Um filósofo, no fundo, é um garimpador daquilo que dura mais tempo!
- Filosofia trata problemas do humano no atacado.
- Filósofos profundam temas sem ninguém ter encomendado.
Ficam lá com suas ideias abstratas na prateleira para uso nas grandes crises, sejam elas micros (localizadas) ou macros (generalizadas).
Ficam lá esperando, pois procura-se o que é mais permanente dentro da superficialidade das épocas.
Não existe um conceito, tema, ou problema humano que não tenha sido ainda decupado pela filosofia. Fiz aqui um personal mapa filosófico para ajudar a entender melhor as questões.
Dito isso, podemos dizer que é tempo de filosofia, já que a contração cognitiva que estamos, finalmente, saindo nos levou à uma radical superficialização na abordagem dos problemas, pois a sociedade está ainda controlada:
É/era muito conteúdo para muito poucos canais.
Hoje, nossa capacidade de aprofundamento dos problemas é baixíssima. É uma das características, aliás, do fim de uma contração cognitiva e o início de uma expansão.
Procuramos soluções rápidas, pois tudo era/estava dominado por um grupo pequeno que tudo decidia e criava a verdade a seu bel prazer.
O mundo caminhava a passos de tartaruga com baixa taxa de inovação.
Muita fumaça para pouco fogo.
A inovação, as verdades, as ideias, a tomada de decisões eram para poucos e disseminadas para o resto.
Uns poucos ativos e o resto passivo.
Nesse ambiente controlado, filosofia só ia atrapalhar, pois o que se queria era algo superficial para um mundo aparentemente estável e controlado.
Na expansão cognitiva, há uma revisão de todos os problemas, pois tudo recomeça, já que os canais estão abertos e cada um pode agora incluir no mundo a sua micro-verdade e compartilhá-la com os outros. Está aberta, de novo, a temporada das diversidades perdidas na contração.
O descontrole e o desconhecido passam a ser a regra e não mais a exceção.
E isso é tudo aquilo que a filosofia precisa para sair das cinzas.
Todos os temas da filosofia precisam ser revistos, pois não se sabe mais o que era oriundo do controle, da verdade imposta.
E digo isso sem arrogância, pois há algo que muda na base da pergunta principal, que dá origem a todas as outras: “quem somos?”.
A base principal, a meu ver, dessa revisão é SOMOS uma tecno-espécie.
É preciso uma mega-revisão filosófica, igual a que tivemos pós-papel impresso na Europa, a partir de 1450, que nos leva a rever todos os conceitos, pois temos que incluir no horizonte que tivemos:
- Os filósofos pós-Gutemberg trabalharam na primavera do mundo impresso-eletrônico.
- Os novos filósofos vão trabalhar na nova primavera da Internet, pós digital;
- Assim com os gregos trabalharam – estimulados pela chegada do alfabeto.
Queremos bússolas e quem as tem é a filosofia, pois a filosofia (amor à sabedoria) é um ramo do pensamento que está acima das brisas mais passageiras.
A filosofia vê do alto as grandes tempestades.
Ama a sabedoria, pois procura rejeitar o que é da hora.
Na filosofia, a moda é um veneno.
Um filósofo, no fundo, é um garimpador do que dura mais tempo!
Na expansão cognitiva será necessário chamar novos filósofos para revisar o trabalho daqueles do passado para atualizá-los diante da nova complexidade demográfica, em que o digital é a cura e não a doença, tendo como chave da porta a filosofia tecno-cognitiva.
Novas macro questões estão em aberto e só os filósofos podem nos ajudar a resolvê-las, através da oxigenação de novos canais (mídias sociais) e a diversidade de olhares (verdades) e participação (tomada de decisões) que isso implica.
Dessa nova primavera tecno-filosófica teremos a base das novas teorias, que nos levarão a novas metodologias e nos trarão mais adiante a nova governança da espécie mais compatível com 7 bilhões de habitantes.
Que dizes?
Versão 1.1 – 15/10/2013 – Colabore revisando, criticando e sugerindo novos caminhos para a minha pesquisa. Pode usar o texto à vontade, desde que aponte para a sua origem, pois é um texto líquido, sujeito às alterações, a partir da interação.
Sendo o filósofo um caçador do que passa rápido, como dizes, será que todos nós poderemos nos auto-nomear de filósofos? Ou será que para isto teríamos que estabelecer as conexões que fazem sentido para a humanidade? E o que fará sentido? Nossa, Nepô, pirei!!!! kkkkk