como ferramenta de descentralização de poder.

Veja alguns vídeos dele no Youtube.

a_terceira_revolucao_industrial_big

(Veja o subtítulo: poder lateral – Coloco o prefácio completo dela abaixo).

E destaco alguns trechos, pois Marina se mostra – e isso foi muito longe dos palanques – como uma pessoa que aponta uma saída atual para a crise da humanidade pela descentralização do poder, democratizando a democracia e criando formas alternativas de produção, o que eu chamo de cooperativismo, o sucessor do atual empresismo (que o pessoal chama de capitalismo).

Ou seja, Marina é uma resposta futura para as crises que vivemos, mas se recusa ao modelo PT (centralizar o poder para distribuir) ou PSDB (produzir sem grandes preocupações de descentralizar).

Marina é uma iluminista do novo tempo, pois consegue ser uma liderança carismática, mas que não tem usado seu carisma para fortalecer um projeto pessoal, mas ser instrumento de uma causa maior.

Ela tem um lado muito mais Gandhi do que de Hugo Chavez. Gandhi teve defeitos, assim como Marina os têm, mas isso dá uma linha do que ela imagina deixar de legado ao mundo, algo raro aqui nos trópicos.

Vejam abaixo o que ela extrai das ideias de Rifkin:

po34

Marina não quer controlar as massas, mas quer dar canal para as massas controlar as organizações, o que é um verdadeiro pós-liberalismo digital, criando as bases da República Digital e do cooperativismo, que seria o pós-capitalismo, usando a internet para descentralizar o poder e o capital sem que voltemos para o impasse do século passado, ou liberdade ou mercado.

Seria um mercado sim, mas muito mais descentralizado e com mais liberdade!

Diz mais:

po3456

O trecho acima é base, a meu ver, do novo empreendedorismo descentralizado, que, aliás está no Programa PSB/Rede e ouvi do próprio Eduardo Campos, quando esteve semana passada aqui no Rio, em palestra.

É muito mais mercado do que temos hoje, descentralizar oportunidades, com inovação fortemente baseada em rede digital.

Vamos em frente:

 po3424

 Quem acha que Marina é uma religiosa pouco esclarecida e que se limita ao pensamento da área do meio ambiente, vai cair do cavalo. Ela estuda muito, lê muito, talvez seja desde FHC o candidato a presidente, se sair, que tem mais bagagem intelectual, o que ajuda bastante a pensar o futuro com mais complexidade.

Ela conseguiu tirar do seu viés religioso, o que há de melhor (princípios), sem deixar de se abrir para ideias novas.

É algo que só poderia acontecer no Brasil e com algumas pessoas. Difícil de explicar para alguém que vem de fora.

Por fim, a mídia está vendo um lado da Marina, mas não o grande ganho que teremos para o país, para a América Latina e para o mundo de termos uma presidente que quer optar por resolver os graves problemas de desequilíbrio social não pelo controle, mas pelo aprofundamento democrático (político e econômico), fugindo dos pêndulos inviáveis do século passado, limitados pelo Ambiente Cognitivo que tínhamos.

É algo muito poderoso como experiência para o mundo.

Claro que transformar ideias em prática é algo que vai exigir de todos nós um grande esforço, pois estaríamos sendo os primeiros na América Latina a caminhar para esse novo viés. Mas é justamente isso que nos levou às ruas em 2013.

Marina teria a capacidade de tentar dar um projeto para aquela demanda intuitiva.

O prefácio na íntegra:pottrpo2

 

One Response to “O lado 3.0 de Marina Silva”

  1. Alex Rodrigues disse:

    Nepô, vejo com muita simpatia a possibilidade da Marina sair candidata depois dessa tragédia que aconteceu. Fiquei sabendo coisas sobre o Eduardo Campos que não sabia (sobre modelos de gestão) que me impressionaram e gostaria que a Marina realmente adotasse aquele modelo em um possível governo.
    Vejo também muitas similaridades do seu discurso com o dela, o que é importante, porque na minha visão você é um dos caras que melhor pensa o nosso momento.
    Queira Deus então que dessa tragédia sai um novo futuro para nossa nação, a America Latina e o Mundo.

Leave a Reply