Não existe nada mais cretino do que a verdade como status de alguém.
E nada que deva ser mais combatido do que a ideia de que a ciência busca a verdade.
Como já disse um time inteiro de filósofos e eu faço a síntese:
Todas as organizações pseudo-produtoras de verdade, no fundo, querem intermediar o mundo.
E se estabelece que há pessoas no mundo que estão MAIS PRÓXIMAS da verdade e outras mais distantes. As que estão mais próximas ganham diplomas de grau de proximidade.
Conforme vai se diplomando, vai se aumentando a taxa de verdade.
Porém, o mundo criou a ciência para resolver problemas complexos e o mérito deve ser quem consegue ajudar o mundo nessa direção. Quando a ciência foge desse papel, estamos diante de uma crise ética, pois estamos fugindo do papel e dos valores para os quais tudo foi criado!
O problema que a verdade ao final de Contrações Cognitivas, como a atual, passou a ser apenas algo inútil.
- O que deveria ser remédio passou a ser calmante.
- O que deveria ser encontro, passou a ser fuga.
A procura da verdade vazia passou a ser uma justificativa de algo que leva de lugar nenhum a lugar nenhum. É uma ponte de ar sobre um rio de pedra.
Precisamos repensar profundamente o papel da verdade como ferramenta humana para reduzir sofrimento.
A verdade – uma bolinha de tênis – é algo que deve servir de parâmetro provisório (no tempo, no lugar, na rede que a utiliza) para ajudar as pessoas a resolver os seus respectivos problemas tendo como foco a redução de sofrimento.
Ciência sem ética, já disse, não é ciência, pois não é humana, é desumana.
Não podemos discutir métodos científicos, antes de discutir o próprio papel da ciência e, só então, alinhar o método à ética estabelecida.
Toda discussão de método sem a discussão ética é uma tentativa de manter a ciência em Matrix e o mundo órfão de mais racionalidade para lidar com problemas mais complexos.
É isso, que dizes?