Discuti aqui minha experiência com aulas participativas e agora quero falar da mudança da relação do professor com o seu ego.
Acredito, apesar de ainda ser um estudante iniciante da psicanálise, que o ego é um regulador entre o Id (o que queremos fazer) e o Superego (o que não podemos fazer).
Duas palestras me ajudaram a pensar assim.
- A conhecida entrevista do Cortella para o Jô.
- E a discussão de ego, id, superego, ética e moral do Claudio Cohen.
Não é à toa que a rede dos anônimos, que tem ajudado milhões de pessoas, via uma rede descentralizada presencial, com problema de distintas adicções inicia e termina com o mantra da serenidade:
Serenidade para o que não posso mudar,
coragem para o que eu posso,
sabedoria para perceber a diferença.
Note que é uma aposta no fortalecimento da sabedoria do ego para lidar com a realidade, criando uma sinergia entre a impotência (coisas do mundo que eu sozinho não mudo) e a potência, coisas que eu posso e devo (eticamente) tentar mudar.
O nosso ego, assim, precisa ser “musculado”, através da reflexão constante, mas não da aceitação moral, do estabelecido, das regras, mas daquilo que, através da minha reflexão da vida, pode ser diferente.
Não é algo que se estabelece SÓ de fora para dentro, mas também de dentro para fora.
Um aprendizado de criar uma membrana ética cada vez mais consistente entre o Eu e a sociedade.
Não farei isso por que posso, por que quero, mas por que devo.
Algo assim.
Reforça essa ideia do eu-outro a palestra de Goldenberg sobre a impossibilidade do auto-conhecimento e de que não há muita separação entre o eu e o outro, eu me conheço em relação.
Podemos dizer, portanto, que ser ético é amadurecer a nossa relação com o mundo e aprender a lidar melhor com meus impulsos com as limitações externas.
Podemos moralmente ter algumas práticas aceitas, mas é preciso analisar se aquilo me faz bem, faz bem para as outras pessoas e se gera felicidade ou sofrimento.
Viver não é fácil, mas se não muscularmos nosso ego para que ele possa lidar de forma mais madura com o mundo, a coisa fica ainda mais difícil.
Versão 1.0 – 24/10/2013 – Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.
[…] Papo de ego e ética […]
[…] Papo de ego e ética […]
[…] Musculando o ego […]
[…] ego, assim, deixou de trabalhar e ser musculado, para uma comparação do que nos dizem com o que posso pensar diferente, que é uma ação ativa […]
[…] Pessoas apenas com preceitos morais, entretanto, são rígidas e têm dificuldade de lidar com problemas complexos, que exigem uma postura mais ética. Geralmente, precisam de alguém que as oriente, um líder-alfa, um grande outro, que lhe diz como proceder. Elas lidam com o conhecimento. Aqui há baixa musculação do ego. […]