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Sobrevivientes+del+Holocausto

A coisa mais fácil do mundo ao vermos algo extremamente violento é atribuirmos aquele gesto a não-humanidade.

Algo fora da nossa espécie.

Inaceitável.

É bom colocarmos como algo DE FORA, pois tira de nós o espelho do que nós podemos também fazer em menor escala, ou em situação similar.

Conforme nos mostrou Hannah Arendt depois da II Guerra o ser humano é capaz de matar crianças de manhã e ir jantar com as suas crianças de noite, como se nada tivesse acontecido.

A banalidade do mal é algo que pode ocorrer não por que a pessoa deixou de ser humana, pois ela se deixou levar pela vida, se ausentou de ser uma pessoa e isso não só acontece em algo tão dramático durante aquela guerra, mas acontece todos os dias.

Nas aulas que dou para meus alunos percebo uma baixa abstração, uma falta de discussão sobre ética e moral. Nada disso nos leva para o holocausto, mas é algo que precisa ser combatido quando tempos uma nova Governança da Espécie a ser construída em um movimento de expansão cognitiva.

Podemos dizer, assim, que se o holocausto nazista ou tantos outros pequenos holocaustos que vieram depois ao longo da história foram ações de baixa humanidade.

Hoje, vivemos um momento, pós-ditadura cognitiva, de baixa humanidade no mundo.

Estamos muito mais no âmbito do que Espinoza chama de primeiro estágio do gênero do conhecimento.

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A baixa humanidade se agarra a uma dada moral e não tem capacidade ética para questioná-la.

Os humanos que seguem essas normas não tem um ego ético desenvolvido.

Seguem a moral como se não houvesse alternativa.

A baixa humanidade é fruto de um ego extremamente moral, que aceita um contexto vigente, mesmo que ele fuja de padrões humanos.

Que me desculpe o Zeca Pagodinho, mas cantarolam: “Deixa a vida me levar”.

Quando você tem que ter uma visão sobre a vida para que você possa direcioná-la.

Por isso, que a ética é algo tão importante.

A ética atua sobre a moral, questionando-a e vendo no que a moral, mesmo que aceita, tem de baixa humanidade.

A ética é, assim, o equilíbrio entre o que POSSO fazer e o que QUERO fazer como o que DEVO fazer, baseando-me no Cortella no Jô.

A ética sempre coloca o DEVO em destaque, que é papel do EGO:

  • Posso, mas devo?
  • Quero, mas devo?

Aumentar a taxa de humanidade é cada um estar sempre atento para o que eu devo, apesar da oportunidade do POSSO (superego) ou do desejo irrefreável do QUERO (ID).

É isso, que dizes?

Versão 1.0 – 29/10/2013 – Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.

One Response to “A baixa humanidade”

  1. Denise Pires disse:

    A baixa humanidade é fruto de um ego extremamente moral, que aceita um contexto vigente, mesmo que ele fuja de padrões humanos.
    – See more at: http://nepo.com.br/2013/10/29/a-taxa-de-humanidade/#sthash.eIAmgN3P.dpuf

    Essa frase me remeteu a um pensamento de Hanna Arendt : “Perder-se de si é perder-se do outro.
    Um ego extremamente moral é produto do princípio da dependência extrema ao dogma.
    Gostei muito! Grata!

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