A espécie humana, artificial como ela só, precisa para sobreviver criar organizações. A Governança da Espécie é exercida, através de organizações que fazem por nós aquilo que não podemos fazer sozinhos.
Quanto mais gente tivermos no planeta, mas as organizações terão que fazer por nós e mais terão que se sofisticar.
O problema que existe é que quando aceitamos criar organizações, ou deixamos que elas surja, há sempre uma pedra fundamental, que são os princípios fundadores.
Aquilo que oferece algo para a sociedade em troca.
Criamos isso para oferecer aquilo
O problema é que uma organização depois de criada, quando se sobe o tijolo passa a ter interesses próprios divergentes da sociedade, pois, se não houver uma visão ética e apenas moral:
- – cria-se um corpo que passa a sobreviver daquela organização internamente;
- – que gostaria de ganhar o máximo possível e dar o mínimo possível;
- – e para isso o ideal é criar algo que permita o mínimo controle social sobre seus atos.
Isso é algo humano, querer o mais, dando o menos possível.
Há aí, a meu ver, a principal tensão da sociedade: as organizações farão de tudo para terem “independência social” versus a sociedade que quer poder controlá-la para defender os princípios fundadores.
Essa tensão faz parte dos paradoxos da nossa espécie ao longo da história.
Há, entretanto, pontos extremos dessa tensão.
- Quando temos uma forte Contração Cognitiva, com as organizações controlando fortemente as ideias, aumenta o Narcisismo Organizacional;
- Quando temos uma forte Expansão Cognitiva, com as organizações reduzindo o controle das ideias, reduz-se o Narcisismo Organizacional.
Algumas Falsas Máximas, tais como:
- – Uma empresa nasce para dar lucro – não uma empresa nasce para servir a sociedade e ter uma motivação para fazer isso, a partir do valor que gera;
- – O papel da ciência é procurar a verdade e o conhecimento – não o papel da ciência é ajudar a resolver problemas complexos e, para isso, pesquisa.
A procura do conhecimento pelo conhecimento, ou do conhecimento à procura da verdade seria algo como o rabo balançando o cachorro e não o cachorro balançando o rabo.
Os meios passam a ser o fim e os fins passam a ser os meios.
Esta é a inversão quando temos uma contração cognitiva.
As organizações conseguem fazer como que aquilo que deveria ser um meio passe a ser fim e a sociedade, impotente, aceita.
Todo o movimento de revisão organizacional será o de repensar conceitos fortemente enraizados e aceitos hoje pela sociedade. Não eram verdades absolutas, mas ideologias que foram vendidas e aceitas pela sociedade, diante da Contração Cognitiva exercida.
É isso, que dizes?
O áudio abaixo fala mais sobre isso: