Quando falamos em Revolução Cognitiva estamos falando da massificação de tecnologias cognitivas reintermediadoras em todo o planeta, de forma distintas entre regiões e dentro de segmentos da população em cada uma delas.
De maneira geral, podemos dizer que Revoluções Cognitivas vêm para a sociedade para tornar mais complexo o ambiente cognitivo da sociedade para viabilizar, em um futuro próximo, um novo modelo de governança da sociedade.
Assim, podemos dizer que temos duas fases, que chamei de pêndulo cognitivo, uma de contração, ao final de uma Revolução Cognitiva e outra de expansão, a que estamos entrando agora.
Na expansão, que é o que interessa, vamos revisar e mudar as crises criadas pela contração, a saber:
- – empoderamento do cidadão/consumidor, que forçará a quebra do narcisismo das organizações, através do aumento radical das trocas horizontais;
- – reintermediação de processos – retirando tudo aquilo que é desnecessário e não gera valor, alterando assim todos os canais de troca, sociais, políticos e econômicos.
Estas, a meu ver, são as fortes tendências, que podem ser vistas como o DNA das principais mudanças que estamos assistindo.
- Consumidores imersos na Revolução Digital: As organizações que estão vivendo em regiões ou atendem exclusivamente regiões ou camadas da população que estão fortemente incluídas na Revolução Digital precisam urgente rever seu modelo de negócios, pois há um crescente número de novos players criando novas alternativas, através da reintermediação de processos e estabelecendo uma relação mais horizontal com os consumidores.
- Consumidores ainda não imersos na Revolução Digital: As organizações que estão vivendo em regiões QUE NÃO ATENDEM exclusivamente regiões ou camadas da população que estão fortemente incluídas na Revolução Digital precisam rever seu modelo de negócios, em paralelo criar alternativas para não perder seus antigos clientes, criando ponte entre estes e os novos.
Todos os setores que trabalharam como intermediadores de processos, fazendo a ponte entre o consumidor e um determinado produto e serviço serão bypassados, pois o novo valor será feito pelo acesso direto do consumidor-cidadão ao produto e serviço.
Como isso é feito?
Há o que chamei de confiança digital, dentro do trinômio cognitivo.
O grande problema que justificava o intermediário era que o consumidor desconfiava de um dado produto e serviço e precisava de um intermediador para carimbar um selo de qualidade de confiança nele.
O grande papel das concessionárias de veículo, da venda de usado, dos taxistas, do aluguel de apartamento de temporada, de hotéis, de restaurantes, de serviços de conserto de casa era que alguém precisava dizer que aquele fornecedor era de confiança para não ser ludibriado.
O modelo atual de confiança analógica exigia para esse tipo de troca a necessidade o intermediador, que exercia um papel cartorial na sociedade, “carimbando” os prestadores de serviço, prestando um relevante trabalho, porém encarecendo o mesmo.
A grande novidade de uma Revolução Cognitiva na sociedade, em todas elas, é que a nova tecnologia cognitiva abre a possibilidade de trocas horizontais para “matar” o antigo intermediador, cirando um novo patamar de confiança nas trocas horizontais.
Todo o ambiente de negócios pré-Revolução Cognitiva é afetado pela quebra da intermediação, pois novos modelos surgem e surgirão para mostrar que é possível fazer negócio entre pares, que antes não confiavam entre si.
A escrita, por exemplo, criou as bases para os contratos a distância, por exemplo, o que deu um salto gigantesco no comércio internacional.
Como isso é possível agora?
A grande mudança que temos hoje é a possibilidade da confiança digital, pois hoje um usuário é capaz de qualificar facilmente o serviço prestado por outro, deixando um rastro e criando um karma digital do prestador.
Esse é o pulo do gato para se “matar” o antigo intermediador.
Como vemos na figura abaixo a mudança:
Note que há uma reintermediação, através de um novo modelo de negócios, cuja as trocas passam a ser feitos cada vez com menos intensidade pelos atuais intermediadores, que perdem fortemente o valor.
Para lidar com isso é preciso atuar em três frentes:
a) fazer a inovação incremental para quem ainda está fora da Revolução Digital;
b) fazer a inovação radical para quem já está nela;
c) fazer a inovação radical uma estrada natural para aqueles que estão sendo incluídos.
É isso, que dizes?