Como vimos aqui, as organizações precisam fazer ajustes diante das novas mudanças do mercado, porém há uma incapacidade para saber exatamente que mudanças.
A atual crise é uma crise inédita para as organizações e não está nos manuais, pois é provocada por uma Revolução Cognitiva, um fenômeno raro, mas que tem consequências profundas na vida das organizações e de toda a sociedade no curto, médio e longo prazo, dependendo do setor, região e/ou problema que resolve na sociedade.
Uma Revolução Cognitiva se caracteriza pela massificação de uma tecnologia cognitiva reintermediadora na sociedade, que dá ao cliente muito mais poder do que tinha antes.
Além disso:
- Há uma mudança na relação de poder entre o que as organizações podiam e não podiam na sociedade, criando um movimento forte de rejeição ao antigo modelo, condicionando a uma mudança na atitude e não apenas no discurso ou na comunicação.
- Há um novo modelo de troca entre as pessoas dentro de um novo ambiente cognitivo, que cria um novo paradigma para os negócios, provocando uma mudança na forma de comercialização de produtos e serviços;
- Além disso, com a horizontalização das ideias e aumento radical da interação dos clientes, bem como novos paradigmas de negócio, surgem novas concorrências com muito mais facilidade, via empreendedores digitais, criando mudanças constantes e inusitadas por entender o novo cenário e não ter as amarras com o antigo modelo.
É uma crise que vai marcar a vida de várias organizações, mas não pela sua existência, mas pela incapacidade das organizações de ter coragem para encará-la de frente e apoio adequado para fazer a passagem.
É uma crise que tem o “timeline” de compreensão muito maior do que o habitual de no máximo alguns anos.
Uma revolução cognitiva é algo raro e ocorre ao longo de vários séculos, o que é algo que está COMPLETAMENTE fora de cogitação de ser absorvido por uma organização.
O dia a dia é matador.
É uma crise complexa e exigirá de todos nós, a primeira geração que a encara de frente, fôlego para encará-la.
Muitas não sobreviverão, pois a capacidade de ajuste interno será insuficiente ao necessário.
E o principal motivo, a meu ver, estará em:
- a) entender o que está acontecendo – a maior parte prefere respostas simples ou ignorar o problema;
- b) entender e tomar atitudes pró-ativas diante do problema – a maior parte acha que não precisa investir em novas ações.
O caminho mais fácil é acreditar que tudo vai passar e continuará como antes, ignorando a crise e sendo refém do futuro e não criador de futuro.
Tenho me esforçado para ajudar as organizações.
O diagnóstico é claro: é preciso se reinventar de fato para continuar gerando valor e equilibrando receita e despesa.
O caminho, entretanto, para fazer mudanças no avião no ar é complexo.
E aí vem a ideia do laboratório de inovação para promover a passagem.
Que é o que falarei no post seguinte.
Que dizes?