O grande problema de toda a sociedade humana é:
- – escolher líderes que tenham mérito ajudando-nos a pensar melhor e agir e, em alguns casos, decidir;
- – ser capaz de mudá-los quando deixam de nos representar.
Esta é a base da representação.
Podemos ver que vivemos na Governança Oral-Escrita – lideranças baseadas na hereditariedade, escolha divina, de sangue, algo bem biológico.
As revoluções liberais do século XVIII questionaram esse modelo, pois viram que tal modelo era anti-produtivo para a sociedade, leiam o “Senso Comum”, de Thomas Paine.
Assim, nosso modelo de governança, onde a escolha dos líderes é a plataforma fundamental, foi baseado neste modelo rotativo de 1800, quando éramos ainda 1 bilhão de habitantes.
Nestes últimos duzentos anos, tivemos:
- – o aprendizado pela sociedade dos malefícios e benefícios do modelo de governança atual, em fase terminal;
- – a concentração de ideias, marcada pela chegada do rádio e tevê que centralizou, de novo, as ideias, na modelagem oral/imagem, retrocedendo o uso da escrita, durante o século passado, que nos levou a uma verdadeira Ditadura Cognitiva;
- – o aumento vertiginoso da população de 1 para 7 bilhões.
Tudo isso nos leva a crise atual de representação, falei mais sobre isso aqui.
Nossas autoridades têm baixa liderança, pois estão onde estão não mais pelo mérito, mas pelas brechas da representação, com raras exceções e isso se espalha em todas as organizações da sociedade.
O desafio da nova Governança Digital, portanto é:
- – Resgatar a meritocracia dos líderes;
- – Fazê-los mais dinâmicos, ou seja, “retiráveis” com menor esforço;
- – Dando a eles instrumentos de tomada de decisão muito mais próximos do desejo de mais gente, aumentando a diversidade das decisões, via Comunicação Algorítmica Digital.
Haverá uma Liderança Líquida em um modelo diferente do atual.
Não haverá, a meu ver, mandatos, mas um ranking na plataforma que é considerado líder alguém que está no lugar certo e na hora certa, durante um período de tempo em que todos os “liderados” assim o considerem.
A ideia de uma sociedade sem liderança, a meu ver, é impraticável, não é assim que funcionou e nem é assim que vai funcionar. O que teremos são líderes muito mais líquidos, que procurarão, se quiserem servir à sociedade, se manterem pelo mérito.
Isso pode ser visto claramente, como um protótipo, nesta entrevista com o Marcos, um taxista que já vive um pouco esse novo ambiente:
Bom, é isso, que dizes?
Ver mais sobre este debate aqui nesta palestra sobre o futuro do sindicalismo, que fiz em Belém:
E ainda neste post: