De quando em vez, em uma aula participativa temos alunos mais críticos. Que querem participar mais. E isso pode atrapalhar um pouco a diversidade da turma. Como lidar com isso?
Incentivo a postura crítica, mas há sempre uma taxa de pertinência e de impertinência para o prosseguimento mais harmônico da aula.
Tem alunos que têm uma carga de leitura e de criticidade maior E outros que são mais “virgens” em discussões intelectuais. Por tendência, os mais críticos passam a dominar a aula e isso pode gerar alguns problemas:
- a) menos gente participando;
- b) dedicação muito grande do articulador para um único aluno.
O importante nesse caso é tentar harmonizar.
Uma sugestão é aproveitar a parte “a distância” do curso (ver mais sobre isso aqui) para abrir um espaço de discussão com os mais críticos, estimulando um debate produtivo fora do espaço da aula para que haja, cada vez mais um afinamento.
Que ele entenda melhor as ideias que estão sendo propostas e aonde pode colaborar melhor com a discussão.
Esse tipo de aluno demanda uma atenção especial, pois precisam de mais argumentos para se sentirem mais seguros.
Geralmente, vemos os seguintes problemas hoje em dia:
- – Dificuldade de se expressar e argumentar, vergonha tóxica, muito comum;
- – Dificuldade de ouvir os outros;
- – Dificuldade de abstrair algo que está fora do cotidiano;
- – Visão moralista do mundo: eu faço o que é esperado de mim e não aquilo que eu devo e quero fazer.
O articulador de aulas e teorias abertas da Governança Digital não quer o mesmo poder do professor da Governança Oral-Escrita. O foco é resolver o problema do lado de fora.
O objetivo é capacitar os alunos para que reproduzam a teoria aberta, não pela imposição, mas pelo diálogo e a força dos argumentos, que podem ter seus pontos falhos nas partes, mas que têm que fazer todo o sentido no todo, incluindo a metodologia proposta. E, só então, repensar as partes.
O propósito, assim, de um articulador de aulas e teorias aberta não é exercer o poder sobre seus alunos, mas fazer com que eles ganhem poder para resolver problemas que estão lá fora.
Não é uma retenção, mas uma distribuição de poder.
Se todos abraçam o mesmo propósito ajuda muito o processo, pois se quer melhorar o todo para agir melhor, aperfeiçoando as partes.
Dar mais atenção a quem precisa de mais atenção, é algo que deve ser feito para que o processo ocorra de formas mais harmônica.
É isso, que dizes?