Versão 1.0 – 11/09/13
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Vimos que há dois tipos de crises, as conjunturais, passageiras, que não deixam tantas marcas nos hábitos e as estruturais, que são definitivas, que nos obriga a mudá-los.
Vamos falar agora de dois tipos de crises estruturais.
- As crises estruturais conhecidas – aquelas que já há teorias e filosofias disponíveis;
- E as crises estruturais desconhecidas – que, além de tudo, exigem o desenvolvimento de novas teorias e filosofias.
Temos como hábito, a priori, chamar toda crise de conjuntural, de que logo vão passar.
Temos dificuldade de encarar crises estruturais por natureza ainda mais aquelas que não temos teorias e filosofias prontas. Temos que inventá-las!
A Aids, por exemplo, foi uma pandemia que gerou uma crise estrutural, pois foi um vírus completamente desconhecido, com forte poder letal, alterando fortemente os hábitos e criando uma emergência em função das mortes que provocou.
Houve um esforço intelectual muito grande por parte de um conjunto grande de pesquisadores para:
- – Filosofia – admitir que se devia ter um pensamento diferente em relação à doença;
- – Teoria – compreender as forças envolvidas e como se relacionam;
- – Metodologia – chegar a uma nova metodologia, que é o tratamento em si, começando, só então, a reduzir mortes e preservar os já infectados com mais tempo de vida.
Temos dois autores que lidam com crises estruturais desconhecidas.
Thomas Kuhn e Gaston Bachelard.
De forma diferente, ambos definiram que temos em algum momento uma dada crise que as ciências de plantão precisam se reinventar de alguma modo.
O que nos leva a uma dupla crise.
- A crise do fenômeno em si – que ocorre e precisa ser diagnosticado para ser tratado, pois vai alterando hábitos de forma radical e gerando sofrimentos inesperados;
- E uma crise da visão (ou das ciências) – que não tem instrumentos para compreendê-lo e poder tratá-lo.
O que há nestes casos é uma procura de similaridade de abordagens e identificação na história de crises parecidas. No caso da Aids, certamente algo foi procurado nas pandemias da história, como a peste negra e algo de doenças transmissíveis pelo sangue/sexo, tal como a sífilis.
Podemos classificar a chegada da Internet como uma provocadora de crises sui-generis na sociedade, pois passou a tirar as organizações de seus velhos hábitos, obrigando-as a mudanças. Muitos gostariam que fossem incrementais, mas nos parece cada vez mais claro que são mudanças mais profundas do que imaginamos a princípio.
É, portanto, importante diagnosticar a causa da crise, que por um conjunto de fatores não pode ser atribuída a uma longa carteira provocadora de crises que temos na gaveta, pois não é:
- Uma crise econômica – pois as mudanças afetam a economia, mas não têm ali a sua causa principal;
- Uma crise política – pois as mudanças afetam a política, mas não têm ali a sua causa principal;
- Uma crise social – pois as mudanças afetam a sociedade mas não têm ali a sua causa principal.
Portanto, trata-se de uma crise provocadora de mudanças de hábitos de forma permanente e radical provocada por uma crise tecnológica específica. E o problema que temos nas ciências de plantão é de que há estudos sobre influências das tecnologias na sociedade, mas não em mudanças tão profundas, rápidas e radicais.
E isso nos leva a uma crise filosófica profunda, pois é preciso rever certas invisibilidades para que possamos compreender como algo assim é possível.
Precisamos rever como nos vemos, a partir das tecnologias para, só então, conseguir voltar para entender a atual crise estrutural que estamos vivendo.
Que dizes?
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[…] (Falo sobre o problemas das crises aqui, quando nossos hábitos nos causam problemas.) […]
[…] sobre o problema das crises aqui, quando nossos hábitos nos causam […]