Não será mais possível pensar o ser humano sem colocarmos as mudanças tecno-cognitivas no mapa. Se vocês ouvirem esse psicanalista verão que já se sente claramente, apesar de não se precisar as causas, mudanças nesse campo.
Veja abaixo:
O ser humano, como tenho insistido nesse blog, vive dois momentos na sociedade:
- – de expansão cognitiva – quando ganhamos canais;
- – de contração cognitiva – quando perdemos canais.
A expansão nos permite criar.
E a contração nos permite consolidar.
É como se fizéssemos o jogo, como gosta de dizer Paulo Gaudêncio, uma tese, uma antítese e uma síntese.
A tese é a contração, a antítese é a expansão e a síntese é a consolidação de uma nova governança que dura um período até que fechamos os canais e entramos em crise novamente.
Podemos, para que possamos ajudar as pessoas a reduzir neuroses, dizer que nosso cérebro (e o ego dentro dele) flutua nesses dois momentos.
- Na contração cognitiva, temos um cérebro/ego repetidor e memorizador;
- Na expansão cognitiva, temos um cérebro/ego inovador e criador.
Talvez, possamos dizer que na contração nosso ego precisa da aceitação e do reconhecimento externo e vai se homogenizando para consolidar um dado modelo de governança da espécie. E na expansão ele vai precisando criar e se preparar para uma modificação da governança.
O cérebro/ego, assim, fluta entre o repetidor e o criador.
O ego digital, assim, é um ego criador, que vem combater o atual repetidor.
Porém, a flutuação do ego não pode apenas ser colocado nestes dois parâmetros.
- A renascença digital nos pega com 7 bilhões de habitantes e em tudo que isso nos traz de complexidade, tamanho das cidades.
- A produção do conhecimento e tomada de decisões de um mundo digital tem características específicas e inusitadas;
- Temos o acúmulo do passado em lidar com neuroses.
Ou seja, o ego digital tem um macro-movimento, pois é de toda a sociedade, que pede abertura e criatividade, mas não podemos dizer que ele pode ser comparado com o ego impresso-eletrônico.
É um ego que se abre para criação com outros paradigmas, completamente novos.
Há momentos, inclusive, distintos.
O ego impresso teve fases de início, meio e fim.
- O ego eletrônico idem.
- E agora o digital vive a sua fase inicial, que tem que duelar fortemente com o modelo concentrador do ego impresso-eletrônico em fim de festa.
Há que se preparar para a expansão desse ego digital, que vai completamente contra o modelo que temos hoje. Vou falar mais sobre isso aqui nos desafios do ego digital.
(Sugiro, se se interessou, ver mais aqui.)
Versão 1.0 – 21/11/2013 – Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.
[…] Ou seja, um ego digital, que detalhei mais aqui. […]